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11 mudanças que o Homem-Aranha de Sam Raimi fez em relação às HQs

Por| 12 de Agosto de 2020 às 19h00

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Homem-Aranha, de Sam Raimi, lançado em 2002, foi um marco, pois, ao lado de X-Men, que estreou em 2000, o longa ajudou a dar o pontapé inicial para a explosão do cinema de super-heróis. A adaptação foi a mais fiel aos quadrinhos desde que então subgênero ganhou força com Superman, de Richard Donner, de 1978. Ainda assim, Raimi precisou fazer algumas mudanças para tornar a ambientação e os personagens mais verossímeis.

O diretor manteve o tom, a estética e a caracterização clássica de Stan Lee e Steve Ditko. Contudo, em um cenário em que os filmes de super-heróis ainda precisavam superar o rótulo de “entretenimento infantil” e estabelecer seu próprio gênero — algo que só aconteceu mesmo a partir de Homem de Ferro, em 2008.

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Assim, Raimi optou por algumas alterações para atender aos padrões da época. Vale destacar que esses “ajustes”, embora talvez não funcionassem tão bem no mercado estabelecido que os super-heróis têm atualmente, encaixaram-se adequadamente há 18 anos. Vamos então lembrar o que mudou das HQs para Homem-Aranha.

Atenção: ainda que o filme já esteja por aí há mais de 18 anos, o texto abaixo pode trazer spoilers

1. Sem Gwen Stacy

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A ausência mais notável no filme foi a de Gwen Stacy, afinal, ela tem papel primordial nos primeiros anos de Peter Parker como Homem-Aranha e, claro, tem sua emblemática morte causada pelo Duende Verde — um dos momentos mais traumáticos das histórias em quadrinhos.

Para agilizar o crescimento do herói, a trama combinou elementos da trajetória de Gwen e Mary Jane na personagem vivida por Kirsten Dunst. Gwen acabou aparecendo em Homem-Aranha 3, mas, diferente das HQs, ela não tinha o relacionamento sério que ambos viveram no passado.

2. Mary Jane é a paixão infantil/adolescente de Peter

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A Mary Jane dos quadrinhos só conheceu Peter na edição nº 42 de Amazing Spider-Man, e, apesar da atração óbvia entre eles desde o início, foram necessárias mais de 80 edições para eles começarem a namorar — como dito acima, a primeira paixão do herói foi Gwen.

Raimi teve influência da versão Ultimate do Homem-Aranha (uma que vivia em um universo paralelo e era mais amigável aos novos leitores no início dos anos 2000), em que Mary Jane mora ao lado de Peter, que, sem o seu conhecimento, tem uma queda por ela desde a infância.

3. Duende Verde joga Mary Jane de uma ponte

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Embora Gwen Stacy tenha ficado de fora do primeiro filme, o maior inimigo do Homem-Aranha nos quadrinhos, o Duende Verde, teve participação garantida. Como sabemos, o crime mais notável do vilão foi assassinar Gwen ao jogá-la da ponte George Washington.

O terceiro ato de Homem-Aranha até adaptou com fidelidade as edições 121 e 122 de Amazing Spider-Man, com o Duende Verde sendo empalado por seu próprio planador. Mas, como Mary Jane é quem era o interesse amoroso de Peter, foi ela a sequestrada e atirada da ponte. Além disso, o final não foi trágico como nas revistas, pois o Cabeça de Teia conseguiu salvá-la.

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4. Harry é amigo de Peter no colégio

Peter só conheceu Harry Osborn em seu primeiro dia de faculdade, em Amazing Spider-Man #31. Desde então, os dois tiveram um relacionamento tumultuado, indo da apatia à amizade íntima até se tornarem inimigos — em seguida, todo esse caminho de volta.

Em outra mudança inspirada pelo Homem-Aranha da versão Ultimate, o filme se adianta e coloca Harry como amigo de Peter no colegial, antes deles se tornarem rivais pelo amor de Mary Jane na faculdade. Isso faz bastante sentido, porque dá mais estofo para o passado dos dois e oferece um cenário mais rico para ser explorado de forma dramática nos longas seguintes.

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5. Mendel Stromm não é um vilão

Mendel Stromm estreou em Amazing Spider-Man # 37 como o principal antagonista da história. Ele era um ex-parceiro de negócios de Norman Osborn e foi o responsável pela fórmula química que transformou Osborn no Duende Verde.

