TikTok é banido em dispositivos do governo do Reino Unido
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
O TikTok foi banido dos dispositivos usados por funcionários públicos e autoridades do Reino Unido. Pessoas vinculadas ao governo não poderão ter a rede social instalada em celulares, tablets ou computadores usados para fins de trabalho.
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Conforme relato da Bloomberg, a proibição é uma medida de segurança preventiva adotada pelo Secretário de Estado do Gabinete, ministro Oliver Dowden. O político disse que certas plataformas podem representar um risco ao acessar informações não autorizadas ou dados confidenciais do governo.
A proibição não inclui dispositivos pessoais de funcionários do governo ou ministros. Estão previstas isenções da regra pessoas que usam o TikTok para trabalho, como comunicadores e assessores. Também não foi revelado como o monitoramento será feito nem as possíveis penalidades para quem descumprir a regra.
Este é mais um duro golpe contra o TikTok vindo de uma importante nação. Os Estados Unidos parecem estar em pé de guerra com o serviço, ao ponto de ameaçá-lo de expulsão do mercado local se a gestão não for feita por uma empresa estadunidense. Já a Comissão Europeia também analisa possíveis infrações do aplicativo contra o consumidor.
Tanto os EUA quanto a UE já baniram o aplicativo dos dispositivos de funcionários ligados ao governo. Agora, o Reino Unido também se junta a esse seleto grupo que teme ter seus dados secretos vazados para o governo chinês.
O que diz o TikTok sobre o banimento
Segundo a Bloomberg, um porta-voz do TikTok afirmou estar desapontado com a decisão do governo britânico. O representante garantiu que tal proibição é baseada em equívocos fundamentais, influenciada por fatores geopolíticos mais amplos, sem qualquer envolvimento do TikTok e dos usuários do Reino Unido.
A ByteDance, dona do TikTok, já reiterou não ter nenhuma ligação com membros do Partido Comunista da China, mas a fala não parece ter amenizado os órgãos reguladores. Existe uma suspeita de espionagem, coleta indevida e repasse desautorizado de informações, o que afetaria políticos, jornalistas, figuras públicas e outras pessoas notórias.
O grande problema estaria na legislação chinesa, que obriga empresas a repassar dados solicitados pelo governo da China quando solicitado. Há um temor de que a ByteDance faça esse compartilhamento para não ser penalizada na sua terra natal.
O CEO da companhia deve comparecer ao Congresso dos Estados Unidos na próxima semana para responder a perguntas e esclarecer as coisas. Existe também uma movimentação da ByteDance para abrir sua plataforma para a Oracle (ou outra empresa designada) analisar possíveis inconsistências do app.
Fonte: Bloomberg