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Aleitamento materno prolongado reduz risco de malária em bebês

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Dezembro de 2022 às 10h25

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LightFieldStudios/Envato Elements
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Na cidade de Cruzeiro do Sul, no estado brasileiro do Acre, um estudo acompanhou crianças nascidas entre os anos de 2015 e 2016 para entender a redução nos riscos de infecção por um dos vírus causadores da malária (Plasmodium vivax) por conta da amamentação materna. Participaram 435 bebês, cuja saúde foi monitorada até o segundo ano de vida, mostrando chances 79,8% menores de contrair a patologia.

A região acreana em questão, conhecida como Vale do Juruá, acumula cerca de 18% de todos os casos de malária do Brasil. O estudo foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e fez parte do Estudo MINA (materno-infantil no Acre), que visa acompanhar os nascimentos do leste da Amazônia brasileira.

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Acompanhando a malária no Acre

Em trabalhos anteriores, pesquisadores já haviam notado baixas nos casos notificados de malária na região durante o primeiro ano de vida dos bebês, uma tendência que continuou a diminuir consideravelmente no 2º ano dos infantes. Exames sorológicos foram feitos para identificar infecções sem notificação, notando exposições maiores ao Plasmodium vivax.

Notou-se que, no primeiro ano, 77% das infecções não foram diagnosticadas, enquanto nos primeiros 2 anos, pelo menos 50% delas. Por isso, tratamentos antimaláricos não foram realizados. Apesar de 665 crianças terem participado das fases iniciais do estudo, só foi possível obter amostras de sangue de 435 delas, nas quais foram testados 3 antígenos diferentes do parasita causador da malária.

Também se descobriu que a malária na gestação foi um dos fatores de risco principais para sua ocorrência nos dois primeiros anos de vida no bebê. Na região, a doença é endêmica, o que leva os cientistas a recomendarem testagem contínua da população. Os profissionais também relembram a importância do leite materno ser utilizado como alimento exclusivo até os primeiros 6 meses de vida, seguindo até os 2 anos de idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também compartilha do alerta.

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Futuro do estudo

Na população estudada, o aleitamento materno exclusivo seguiu até os primeiros 16 dias de vida, quando as mães passaram a introduzir alimentos diversos não recomendados pelos médicos. O estudo continuará a acompanhar as ocorrências de malária nas crianças até seu 5º ano, observando também o impacto da patologia em seu desenvolvimento.

Muitos dos casos de malária são assintomáticos ou apresentam sintomas muito leves, gerando pouca busca pelo acompanhamento médico e testagem. Há, também, chances de que o parasita siga indetectável por microscopia, utilizada no diagnóstico. O P. vivax não é o único causador da malária: na África subsaariana, o Plasmodium falciparum é mais predominante, por exemplo, e causa ocorrências mais graves de malária. No Acre, o P. vivax é a causa de 85% dos casos.

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Fonte: The Pediatric Infectious Disease Journal