No Homem-Aranha de Raimi, Stromm é interpretado por Ron Perkins e mantém seu papel na Oscorp, mas, ao contrário dos quadrinhos, é assassinado pelo Duende Verde antes mesmo de destilar sua vilania.

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6. Norman Osborn e Duende Verde são personalidades separadas

Em uma decisão inspirada no Duende Verde da série animada do Homem-Aranha nos anos 1990, Raimi retrata Norman Osborn sofrendo de transtorno de personalidade múltipla, com sua "metade maligna" se manifestando como o Duende Verde.

Embora nos quadrinhos Norman tenha enlouquecido por sua transformação no Duende Verde, sua mente nunca se partiu tão completamente a ponto de ele e o Duende se tornarem personalidades distintas habitando o mesmo corpo. Contudo, esta é uma mudança compreensível, visto que seria difícil retratar a luta interna do vilão na tela de qualquer outra forma — e, no final das contas, isso resultou em cenas memoráveis na interpretação de Willem Dafoe.

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7. Flash Thompson não amadurece

Eugene "Flash" Thompson é um dos primeiros personagens coadjuvantes do Homem-Aranha, remontando a Amazing Fantasy #15. Caracterizado como atleta estereotipado, assim como no filme, ele passava grande parte de seu tempo praticando bullying com Peter Parker.

Mas nos quadrinhos Flash também admirava o Homem-Aranha, algo presente na versão atual, de Tony Revolori, nos filmes protagonizados por Tom Holland. Com o tempo, Flash amadureceu e se tornou mais gentil, até mesmo se tornou amigo de Peter. Isso foi completamente descartado do filme de Sam Raimi e a participação do personagem se resume aos tempos colegiais no primeiro ato.

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8. Teias orgânicas

Essa foi uma das mudanças mais polêmicas na adaptação de Raimi, já que, como sabemos, foi Parker quem criou seus próprios atiradores de teia e a substância que a compõe. No filme, o fluido faz parte de sua nova biologia e sai diretamente dos pulsos do herói.

Na época, a justificativa foi bastante aceitável: Raimi disse que seria muito improvável um adolescente falido como Peter criar um aderente “que nem mesmo a 3M, após décadas de pesquisa, conseguiu criar”, independente do quão inteligente o personagem seja.

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9. Morte do Tio Ben

O assassinato de Ben Parker foi um eixo dramático, tanto para a estreia do Homem-Aranha nos quadrinhos quanto para sua adaptação cinematográfica. Mas as circunstâncias são bem diferentes. Em Amazing Fantasy #15, Ben foi assassinado em casa quando um ladrão praticava um assalto. No filme ele esperava por Peter no carro, em frente a uma biblioteca, quando o criminoso atira e rouba seu carro para fuga.

Isso pode parecer não parecer uma grande mudança cosmética, mas aumenta a culpa que Peter sente posteriormente: ele não apenas deixou o futuro assassino de Ben escapar, como também, inadvertidamente, colocou seu tio na linha de fogo.

10. Peter não para o ladrão por outra razão

A história original mostra que Peter passa a dar mais valor à sua missão de salvar as pessoas porque um dia falhou em parar um ladrão que, posteriormente seria o assassino de seu tio. A partir daí, ele jurou que sua arrogância não o impediria novamente de ser um herói. Em Amazing Fantasy #15, Peter simplesmente não se deu ao trabalho de intervir.

Já no filme, Peter deixa o criminoso escapar para dar o troco no promotor de uma arena de lutas que não quis pagar o valor no caso de vitória — ou seja, o que era originalmente apatia se tornou vingança. Essa foi outra mudança compreensível, pois tornou as emoções do herói em algo muito mais palpável para um adolescente qualquer na mesma situação.

11. Uniforme

O traje clássico do Homem-Aranha é uma de suas marcas registradas em todo o mundo. A Marvel trabalha mais com cores do que com símbolos. Superman, Batman e Mulher-Maravilha, da DC Comics, possuem ícones mundialmente reconhecíveis, enquanto o esquema de tons do Capitão América ou do Homem de Ferro nos fazem lembrar mais desses personagens.

No caso do Amigo da Vizinhança, Raimi manteve o visual clássico de Ditko e tornou-o mais prático e real, com texturas no desenho das teias e no próprio tecido. Isso com certeza ajudou o Marvel Studios a imaginar a abordagem hi-tech atual de Tom Holland.

E você, lembra de outra mudança significativa? Conta para a gente nos comentários!

*Com informações e imagens do CBR.