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Antialérgico ajuda no tratamento da esclerose múltipla

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Junho de 2023 às 10h11

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Christine Sandu/Unsplash
Christine Sandu/Unsplash

Cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) testaram o efeito de um antialérgico de venda livre, a clemastina, para tratamento da esclerose múltima. Sem considerar esse uso experimental, o remédio é comum para o tratamento de casos de rinite alérgica e outros tipos de alergia.

No momento, os pesquisadores norte-americanos descobriram como medir os efeitos do antialérgico, também conhecido como um anti-histamínico, no cérebro, conforme relatam na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Com isso, será possível estimar a efetividade do possível tratamento contra a esclerose múltipla.

Aqui, é importante destacar que novos tratamentos são bastante necessários, já que a ciência ainda não descobriu uma cura e alguns pacientes não respondem bem aos medicamentos disponíveis. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença no Brasil.

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Entenda o que é esclerose múltipla

Para entender, a esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, que normalmente afeta pessoas entre 18 e 55 anos. Em comum, as próprias células de defesa do organismo atacam o sistema nervoso central do paciente, gerando inúmeras complicações.

Por exemplo, a atividade desregulada do sistema imune compromete a bainha de mielina. Esta funciona como um tipo de estrutura protetora, constituída por gordura (lipídios), que reveste e protege os nervos. Mais especificamente, ela protege os axônios, que são os prolongamentos dos neurônios, responsáveis por transmitir os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo.

Quando a mielina é afetada — e a esclerose múltipla é conhecida pela desmielinização da bainha de mielina —, começam a ocorrer atrasos na transmissão dos sinais nervosos. Isso gera diferentes complicações para o paciente, como:

  • Fraqueza;
  • Perda de equilíbrio;
  • Perda ou alterações na visão;
  • Espasticidade, ou seja, aumento da rigidez muscular em membros relacionados com o movimento.
  • Lentidão cognitiva.

Efeitos do uso de antialérgicos no cérebro

Pensando nos pacientes com esclerose múltipla, os cientistas apontam que o uso do antialérgico é associado com o reparo das lesões na mielina. “Este é o primeiro exemplo de reparo cerebral documentado em ressonância magnética para uma condição neurológica crônica”, afirma Ari Green, médico e um dos autores do estudo, em comunicado.

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“O estudo fornece a primeira evidência direta, biologicamente validada e baseada em imagens do reparo da mielina induzido pela clemastina. Isso definirá o padrão para futuras pesquisas em terapias remielinizantes”, aposta o cientista Green.

Melhora no quadro de esclerose múltipla

Hoje, as maiorias das medicações visam controlar o sistema imunológico desregulado, reduzindo os níveis de inflamação. Através da clemastina, os autores descobriram que o remédio estimula a diferenciação das células-tronco produtoras de mielina, como um efeito regenerador (remielinização).

No entanto, ainda faltam dados clínicos sólidos para que o uso do medicamento seja amplamente usado em pessoas com esclerose múltipla. Nesse ponto, os pesquisadores querem testar a clemastina no tratamento de lesões cerebrais em bebês prematuros, que frequentemente sofrem danos na mielina.

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Fonte: PNASUCSF e Ministério da Saúde