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Dia do Orgulho Autista | 5 coisas sobre o autismo que ninguém te contou

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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LightFieldStudios/envato
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Nesta sexta-feira (18), comemora-se o Dia do Orgulho Autista. Mas o que você sabe sobre esse transtorno? Descubra quais são os principais mitos sobre ele e o que dizem os especialistas em relação ao tratamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. De acordo com o CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA), uma em cada 59 crianças apresenta traços de autismo.

Conheça alguns fatos pouco conhecidos sobre o autismo:

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Cada indivíduo tem diferentes dificuldades

Quando falamos de autismo, nos referimos a um transtorno do neurodesenvolvimento que faz parte de um espectro, ou seja, ele pode se manifestar de diversas formas em pessoas diferentes, que podem necessitar de mais ou menos suporte.

A psicóloga Julia Sargi, analista do comportamento e supervisora do Grupo Conduzir, menciona a importância de enfatizar que o transtorno do espectro autista evidencia algumas características comuns, mas que cada indivíduo é único e apresenta suas próprias habilidades e dificuldades:

“Alguns indivíduos têm, sim, uma habilidade incrível para algo em específico, e muitas vezes isso pode se dar devido ao hiperfoco, ou seja, o interesse restrito por determinado assunto. Mas uma grande porcentagem das pessoas que se encontram no espectro apresenta déficits cognitivos significativos, que dificultam a aquisição de novos repertórios", afirma.

Não é verdade que o autista não gosta de socializar

A especialista ressalta que uma outra expressão, considerada mito, é de que o autista "vive no seu próprio mundo", e não gosta de estar com outras pessoas. "A verdade é que a dificuldade na interação social é uma característica significativa muito comum aos indivíduos com autismo, mas isso não significa que eles não queiram se relacionar com outras pessoas, e sim que apresentam dificuldades em iniciar ou manter a interação, entender algumas regras sociais, entre outras habilidades que são extremamente importantes nas relações", esclarece a psicóloga.

"E. mais uma vez, precisamos olhar individualmente para cada um e entender qual a dificuldade e qual a motivação para se relacionar com os outros. Lembrando que isso representa uma parte do todo quando tratamos do espectro”, aponta.

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A ''genialidade'' não é regra

No Transtorno do Espectro Autista, todos os indivíduos têm potencial para aprender e desenvolver novos repertórios, e, para isso, basta saber a forma correta de ensiná-los. Ao serem observadas as características dessas pessoas, algumas podem até ser interpretadas como vantagens competitivas.

Há alguns indivíduos com TEA que têm uma condição diferente (e rara) conhecida como "savantismo" ou Síndrome de Savant, que é uma "grande capacidade intelectual", entendida como genialidade. A psicóloga explica que "savants", apesar de apresentarem uma inteligência acima da média e talentos notáveis em alguns aspectos, como cálculos ou memorização, podem também enfrentar dificuldades e limitações em outros, como dificuldades nos repertórios sociais ou de independência. "Vale ressaltar que a inteligência acima da média não é uma regra", aponta a profissional.

A caminhada é lenta, com "pequenos orgulhos"

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Josiane Mariano (36) é mãe do Heitor (10), que foi diagnosticado com autismo aos 2 anos. Ela conta que o dia a dia com o filho é vivenciado de “pequenos orgulhos”, e isso torna a caminhada cheia de superações e vitórias.

“Todos os dias, quando avançamos um passinho rumo a uma qualidade de vida melhor, quando ele aceita experimentar algo novo, quando se sente à vontade em locais que antes talvez despertasse uma agitação maior, quando responde a uma interação social de forma adequada, por exemplo, temos um grande sentimento de vitória. Meu filho, assim como qualquer filho para uma mãe, me enche de orgulho. E eu só conheço ele dentro do espectro autista, não existe um Heitor dissociado disso, ele é assim e está tudo bem", revela.

Não há cura, apenas intervenções

Muito tem se disseminado sobre a “cura do autismo”, reforçando o mito de que se trata de uma doença. Sem contar que é possível encontrar profissionais vendendo “fórmulas mágicas” e soluções para cessar ou diminuir o transtorno. Já se sabe que isso não existe. São informações falsas que devem ser desmentidas e rebatidas por toda a sociedade, meios de comunicação e especialistas da área.

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O que existe são intervenções que ajudam a desenvolver e aprimorar repertórios importantes que vão auxiliar os indivíduos no espectro a terem melhores condições para interações sociais e habilidades para atingir o máximo de independência possível e qualidade de vida.

“Não existem estudos que comprovam a cura do diagnóstico por meio de qualquer tratamento, e qualquer afirmação diferente a essa pode gerar confusão e expectativas frustradas aos pacientes e seus responsáveis. Porém, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma intervenção que maximiza o potencial do indivíduo, através da ampliação de habilidades e redução de possíveis barreiras comportamentais que podem dificultar o aprendizado, tendo em vista que, a partir da avaliação, é possível mapear e respeitar a singularidade de cada um", conclui Julia Sargi.