Instagram é processado por supostos efeitos nocivos aos usuários
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
O Instagram vai enfrentar mais um processo nos Estados Unidos por supostas alegações de efeitos prejudiciais às pessoas. Duas famílias de Kentucky, nos Estados Unidos, entraram como uma ação contra a empresa por supostamente priorizar o engajamento do usuário em vez de cuidar da sua segurança, com a exposição a vícios, comparações sociais e produtos nocivos para a saúde.
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A rede social da Meta é acusada pelo Social Media Victims Law Center, órgão representante das duas famílias na ação, de desencadear problemas como depressão, distúrbios alimentares e tentativas de suicídio. “Apesar do conhecimento das características perigosas e prejudiciais de seu produto, a Meta tomou e continua a tomar decisões de negócios baseadas no custo-benefício e está consistentemente priorizando seus lucros astronômicos sobre a vida humana”, dizem os processos, conforme apuração da agência de notícias Reuters.
Segundo a Reuters, a Meta enfrenta pelo menos nove outros processos que acusam a empresa de prejudicar a saúde mental de adolescentes nos Estados Unidos. Nenhum deles ainda teve desfecho, portanto não se sabe ao acerto o que esperar da justiça norte-americana.
A ação é mais um capítulo da saga enfrentada pela Meta no mundo, mas principalmente nos EUA, sobre as alegações de prejuízos à saúde mental das pessoas. Uma ex-funcionária chamada Frances Haugen, gerente de produto do Facebook, vazou documentos internos que mensuravam resultados de pesquisas — as ações fazem menção a esse conjunto de dados.
Meta já se defendeu antes
A empresa já se manifestou publicamente sobre as acusações por meio do vice-presidente e head de pesquisa do Facebook, Pratiti Raychoudhury. De acordo com Raychoudhury, o estudo revelou também os benefícios do uso do Instagram: "A pesquisa demonstrou que muitos adolescentes sentiram que usar o Instagram os ajudam quando estão lutando contra momentos difíceis e problemas que enfrentaram sempre".
O texto publicado na época negou supostas informações levantadas pelo Wall Street Journal e alegou que a companhia fala abertamente sobre os pontos negativos da mídia social de forma igual como trata os benefícios há mais de uma década. A ideia da avaliação interna seria um mapeamento para ajudar no trabalho de combater os pontos negativos e maximizar os positivos.
No ano passado, o chefe do Instagram, Adam Mosseri, foi ao Congresso dos Estados Unidos para falar sobre o assunto. Na ocasião, disse estar comprometido em manter os usuários seguros e a companhia lançou diversos produtos focados em adolescentes e responsáveis, como controles parentais mais rígidos.
Instagram na luta contra acusações
Outro exemplo recente é a obrigação de todos os membros declararem sua idade, bem como o bloqueio imediato dos menores de 13 anos. Quem tem menos de 18 anos tem recursos automaticamente ativados, como alertas para dar um tempo da plataforma, e a possibilidade de monitoramento do tempo de uso pelos pais.
O TikTok, rival direto do Insta, também já foi alvo de alegações semelhantes e está na mira de autoridades. Um grupo de procuradores-gerais dos Estados Unidos abriu uma investigação para descobrir supostos impactos negativos em crianças e se a rede social viola leis de proteção ao consumidor.
Fonte: Reuters