Cientistas criam laringe artificial que devolve voz a pacientes com câncer
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 24 de Março de 2022 às 09h40
Cientistas japoneses desenvolveram uma "laringe artificial" chamada Syrinx, capaz de devolver a voz a pacientes que tiveram câncer. Diferente das eletrolaringes comuns, a invenção conta com learning machine e tem uma tecnologia baseada em gravações de pessoas e processadas especialmente para criar sons mais parecidos com uma voz humana, fugindo da tradicional voz robótica que acompanha outros dispositivos.
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A Syrinx ainda gera uma ampla gama de frequências de ondas sonoras que o usuário pode transformar em fala através da articulação da língua e dos lábios, o que contribui para a proposta de criar uma voz mais natural. Segundo os próprios pesquisadores, uma inteligência artificial foi utilizada nos primeiros dias de desenvolvimento do protótipo, e a ideia agora é introduzir a IA novamente para criar sons ainda mais parecidos com vozes humanas.
Outro diferencial é que o dispositivo pode trabalhar com gravações antigas do próprio usuário, para soar ainda mais como sua voz original. Assim, os padrões vibracionais são personalizados para cada pessoa. Mesmo que laringe artificial tenha sido desenvolvida há alguns anos, os pesquisadores se concentram em melhorar o algoritmo por trás da tecnologia, para que a voz fique cada vez mais convincente.
Câncer de laringe
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de laringe atinge principalmente homens acima de 40 anos e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço, representando aproximadamente 25% dos tumores malignos relacionados à área e 2% de todas as doenças malignas. Os dados mais recentes divulgados pelo instituto remetem a 2020 e apontam 7.650 casos, sendo 6.470 em homens e 1.180 em mulheres. Alguns dos fatores de risco relacionados ao câncer de laringe são:
- Cigarro
- Álcool
- Estresse
- Mau uso da voz
- Excesso de gordura corporal
"Os sintomas estão diretamente ligados à localização da lesão. Assim, a dor de garganta sugere tumor supraglótico, e rouquidão indica tumor glótico ou subglótico. O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais, como alteração na qualidade da voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de 'caroço' na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, disfagia mais acentuada e dispneia", alerta o Instituto.