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IA não vai pensar como o cérebro humano enquanto não tiver um corpo, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Junho de 2023 às 10h05

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iLexx/Envato
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Uma pesquisa da Universidade de Sheffield afirma que, enquanto inteligências artificiais não tiverem um corpo para interagir com o mundo e entendê-lo como nós, humanos, fazemos, elas não conseguirão atingir uma cognição equivalente ou adquirir consciência — o que chamamos de singularidade tecnológica.

Embora compostas de redes neurais grandes e treinadas em bases de dados cada vez maiores, os sistemas de IA precisam ser mais similares ao cérebro humano se queremos que atinjam a mesma capacidade de processamento do órgão, segundo o estudo, publicado no periódico científico Science Robotics.

O que diferencia o cérebro das inteligências artificiais

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De acordo com os cientistas, há dois aspectos importantes que separam as IAs do cérebro humano. O primeiro é a falta de fisicalidade — cérebros são ligados a um sistema físico, algo que sente e age diretamente no mundo. Ter um corpo faz com que os processos do órgão sejam significativos, algo que falta às máquinas. Elas podem reconhecer e gerar padrões complexos quando expostas a dados, mas acabam ficando sem entender ou estar cientes do mundo ao seu redor.

Outra característica importante é a organização do cérebro. Ele é composto de diversos subsistemas, organizados em uma configuração específica — que chamamos de arquitetura — semelhante em todos os animais vertebrados, de peixes a seres humanos. Nas inteligências artificiais, a configuração é bastante diferente.

De acordo com os pesquisadores Tony Prescott e Stuart Wilson, do Departamento de Ciências da Computação da UoS, a inteligência biológica se desenvolveu graças à arquitetura específica do cérebro e a maneira com que o órgão utilizou suas conexões ao mundo real para enfrentar desafios, aprender e melhorar ao longo da evolução. Essa interação entre evolução e desenvolvimento raramente é levada em conta na hora de se desenhar uma IA.

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Assim, é muito mais provável que sistemas de IA desenvolvam uma cognição semelhante à dos humanos caso sejam construídos com arquiteturas que aprendam e sejam melhoradas como o nosso cérebro faz. Modelos neurais grandes como o ChatGPT têm mostrado avanços significativos, como o aprendizado da estrutura de linguagem humana, mas é improvável que IAs consigam “pensar” caso sejam projetadas da mesma maneira de sempre, segundo os cientistas.

Conexões com o mundo podem ser feitas com sensores, como câmeras e microfones, e atuadores como rodas e pinças. Assim, sistemas de IA poderiam sentir o mundo e aprender como nós aprendemos. Recentemente, alguns progressos no campo das IAs e seu controle sobre robôs foram feitos, como o uso de redes neurais recorrentes — que utilizam múltiplos ciclos de feedback — para o treinamento, levando a previsões melhores acerca do que está para acontecer.

Inteligências artificiais ainda estão longe de lembrar cérebros reais em termos de capturar como diferentes subsistemas funcionam juntos como parte de uma estrutura cognitiva maior, segundo o estudo, mesmo com os avanços já feitos. Prescott e Wilson acreditam que os próximos grandes avanços da IA surgirão quando elas conseguirem imitar com mais precisão como nossos cérebros se desenvolvem e evoluem.

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Fonte: Tech Xplore, Science Robotics