Risco de covid longa aumenta após segunda infecção
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
A covid-19 continua a ser um problema de saúde, embora a maioria das pessoas esteja cansada das medidas de proteção, como doses de reforço da vacina ou uso estratégico de máscaras em aglomerações. Agora, uma recente pesquisa norte-americana aponta que, em caso de reinfecção, o risco da pessoa desenvolver covid longa aumenta ainda mais. Isso significa que o indivíduo pode conviver com sequelas duradouras da doença, como problemas cardíacos, de coagulação ou ainda em outros órgãos.
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Publicado na revista científica Nature Medicine, o estudo sobre o risco aumentado da covid em pacientes reinfectados pelo coronavírus SARS-CoV-2 foi liderado por pesquisadores do VA St. Louis Health Care System, nos Estados Unidos. Durante a abrangente análise, foram analisados dados de saúde de mais de 5,8 milhões de pessoas.
Vale destacar que, em caso de uma segunda infecção, a probabilidade da pessoa desenvolver a covid longa não é a única a aumentar. Segundo os autores da pesquisa, o risco também permanece aumentado para hospitalizações e mortes na fase aguda.
Risco de covid longa aumenta com reinfecção
No total, os pesquisadores analisaram dados médicos de 5,8 milhões de pessoas, sendo que 443 mil contraíram covid-19 pelo menos uma vez e 40,9 mil tiveram a doença duas vezes. Além disso, outras 5,3 milhões não foram diagnosticadas com a infecção durante o período de análise. As reinfecções foram mais comuns com a predominância das cepas da variante Ômicron.
"Em comparação com pessoas sem reinfecção, as reinfectadas exibiram riscos aumentados de mortalidade por todas as causas, hospitalização e vários resultados pré-especificados", afirmam os autores. Inclusive, maior probabilidade de desenvolver covid longa. "Os riscos para todas as sequelas ainda eram evidentes 6 meses após a segunda infecção", detalham.
Neste cenário, os pesquisadores reforçam que "intervenções farmacêuticas e não farmacêuticas para diminuir o risco de reinfecção e suas consequências adversas à saúde são necessárias com urgência". Neste ponto, o acesso a remédios para a covid-19 e a doses de reforço devem ser melhorados.
Experiência clínica com a covid longa
Sem ter participado do estudo, o pneumologista e professor assistente da Emory University, Alexander Truong, confirma que, a partir da experiência em sua clínica de reabilitação, pacientes reinfectados sofrem mais com as sequelas da covid-19. Ele atua no tratamento das sequelas da infecção desde 2020.
“Definitivamente, estamos vendo muitos pacientes que, quando são reinfectados, apresentam piora nos problemas da covid longa. Isso é verdade e penso ser um sinal relevante” da doença, afirma Truong para o site WebMD.
Fonte: Nature Medicine e WebMD