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Covid-19: perda de massa muscular na infecção indica maior risco de covid longa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Dezembro de 2022 às 18h47

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Annie Spratt/Unsplash
Annie Spratt/Unsplash

Pacientes que perdem massa muscular na fase aguda da covid-19, quando estão hospitalizados, têm alto risco de desenvolver a covid longa. Segundo pesquisadores brasileiros, quanto mais "músculos" a pessoa perde, maior a chance de enfrentar sequelas da infecção.

Publicado na revista científica Journal of the American Medical Directors Association (Jamda), o estudo que associa a covid longa com a perda muscular na fase aguda da doença foi liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

No estudo, os autores observam que as sequelas mais comuns da covid-19 nessas circunstâncias são:

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  • Fadiga;
  • Mialgia (dores musculares);
  • Comprometimento muscular;
  • Dor de cabeça;
  • Dor no peito;
  • Dispneia (sensação de falta de ar);
  • Tosse crônica;
  • Anosmia (perda do olfato).

Além disso, os resultados da pesquisa apontam para a existência de uma relação entre maior perda de massa muscular e maiores gastos com saúde nos meses seguintes à alta hospitalar. Cada voluntário foi acompanhado, em média, por seis meses.

Como a pessoa perde massa muscular com a covid-19?

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É importante destacar que "a perda de massa muscular é razoavelmente comum durante períodos prolongados de internação hospitalar", explica Hamilton Roschel, pesquisador da Faculdade de Medicina e o líder do estudo, em comunicado.

"No entanto, esse quadro parece ser exacerbado em pacientes hospitalizados por covid-19, afetando a massa, a força e a função muscular a ponto de comprometer a mobilidade do paciente em alguns casos”, detalha Roschel sobre as descobertas da pesquisa sobre a presença da covid longa.

Para chegar a estas conclusões, a equipe da USP analisou 80 pacientes que tiveram formas moderadas ou graves da covid-19, e que foram internados no Hospital das Clínicas, em São Paulo, no ano de 2020. Aqui, cabe observar que nenhum dos voluntários estava vacinado contra a doença e os efeitos da infecção podem ser outros em um cenário onde doses de reforço já são aplicadas.

Como parte do estudo, a equipe de médicos e cientistas mediu a força e a massa muscular dos pacientes em quatro momentos:

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  • Quando ocorreu a entrada hospitalar;
  • Quando tiveram alta;
  • Dois meses após a alta hospitalar;
  • Seis meses após a alta hospitalar.

Efeitos da covid longa

Segundo os autores do estudo, a fadiga (76%) e a dor muscular (66%) foram as duas principais sequelas da covid longa em pacientes que tiveram perda muscular significativa durante o período de internação. Entre os pacientes que tiveram menor comprometimento da musculatura, a prevalência foi, respectivamente, de 46% e 36%. Além disso, diferentes sequelas da doença, como tosse crônica, dor de cabeça e dispneia, foram relatadas de forma desigual.

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Inclusive, os autores apontam que, passados seis meses da alta hospitalar, os pacientes que haviam perdido mais massa muscular continuavam a ter dificuldade para recuperar a musculatura prévia. Enquanto isso, os que tiveram pouca perda se recuperaram quase que totalmente no mesmo período.

Fonte: Jamda e Agência Fapesp