Samsung preocupa investidores apesar de receita multibilionária; entenda
Por Vinícius Moschen • Editado por Léo Müller | •

A Samsung revelou seu balanço financeiro do último trimestre de 2024 nesta sexta-feira (31), e os resultados geraram reações negativas entre agências de mercado. Mesmo que as receitas e lucros operacionais tenham crescido, a variação ainda ficou abaixo do esperado.
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A empresa registrou receitas de 75,8 trilhões de won (cerca de R$ 306 bilhões em conversão direta) no recorte, um aumento de 11,8% em relação ao mesmo período de 2023.
Já o lucro operacional (que não considera elementos como juros e impostos) foi de 6,5 trilhões de won (~R$ 26,5 bilhões). Trata-se de um aumento de 29,9% ano a ano, mas também representa um resultado 16% mais baixo que as expectativas de mercado.
Samsung teria problemas na divisão de semicondutores
O resultado está associado à demanda considerada baixa no setor de semicondutores (chips e memórias) utilizados em servidores de inteligência artificial (IA) e dispositivos eletrônicos de uso pessoal.
A divisão de semicondutores foi responsável por 30,1 trilhões de won (~R$ 121 bilhões) em receitas, e 2,9 trilhões de won (~R$ 11,7 bilhões) em lucros durante o último trimestre de 2024.
De forma oficial, a Samsung apontou que seu lucro foi reduzido por conta de altos custos na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
A empresa tem encontrado dificuldades em suas linhas de produção de chips de alta largura de banda (HBM), aplicados em sistemas de alta performance, como placas de vídeo usadas para processamento de IA.
Por conta de supostos problemas de superaquecimento, os chips HBM3E da Samsung ainda não receberam certificação da NVIDIA para utilização em seus aceleradores de IA, implementados em aplicações de grandes empresas, como a Amazon, Google, Meta, OpenAI e outras.
Fatores macroeconômicos também estão associados às dificuldades da Samsung, incluindo um ambiente de incerteza internacional, e a desvalorização do won.
Celulares enfrentam concorrência chinesa
No segmento de smartphones, a Samsung teve um efeito parecido com o da Apple, que também revelou seus resultados financeiros nesta sexta. Ambas as companhias viram os celulares chineses aumentarem a competitividade no mercado.
O setor de Experiência Mobile (MX), responsável pelos smartphones, teve receitas de 25,8 trilhões de won (~R$ 104 bilhões) no último trimestre, em um resultado quase estável em comparação com o mesmo período de 2023.
Por sua vez, os lucros da MX ficaram em 2,1 trilhões de won (~R$ 8,4 bilhões), uma queda de quase 24% em relação ao ano anterior.
Considerando o ano de 2024 por completo, e em todos os seus setores, a Samsung teve receitas de 300 trilhões de won (~R$ 1,2 trilhão), e lucros de 32,7 trilhões de won (~R$ 132 bilhões).
Para o futuro, a empresa aposta em impulsionar a lucratividade por meio do aumento nas vendas de celulares dobráveis e tops de linha, especialmente por conta de inovações de IA. Divisões como a de semicondutores e a de telas também terão papel essencial para a competitividade da companhia.
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