Apple esclarece confusão sobre app de música padrão no iOS 14.5; entenda
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 05 de Março de 2021 às 07h40
A Apple veio a público para esclarecer uma confusão em relação ao iOS 14.5. A empresa de Cupertino explicou que não é possível alterar o aplicativo padrão de reprodução de músicas, conforme foi noticiado aqui no Canaltech e em diversos outros sites.
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Tudo começou em fevereiro, após o lançamento do beta, quando vários testadores notaram que a Siri perguntava qual serviço de música eles gostariam de usar quando pedissem para tocar música. O recurso apareceu pela primeira vez no beta 1, foi retirado do beta 2, mas retornou com o lançamento do beta 3, o que chamou a atenção. A Maçã, contudo, não considera isso como um recurso de “definir um padrão”, tal qual fez recentemente com aplicativos de envio de e-mails e navegador.
Na verdade, a pergunta seria resultado da inteligência artificial da Siri, que vai sendo aprimorada graças ao mecanismos de aprendizado de máquina (machine learning) para compreender os hábitos do usuário. Se você disser para a assistente virtual tocar uma música agora, ela poderá perguntar qual serviço deseja usar para ouvir, mas isso não significa que o mesmo app será usado nas próximas vezes. Pode ser que, em outra ocasião, ela volte a questioná-lo sobre qual aplicativo executar.
Segundo o esclarecimento da Apple, é fundamental explicar isso para o usuário não achar que suas preferências já foram definidas. A empresa enfatizou que o iOS não possui uma opção para configurar um serviço de música padrão.
Desenvolvedores podem se beneficiar
A ideia da fabricante do iPhone é usar esse conhecimento adquirido para diferenciar os tipos de conteúdo áudio. Talvez você queira usar o Spotify para ouvir música, mas prefere acompanhar seus podcasts no Apple Podcasts. Ou, então, pode querer escutar um áudio book em um aplicativo específico para tal finalidade, em vez de fazê-lo no Tidal.
Essa opção pode dar aos desenvolvedores de aplicativos a possibilidade de inserirem APIs personalizadas que forneçam à Siri mais inteligência sobre o que as pessoas ouvem em seus serviços e por quê. Assim, a assistente virtual atenderia às solicitações com mais precisão.
A parte mais importante é que essa atitude não ia interferir no livre arbítrio do usuário, já que ele poderia continuar solicitando determinado serviço pelo nome, ainda que não seja a preferência mais usual. Por exemplo: você ainda poderia pedir que a Siri tocasse uma “playlist de rock alternativo no Deezer”. Então, mesmo que você ouça a playlist sempre no mesmo serviço, na próxima vez que o usuário pedir para a assistente virtual tocar uma música sem definir um app específico, ela poderia questionar novamente em qual aplicativo deve fazê-lo.
Apple é criticada por supostas práticas anticompetitivas
Embora pareça um esclarecimento simples, isto é fundamental no momento atual, no qual a Apple tem sido criticada por desenvolvedores em razão de determinados comportamentos na App Store e no seu sistema operacional. O Spotify, por exemplo, já alegou que a fabricante está se comportando de forma anticompetitiva ao cobrar uma taxa de 30% sobre as transações realizadas dentro dos aplicativos publicados no marketplace.
O fato de não permitir estabelecer esse “padrão” pode ser uma resposta da criadora do iOS a esses questionamentos, afinal o usuário do iPhone tenderia a optar pelo recurso da própria empresa em razão do laço de confiança estabelecido. Com isso, a Apple oferece mais liberdade para as demais companhias do segmento, sem forçar o usuário a usar algo que ele não deseja.
Depois de processos e muitas reclamações dos concorrentes, será que a Apple está mudando sua postura? O que você acha? Comente!
Fonte: TechCrunch