Autismo: alterações cerebrais já ficam notáveis três meses antes do nascimento
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Na última terça (5), durante o congresso científico Experimental Biology 2022 meeting, conduzido pela American Association for Anatomy, pesquisadores apresentaram um estudo dizendo que as alterações cerebrais promovidas pelo transtorno do espectro autista (TEA, mais conhecido como autismo) ficam notáveis já no feto, pelo menos três meses antes do nascimento.
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A equipe de cientistas do Massachusetts General Hospital (Harvard Medical School) analisou 39 exames de ressonância magnética feitos em fetos ao longo de 25 semanas de gestação para detectar diferenças na estrutura cerebral entre os destinados a nascer no espectro autista e os demais.
No que diz respeito a alterações cerebrais, estudos anteriores sugerem que uma estrutura chamada amígdala cresce de maneira excessiva em bebês com o transtorno, por exemplo. Em paralelo, um artigo chegou a indicar mudanças significativas na estrutura da substância branca.
Entretanto, no estudo em questão, os cientistas identificaram diferenças significativas em uma área do cérebro conhecida como lobo insular, responsável pelas habilidades sociais e pelo comportamento. A observação faz sentido, considerando a dificuldade na interação social é uma característica significativa muito comum às pessoas com autismo.
A conclusão do estudo é que o aumento do volume aumentado do lobo insular pode ser um indicador de possibilidade do surgimento de transtorno do espectro autista no futuro. Essa mudança pode ser identificada durante um exame de ressonância pré-natal, por exemplo, e a expectativa dos especialistas é que a descoberta tenha impacto na forma de diagnosticar o autismo daqui para frente.