Adesivo com IA devolve voz às pessoas com lesão na garganta
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
As inovações científicas podem solucionar grandes partes das dificuldades dos seres humanos, e é esse o caso de um novo adesivo — apresentado na Nature Communications na última terça (12) — capaz de ajudar pessoas com problemas na voz (ou lesão na garganta) a falarem de novo. Para proporcionar esse efeito, a invenção conta com o apoio da inteligência artificial.
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O adesivo funciona da seguinte maneira: colado na pele, converte os movimentos dos músculos da laringe em sinais elétricos. Esses movimentos são traduzidos pela inteligência artificial em fala. Em seguida, um locutor reproduz em voz alta as frases que a pessoa pretendia dizer.
Por enquanto, já que está em uma fase inicial, o adesivo funcionou apenas com frases pré-gravadas. Mas já é um primeiro passo para entender onde essa tecnologia pode chegar.
Por funcionar justamente com base nos músculos da laringe, o adesivo não precisa captar vibrações das cordas vocais. Ou seja: pode ajudar mesmo as pessoas com cordas vocais danificadas.
Adesivo ajuda com problemas na voz
A principal ideia por trás do desenvolvimento do adesivo, segundo os próprios autores, é que os tratamentos atualmente disponíveis no mercado (como determinados dispositivos para fadiga vocal e laringe artificial) são considerados desconfortáveis ou invasivos. Os pesquisadores também disponibilizaram um infográfico de como funciona:
O relatório descreve o adesivo como "aproximadamente o tamanho de uma moeda grande", e com o peso de apenas 7 gramas, além de textura parecida com uma luva de borracha. Vale observar que o item também é à prova d'água.
Como o adesivo foi testado?
Os testes com o adesivo inicialmente foram conduzidos em oito voluntários sem problemas de voz, que foram orientados a falar e sussurrar cinco frases, em diferentes circunstâncias (completamente parados, andando ou até correndo).
Conforme apresenta o estudo, o adesivo com IA foi capaz de prever com uma precisão de 95% as frases ditas pelos participantes do estudo.
A estimativa dos pesquisadores, agora, é que algoritmos mais avançados possam ajudar o adesivo a traduzir os movimentos dos músculos da laringe sem a necessidade de pré-gravar os sinais de voz, algo que deve ser implementado através de futuros estudos.
Fonte: Nature Communications