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Autismo: níveis de óxido nítrico no cérebro podem ter papel no transtorno

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Garakta-Studio/envato
Garakta-Studio/envato

Em estudo publicado na Advanced Science, um grupo de cientistas afirmou que os níveis de óxido nítrico no cérebro podem estar por trás de um papel fundamental no autismo (oficialmente chamado de TEA, transtorno do espectro autista). Através de experimento com camundongos, os pesquisadores perceberam que os indicadores comportamentais e celulares do autismo eram mais aparentes quando os níveis de óxido nítrico no cérebro aumentavam.

O grupo também injetou nos camundongos um composto que libera óxido nítrico, e isso fez com que os roedores começassem a exibir os traços típicos do autismo, como comportamentos repetitivos e diminuição da sociabilidade.

Quando os níveis de óxido nítrico foram reduzidos nos camundongos com autismo, aconteceu o oposto, e os animais tratados mostraram maior interesse por novos objetos e pareceram menos ansiosos.

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A equipe também realizou alguns experimentos usando células-tronco humanas e amostras de sangue coletadas de crianças com autismo. Os resultados dessa outra fase serviram para reforçar o que foi visto nos camundongos, o que sugere uma ligação entre os níveis de óxido nítrico e as características moleculares, celulares e comportamentais associadas ao autismo.

Os pesquisadores acreditam que essa descoberta pode ter implicações na relação do óxido nítrico com outras doenças neurológicas, como Alzheimer, ou doenças psiquiátricas, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

A equipe também espera que seu trabalho possa abrir a possibilidade de tratamentos com medicamentos que possam ajudar as pessoas com autismo em seus desafios diários.

Como identificar o autismo

Em entrevista anterior ao Canaltech, a psicóloga Marina Rodrigues Alves, supervisora do Neurodesenvolvimento Infantil do Instituto Jô Clemente (IJC), apontou que o diagnóstico precoce é fundamental para que o indivíduo receba o tratamento adequado e desenvolva uma vida produtiva e inclusiva, com chances de estudar e trabalhar. Na ocasião, a especialista deu algumas dicas de como identificar o autismo, através de sinais como:

  • Pouco contato visual
  • Não interagir com outras pessoas
  • Não atender quando chamado pelo nome
  • Dificuldade em atenção compartilhada
  • Atraso na fala
  • Não usar a comunicação não-verbal
  • Comportamentos sensoriais incomuns (incômodo com barulhos altos ou com o toque de outras pessoas)
  • Brincadeiras solitárias e com partes de brinquedos (como a roda de um carrinho ou algum botão)
  • Movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes.

Segundo o Ministério da Saúde, o autismo é caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, que podem englobar alterações qualitativas e quantitativas da comunicação, seja na linguagem verbal ou não verbal, na interação social e do comportamento.

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Como é o cérebro de alguém com autismo

Estudos chegaram a apontar que o autismo altera a substância branca do cérebro com o passar do tempo. Essas mudanças foram mais notáveis na região que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro.

Além disso, pesquisadores alertaram que as alterações cerebrais já ficam notáveis três meses antes do nascimento. Estudos também chegaram a apontar que uma estrutura chamada amígdala cresce de maneira excessiva em bebês com autismo, por exemplo.

Fonte: Advanced Science, IFL Science