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Instagram teria reservado orçamento para atrair e manter jovens na plataforma

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 18 de Outubro de 2021 às 12h22

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cyndidyoder83/Pixabay
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Devido aos acontecimentos recentes, o Facebook parece estar mais preocupado do que nunca com a possível perda de usuários adolescentes da plataforma. Segundo o jornal The New York Times (NYT), o Instagram teria destinado uma grande parte do seu orçamento de marketing para realizar ações de divulgação do serviço voltadas especialmente aos jovens.

Em um memorando interno datado de outubro do ano passado, a rede social teria se mostrado preocupada com a perda do apoio, o que fez com que a equipe traçasse uma estratégia mais agressiva de marketing para essas pessoas específicas. Esse relato faz sentido, já que foram introduzidas novas ferramentas para proteger perfis de adolescentes com muito mais consistência em 2021 e uma nova modalidade de vídeos curtos (o Reels) inspirada no principal concorrente.

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Uma das novidades teria sido também o Instagram Kids, uma versão especial voltada para os menores de 12 anos, que hoje não podem se cadastrar no app tradicional. Essa rede seria livre de propagandas e teria um rigoroso processo de entrada, bem como controle total dos pais sobre o conteúdo, mas mesmo assim responsáveis, autoridades e críticos viram perigo para os pequenos na iniciativa, algo que obrigou a rede a suspender temporariamente o plano.

Desde 2018 que a maior parte do orçamento anual de marketing da rede é voltado para adolescentes, segundo o NYT — em 2021, a estimativa é de US$ 390 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) reservados. Embora o foco fossem pessoas entre 12 e 18 anos, há ações voltadas também para os pais e jovens adultos, afinal este último público-alvo também é um dos principais consumidores da rede.

Em julho, a rede introduziu mecanismos para evitar mensagens indesejadas no Direct ou comentários de desconhecidos nos perfis de adolescentes. No mesmo mês, trouxe mais detalhes sobre o funcionamento da inteligência artificial criada para excluir crianças, embora isso não seja ainda 100% efetivo.

Polêmica atrás de polêmica

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Essa novidade chega no exato momento em que uma série do The Wall Street Journal veio à tona com estudos internos da rede social que tratavam sobre o potencial nocivo na saúde mental de adolescentes — em um dos casos, as meninas disseram serem insatisfeitas com seus corpos e que o Instagram piorava essa imagem. Após a acusação, a companhia se defendeu ao alegar uma interpretação errônea dos dados e até chegou a divulgar arquivos com ponderações sobre os aspectos levantados.

Além disso, uma ex-engenheira de produtos do Facebook chamada Frances Haugen também vazou documentos recentemente sobre as redes sociais e acusou a companhia de prezar o lucro acima de qualquer coisa, mesmo que tenham impacto sobre a saúde mental das pessoas, rasgos no tecido social ou enfraquecimento da democracia — a rede, inclusive, teria supostamente calibrado o algoritmo para incentivar a animosidade como forma de aumentar o engajamento com a plataforma.

Um porta-voz do Facebook teria minimizado o impacto da reportagem do Times e dito que a informação sobre a concentração do orçamento de marketing nos adolescentes era falsa. Apesar disso, admitiu que os mais jovens são uma das comunidades mais importantes porque identificam e definem tendências sociais.

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A verdade é que o Instagram tem motivos para se preocupar, de fato, afinal o TikTok é hoje o "queridinho" nas redes sociais mundiais, inclusive é o líder de downloads desde o ano passado. Na rede social chinesa, os jovens são maioria na audiência e na criação de conteúdo, algo que é levado bem a sério a ponto de produzir ferramentas exclusivas para eles, com lançamentos regulares e constantes, para reduzir experiências negativas.

Fonte: New York Times