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TikTok nunca compartilhou dados com o governo chinês, garante CEO

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech
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O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, garantiu que a rede social nunca compartilhou nem compartilhará dados de usuários dos EUA com o governo da China. A declaração foi dada por escrito à Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes na terça-feira (21), segundo o documento obtido pela agência Reuters.

O executivo diz que jamais faria isso, mesmo se houvesse algum pedido do Partido Comunista da China. O TikTok é controlado pela empresa chinesa ByteDance, portanto existe um temor de que o governo de Pequim possa de alguma forma obrigar a companhia a fornecer tais dados.

Chew disse que a ByteDance não pertence nem é controlada por nenhum governo ou entidade estatal."Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China ou de qualquer outro país", relatou.

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O executivo garantiu que versões atuais do aplicativo não coletam informações de GPS precisas ou aproximadas de usuários. "Enquanto os usuários nos Estados Unidos representam 10% de nossa comunidade global, sua voz representa 25% do total de visualizações em todo o mundo", ressaltou no testemunho.

Esse depoimento é uma fase que antecede a ida presencial ao parlamento para esclarecer todas as dúvidas dos representantes, previsto para ocorre na próxima quinta-feira (23). A ida ocorre em um momento delicado no qual a rede social está sob ameaça de banimento do terrítório dos EUA, por supostos vazamentos de dados de cidadãos americanos.

Proibição e banimento do TikTok

Na semana passada, autoridades teriam exigido que o TikTok fosse vendido para uma empresa dos EUA, ou então que se retirasse do país. Antes, a Câmara dos Representantes e vários órgãos estaduais dos EUA baniram a rede social dos celulares corporativos.

A União Europeia, o Reino Unido e a Nova Zelândia também adotaram medidas similares como forma de se precaver se possíveis vazamentos. Autoridades e trabalhadores vinculados aos governos de tais nações podem ter o TikTok instalado em celulares o tablets funcionais.

Chew disse que só se deve aplicar alguma proibição quanto não há alternativas restantes. Na visão do CEO, há vários caminhos que podem ser adotados antes de uma medida tão drástica.

Projeto Texas

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O TikTok gastou mais de US$ 1,5 bilhão (quase R$ 8 bilhões) em reforços de segurança de dados e ferramentas de proteção. O chamado "Projeto Texas" envolve realizar auditorias e incursões para demonstrar às autoridades que não existe extração de informações dos servidores locais para a China.

O executivo disse que pretende manter os dados dos EUA sob proteção da lei norte-americana e com total controle de uma equipe de segurnaça liderada por equipes locais. Seria uma estrutura 100% sediada no país, onde não haveria como o governo chinês acessar ou obrigar ninguém a fazê-lo.

Isto já estaria ocorrendo desde o ano passado, quando o TikTok passou a centralizar os dados dos EUA no serviço Oracle Cloud. Informações que estavam em data centers fora, como os localizados em Cingapura, já teriam sido movidos.

O testemunho de Chew alega que 60% da ByteDance pertence a investidores globais de fora da China. Outros 20% seriam exclusivos dos fundadores e o restante ficam distribuídos entre os funcionários, "incluindo milhares de americanos".

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Esta deve ser a semana decisiva na relação do TikTok com os Estados Unidos. Se conseguir convencer os parlamentares, talvez a rede social dos vídeos curtos ganhe uma sobrevida. Se eles torcerem o nariz, o futuro da plataforma será incerto, com possíveis efeitos no restante do mundo.

Fonte: Reuters