Primeiro robô humanoide capaz de pilotar aviões é criado na Coreia do Sul
Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela | 22 de Agosto de 2023 às 10h16
Cientistas do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST, na sigla em inglês) criaram, pela primeira vez, um robô humanoide que consegue pilotar aviões — e lhe deram o nome espirituoso de PIBOT.
O autômato foi projetado para sentar no cockpit de quaisquer aeronaves possíveis e operá-las manualmente (ou roboticamente, se você preferir). Em geral, pilotos automáticos vêm no formato de programas de computador, operando no próprio sistema dos aviões. Dessa maneira, faltam-lhes os membros para mover os instrumentos de voo.
No caso de PIBOT, o robô consegue se sentar em diferentes cockpits e operar sistemas de voo dos mais diversos tipos sem precisar modificar a aeronave. Segundo os cientistas por trás da inovação, essa seria a grande vantagem da tecnologia, pelo menos — evitar a adequação de softwares e aviões.
Ensinando o robô a pilotar
O PIBOT aprende a pilotar através de processamento de linguagem natural para ler manuais de aviação, utilizando uma câmera como os “olhos” para ver o cockpit e entender o que precisa ser feito. Segundo a equipe responsável, o robô consegue controlar aeronaves com segurança, mesmo em situações de turbulência severa. Os cientistas esperam, no futuro, vender o autômato comercialmente.
Os pilotos humanoides, segundo o chefe da pesquisa, David Hyunchul Shim, contou em um comunicado à imprensa, não requerem modificações em qualquer aeronave para que funcione adequadamente, e pode ser aplicado em voos automatizados imediatamente.
Planos para o futuro incluem a aplicação do PIBOT ou versões modificadas dele para outros veículos, como carros, caminhões militares e afins, já que a tecnologia pode controlar toda uma série de diferentes máquinas. Segundo a equipe, eles serão particularmente úteis em situações onde recursos militares estão escassos, pilotando veículos de maneira não-tripulada.
Vale lembrar que pesquisadores já apontaram que a inteligência artificial precisaria de um corpo para pensar tão bem quanto um cérebro humano, já que o órgão está ligado a informações sensoriais e ao mundo exterior, sendo parte importante da consciência e dando propósito ao processamento cerebral. Se isso quer dizer que o robô piloto da KAIST é um passo na direção da consciência dos autômatos e da singularidade tecnológica, não sabemos — mas é divertido teorizar.
Fonte: KAIST