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Facebook será o grande prejudicado por novas regras do iOS, diz ex-funcionário

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 14 de Março de 2021 às 19h00

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Facebook será o grande prejudicado por novas regras do iOS, diz ex-funcionário
Facebook será o grande prejudicado por novas regras do iOS, diz ex-funcionário
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Há pouco mais de um mês, a Apple pôs em ação sua nova política de privacidade e transparência de coleta de dados do iOS. As novas normas chacoalharam o mercado e colocaram o modelo de negócios de gigantes como o Facebook em jogo — e é provável que resulte em grandes mudanças internas.

Pelo menos é o que conta um antigo funcionário da companhia entrevistado pela CNBC. Ele comenta que o Facebook conta com métodos de coleta extensiva de dados, tanto durante a navegação no app quanto em compras posteriores. A rede social aproveita de conceitos como a “view-throught conversions”, capaz de identificar quando um anúncio levou a uma aquisição, mesmo que ele não tenha gerado qualquer ação quando apresentado.

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Isso significa que o Facebook é capaz de visualizar suas ações e registrar quais foram os anúncios direcionados a cada usuário — seja no próprio Facebook ou no Instagram. Todo o registro se dá através do IDFA, um identificador único de cada usuário que configura seu perfil (idade, sexo, orientação sexual, interesses) para anunciantes.

Esse registro individual, por sua vez, passou a ser opcional, contudo, ao ficar de fora, toda a personalização oriunda dos refinados algoritmos de direcionamento é ignorada e o monitoramento passa a ser feito exclusivamente durante o uso dos apps da companhia.

Impacto nos pequenos anunciantes

Em defesa do seu modelo de negócios, o Facebook alega que as políticas restritivas do ATT (App Tracking Transparency, a nova política do iOS) impactam majoritariamente os pequenos anunciantes. E esse é o principal argumento da companhia para convencer a aceitação do IDFA em dispositivos Apple.

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Ao assumir uma pretensa defesa dos pequenos anunciantes, o Facebook se coloca em uma posição moral “superior” e isso impacta diretamente na reputação da companhia. Mark Zuckerberg não quer associar o fornecimento de dados do usuário à sua rede social, mas sim ao pequeno comerciante: a loja de café, o dono de mercearia e pizzarias, por exemplo.

Nessa linha, o Facebook começou a distribuir janelas especiais para apresentar as políticas de privacidade aos usuários de iPhone. O anúncio descreve a coleta de dados como algo amigável e que “apoia companhias que utilizam anúncios para alcançar seus consumidores”, anexando também documentos mais completos sobre a prática e quem seriam os verdadeiros beneficiários da prática.

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Crise nem tão relevante

De acordo com o ex-funcionário do Facebook, a diminuição do IDFA não levará a uma queda significativa para essas pequenas empresas. A menor oferta de dados, de fato, resultará num direcionamento de propagandas menos eficiente que, por sua vez, impacta nos negócios que anunciam no Facebook — mas não seria tão exagerado quanto conta o Facebook.

Para os menores anunciantes, o impacto pode nem ser notado, segundo o entrevistado da CNBC. Clientes menores não necessitam de muitos dados para encontrar seu público-alvo — basta o sexo e a idade do usuário, normalmente apresentados voluntariamente na descrição do perfil, para direcionar as propagandas e esperar um bom retorno financeiro a partir disso.

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“Se você conversar com qualquer dono de restaurante e perguntar a eles o que é o IDFA, acho que eles nem vão ter ideia do que se trata”, comentou o ex-funcionário. “Afeta o Facebook em escala, mas não os pequenos empreendedores”, completou.

Para ele, os únicos afetados pela diminuição na adesão do IDFA serão as startups que contratam profissionais para encontrar seus consumidores. Fora eles, o Facebook toma a verdadeira pancada, visto que perde boa parte da sua base de usuários do iOS — majoritária nos Estados Unidos — do seu principal produto. Em agosto de 2020, a companhia previu uma queda de 50% da audiência dos anúncios devido a introdução das novas políticas.

Outro pavor da gigante de Mark Zuckerberg seria perder anunciantes para o Google, com seu Google Ads. O produto concorrente é maior que o Facebook, pois aproveita a popularidade do buscador e um extenso ecossistema para o monitoramento, criação de perfis e direcionamento de propagandas.

Vale lembrar que o usuário do Facebook tem seus hábitos monitorados mesmo fora do IDFA. Quando desabilitado, somente as ações feitas durante o uso do aplicativo são supervisionadas, sendo assim,dados compras ou o consumo de conteúdo comercial no Instagram e Facebook ainda são anexados ao perfil individual e, por sua vez, utilizados para direcionamento de propagandas.

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Fonte: CNBC