X-Men confirmam por que sua missão final é deixar de existir
Por Claudio Yuge |
Desde que a primeira história dos X-Men foi publicada em The X-Men #1, em 1963, as tramas envolvem diversos assuntos envolvendo a convivência pacífica entre diferentes povos. Já a equipe de heróis foi montada especificamente para proteger, acolher e ensinar os mutantes, assim como para impedir que seus próprios pares machuquem os humanos. Há anos os Filhos do Átomo têm noção de que a principal missão do grupo é deixar de existir.
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Atenção para spoilers para X-Men #35/Uncanny X-Men #700!
As tramas dos X-Men abordam as mazelas causadas por discriminação e preconceito, assim como o medo da sociedade encarar a diferença. Ao longo do tempo, as mensagens embutidas nos ideais dos mutantes também abraçaram a compreensão da complexidade de cada um e a forma como podemos aprender a transformar “defeitos” que nos marginalizam em “dons”. E a equipe de heróis nasceu, em especial, para proteger a vida e o sonho de uma vida pacífica entre humanos e mutantes.
Contudo, há uma boa razão pela qual a equipe precisa deixar de existir, e um dos membros fundadores dos X-Men apresentou um argumento agridoce sobre como e por que a trajetória do grupo de heróis terminaria — afinal, nas histórias sobre sofrimento e luta, a maneira ideal de encerrá-las é acabar com esses problemas e seguir em frente.
E é justamente sobre isso que Jean Grey fala em uma HQ, em uma conversa na qual ela afirma que o melhor futuro para os mutantes é aquele em que não existam X-Men.
Utopia mutante após massacre
Em X-Men #35 (ou Uncanny X-Men #700), lançado recentemente, os milhares de mutantes que aparentemente tinham morrido quando o Professor X obrigou-os a entrar em portais são mostrados retornando do exílio da chamada Krakoa Pacífica.
Quando Krakoa foi devastada pelo ataque brutal da organização supremacista antimutante Orchis (ou Orquídea) no Massacre de Mutantes do Hellfire Gala, Professor X enviou um comando mental obrigando milhares de mutantes a entrar em portais sem aparente destino certo e seguro — aos olhos públicos, Xavier teria mandado todos à morte certa.
Na verdade, eles foram enviados para a Sala Quente Branca, um reino sobrenatural que conecta os hospedeiros da Força Fênix e fica fora do espaço e tempo — um canto do Universo Marvel que ninguém sabe explicar e serve para tudo quanto é coisa, até como fonte do poderoso novo metal mysterium.
Esse local, que inicialmente serviu de abrigo para os sobreviventes enviados por Xavier, acabou se tornando um retiro espiritual e até uma nova utopia mutante. Sem a intolerância humana, os milhões de Filhos do Átomo que foram parar ali transformaram o reduto em um paraíso sustentável chamado de Krakoa Pacífica.
Por que os X-Men não têm que existir?
X-Men #35 revela que 15 anos se passaram desde que os moradores de Krakoa Pacífica chegaram por meio dos portais. No entanto, eles enfrentam a oposição de Apocalipse, que vê o pacifismo como prova de que precisam de sua liderança.
Jean Grey rebate Apocalipse, explicando que os Krakoanos encontraram seu melhor mundo, onde sua liderança e os X-Men não são necessários. A heroína desenvolve uma ideia que Xavier, antes de ele ter ficado doidão, teria argumentado no passado: em uma utopia, não há necessidade da equipe que ele criou para proteger a vida e o sonho de uma vida pacífica entre humanos e mutantes.
Embora a trama não tenha mostrado tantos detalhes sobre a organização política, econômica e social da Krakoa Pacífica, provavelmente não é um mundo em que qualquer pessoa possa viver. De qualquer forma, o esforço ativo e contínuo para alcançar a “terra prometida”, revela que os X-Men deixarão de existir em um paraíso mutante.