Comparativo watchOS vs Wear OS | Qual sistema vestível é mais completo?
Por Felipe Junqueira | Editado por Léo Müller | 23 de Junho de 2022 às 17h54
Assim como nos celulares, Apple e Google praticamente dominam o mercado de sistemas operacionais para vestíveis. Mas é difícil entender bem as diferenças entre watchOS e Wear OS. Para ajudar, o Canaltech traz um comparativo entre os sistemas presentes nos relógios da Apple e de algumas parceiras do Google.
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O que muda visualmente, quais recursos estão presentes apenas em um deles? Além disso, também há um resumo sobre usabilidade. Veja quais são as diferenças entre watchOS e Wear OS antes de escolher qual sistema operacional você prefere em seu relógio. A partir daí, fica mais fácil escolher um modelo.
Visual
Ambos watchOS e Wear OS oferecem uma boa variedade de mostradores, também chamados de watch faces. E muitos são gratuitos, com alguns deles pré-instalados, inclusive. Para os extras, há uma diferença: no sistema do Google, é possível baixar visores de terceiros.
Para isso, basta ir até a Play Store, onde há uma grande variedade de watch faces para baixar. Alguns são pagos, mas boa parte é gratuita. E muitos deles são personalizáveis, com a possibilidade de exibir temperatura, batimentos cardíacos, passos e afins.
No watchOS, você fica limitado a opções da Apple, ou precisa encontrar amigos ou pessoas na internet que possam compartilhar criações próprias diretamente pelo relógio. Também há mostradores personalizáveis no sistema da Maçã.
Se você gosta de trocar entre diferentes watch faces durante o dia, é possível de maneira fácil tanto no watchOS quanto no Wear OS. Você pode escolher entre um mostrador para o horário de trabalho, outro para praticar exercícios e mais um para a hora de descanso, no final do dia.
Visualmente, ambos possuem interface baseada em cards. Porém, o watchOS é um pouco mais sutil, e no geral fica parecendo um celular de tamanho reduzido.
Usabilidade e praticidade
Usar um relógio com watchOS ou Wear OS não é nenhum grande mistério. São, geralmente, apenas dois botões, e com opção de coroa giratória em modelos mais avançados. Além disso, a tela é sensível ao toque e permite interação simplificada com itens no visor.
Falando na coroa digital, você a tem em um dos botões no Apple Watch. Basta girar para subir ou descer o conteúdo na tela. No Wear OS, alguns modelos possuem a coroa em volta do visor, com a mesma função de subir ou descer menus e textos.
Apesar da interface baseada em cards, como já mencionado acima, o Wear OS deixa isso mais evidente. Cada aplicativo é uma espécie de bloco circular, até para aproveitar o formato da tela, geralmente um círculo.
No watchOS, a tela é quadrada, e você não repara tanto em blocos quando transita entre os apps. Além disso, há um dock com as aplicações usadas recentemente, igual você vê nos celulares. Para acessá-la, basta deslizar da borda inferior para cima no mostrador inicial.
Ambos os sistemas também oferecem a possibilidade de usar assistentes de voz. No watchOS, quem desempenha esse papel é a Siri. Já no Wear OS é Google Assistente. No entanto, há relógios que não possuem suporte, como o Galaxy Watch 4, que tem a Bixby no lugar.
Recursos e aplicativos
Os dois sistemas têm suporte a diversos aplicativos, tanto nativos quanto instaláveis pela loja de cada empresa. YouTube Music e Spotify são exemplos, que permitem que você ouça música durante uma caminhada ou corrida na rua, por exemplo.
Também há suporte em ambos os sistemas para Google Maps, Calm e Adidas Running, entre vários outros apps com diferentes funções. Nativamente, você tem o Apple Fitness no watchOS, com opção do serviço de assinatura para ser seu treinador pessoal. O Wear OS tem o Google Fit.
Uma característica interessante do app da Gigante das Buscas é a possibilidade de conectá-lo a outros rastreadores. Você pode monitorar suas atividades e enviar os dados para outros serviços, como Strava, MyFitnessPal e outros.
Além disso, o Google Fit monitora batimentos cardíacos, calorias queimadas e passos. Esses recursos também estão presentes no Apple Watch nativamente. Mas o app do Google também oferece exercícios de respiração e relaxamento, além de cronometrar atividades físicas.
Claro que o watchOS também consegue acompanhar seus exercícios físicos. Entre eles, estão: corrida, caminhada e bicicleta. Para fazer o monitoramento em tempo real, pode ser necessário começar manualmente no app.
Adicionalmente, tanto os relógios da Apple quanto o Galaxy Watch com Wear OS possuem GPS e sensores de batimentos cardíacos e ECG. Também podem, dependendo do modelo, monitorar o nível de oxigênio no sangue.
Outro recurso interessante é a possibilidade de usar o relógio como carteira digital. No watchOS, isso se dá graças ao Apple Pay e Wallet, enquanto no Wear OS é um trabalho do Google Pay. No caso do Galaxy Watch 4, você tem o Samsung Pay integrado, mas também pode usar a solução do Google.
Conectividade
Há uma diferença importante de citar entre o watchOS e todos os outros sistemas operacionais de vestíveis: a compatibilidade. O sistema da Apple só permite pareamento com iPhone, e o relógio da Maçã precisa de um celular da empresa para ser configurado.
Outra questão importante sobre o watchOS é que, desde a versão 8, ele exige que o seu iPhone esteja atualizado. Se não tiver o iOS 15 ou superior, o Apple Watch não vai parear com o telefone.
Já o Wear OS funciona com praticamente qualquer celular, desde que não seja muito desatualizado ou não rode a versão Android Go (e tenha Google Play Store instalada). Você pode usar relógios com o sistema do Google tanto em Android quanto em iPhone.
Além dos sistemas operacionais, tem a questão do Bluetooth, Wi-Fi e redes móveis, também. Neste caso, ambos se conectam ao seu celular com a primeira tecnologia, e geralmente oferecem a segunda para puxar notificações quando estão longe do dispositivo.
No caso das redes móveis, varia conforme o modelo. Há Apple Watch com ou sem suporte ao LTE (e, em algum momento no futuro, devem chegar opções com 5G). E o mesmo vale para alguns relógios com Wear OS.
Conclusão
Como você pode ver, os relógios com watchOS e Wear OS vão muito além de meros monitores de atividades com notificações replicadas do celular. Eles são dispositivos independentes, e são mais simples de usar do que parece.
Os sistemas são bastante semelhantes, com recursos parecidos. O que a Apple desenvolveu para seu watchOS, o Google criou um paralelo para seu Wear OS.
Porém, é necessário ter em mente que relógios com o sistema operacional da Gigante das Buscas podem não ter todas as funcionalidades do Apple Watch. Modelos mais modestos não oferecem tudo nativamente, então é bom checar bem a lista de recursos antes de comprar.
O principal ponto diferencial entre eles talvez seja a compatibilidade. Enquanto um smartwatch com Wear OS se conecta a praticamente qualquer celular lançado nos últimos dois anos, o watchOS é limitado ao iPhone.
E nem adianta ter um smartphone Android e tentar usar o relógio da Maçã. É obrigatório fazer o pareamento com um celular da empresa, e se ninguém em sua casa tiver um, ele se torna inútil.
Tirando isso, eu acho pessoalmente o watchOS um pouco melhor otimizado do que o Wear OS. Mas acredito que a maioria dos usuários vai ficar satisfeito com ambos.