Autismo altera a substância branca do cérebro com o passar do tempo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
O autismo é uma condição complexa, que ainda atrai olhares, pesquisas e buscas por respostas da ciência. Inclusive, já ressaltamos aqui no Canaltech cinco coisas que ninguém te contou sobre o autismo. Nesta terça (23), um estudo — conduzido pela Yale University e publicado na Radiological Society of North America — indicou mudanças significativas na estrutura da substância branca do cérebro em adolescentes e adultos autistas.
Essas mudanças foram mais notáveis na região que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro. Para entender melhor essa relação, os pesquisadores utilizaram uma técnica de ressonância magnética que mede a conectividade no cérebro, detectando como a água se move ao longo da substância branca (um conjunto de células com funções de apoio, sustentação, isolamento elétrico ou nutrição dos neurônios).
O grupo analisou dados clínicos de 583 pacientes e criou mapas para detectar as mudanças na substância branca. “Em adolescentes, vimos uma influência significativa do autismo. Em adultos, o efeito foi ainda mais pronunciado. Nossos resultados apoiam a ideia de conectividade cerebral prejudicada no autismo, especialmente em tratos que conectam os dois hemisférios", afirmam os pesquisadores.
Na prática, a ideia do grupo de cientistas da Yale University é ajudar a melhorar o diagnóstico precoce de autismo e fornecer biomarcadores objetivos potenciais para monitorar a resposta ao tratamento.