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AstraZeneca encerra produção de vacina da covid-19

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Mika Baumeister/Unsplash
Mika Baumeister/Unsplash

Na terça-feira (7), a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca anunciou ter encerrado a produção e a distribuição da vacina da covid-19, que desenvolveu junto à Universidade de Oxford, no Reino Unido. A decisão foi motivada por um “excedente de vacinas atualizadas disponíveis” no mercado. 

Segundo a agência de notícias Reuters, a vacina da covid-19 já não pode ser mais utilizada na Europa, após ter entrado em vigor um pedido voluntário de retirada do imunizante — a solicitação foi feita no domingo (5). Pedidos semelhantes ainda devem ser feitos em outros países.

Conforme aponta a AstraZeneca, a decisão em descontinuar a vacina da covid-19 foi comercial, com base na demanda. Não foi citado nenhum problema envolvendo algum efeito colateral raro ou outras questões.

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Posicionamento da AstraZeneca

"Estamos extremamente orgulhosos do papel que a Vaxzevria [nome oficial da vacina na Europa] desempenhou no fim da pandemia global”, afirma a AstraZeneca, em comunicado enviado ao jornal The Telegraph.

Segundo estimativas independentes da farmacêutica, “mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no primeiro ano de utilização [da vacina da covid-19] e mais de três bilhões de doses foram fornecidas a nível mundial”, acrescenta o comunicado.

"Como, desde então, foram desenvolvidas múltiplas vacinas contra [novas] variantes da covid-19, há um excedente de vacinas atualizadas disponíveis. Isto levou a um declínio na procura da Vaxzevria, que já não é fabricada nem fornecida”, pontua.

"Trabalharemos agora com os reguladores e os nossos parceiros para nos alinharmos num caminho claro para concluir este capítulo”, completa a empresa.

E a vacina no Brasil?

No caso brasileiro, ocorreu a transferência de tecnologia da vacina da AstraZeneca para Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que pode produzir uma versão nacional do imunizante. 

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No entanto, o Ministério da Saúde afirmou, em nota divulgada no começo deste mês, que “deixou de adquirir e distribuir vacinas de vetor viral [como a da AstraZeneca e da Janssen], dando preferência para a aquisição de vacinas de outras plataformas, conforme a disponibilidade das produtoras e recomendações da Câmera Técnica Assessora de Imunizações (CTAI)”.

Além disso, o uso das vacinas de vetor viral já tinha sido limitado para “grupos com melhor perfil de segurança em dezembro de 2022, conforme Nota Técnica n.º 393/2022”, como aponta a Saúde. 

Efeito colateral da vacina da covid

Embora a disputa jurídica não tenha sido citada no pronunciamento oficial da AstraZeneca, a farmacêutica enfrenta, no Reino Unido, uma ação coletiva movida por um grupo de pacientes que alegam ter apresentado complicações de saúde após receberem a vacina contra a covid-19. 

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Todo o processo está relacionado a um efeito colateral raro do imunizante, conhecido como trombose em combinação com trombocitopenia, que pode ser fatal. O risco deste efeito colateral raro já era conhecido desde 2021 e estava incluído na bula do produto.

Fonte: Reuters e The Telegraph