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A história da linha Google Pixel

Por| Editado por Léo Müller | 28 de Fevereiro de 2022 às 13h27

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Rafael Damini
Rafael Damini
Pixel 6 Pro

Apesar de não ser muito conhecida aqui no Brasil, a linha de celulares feita pela Google tem uma história com altos e baixos na indústria de smartphones. Dessa forma, decidimos contar a história dessa família bastante curiosa. Hoje vamos falar sobre os Pixels.

Para quem que não conhece, os Pixels são os celulares desenvolvidos pela gigante das buscas, a Google. Ela que também é proprietária do sistema Android que roda em praticamente todos aparelhos celulares do mundo, fora os desenvolvidos pela Apple.

Por isso, decidi apresentar essa linha de dispositivos que ainda não possuem venda oficial em nosso território. Assim, se eventualmente eles começarem a atuar diretamente no Brasil, você já estará por dentro de toda a trajetória da linha Pixel.

O que define um celular da Google?

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Falar da linha Pixel pode ser um desafio, isso porque ela de fato só começou em 2016, com o primeiro Pixel. Mas, isso não quer dizer que não existiam outros aparelhos que se denominavam “celulares da Google” antes disso.

Pode não parecer, mas essa história já tem mais de 13 anos. O detalhe é que fica difícil definir o que era um celular Google, até porque muitos outros aparelhos utilizam o sistema Android.

Outro ponto importante, que precisa ser comentado, é a fabricação dos aparelhos. A empresa trocou diversas vezes de fabricante, o que podia confundir ainda mais, já que, muitas vezes, o aparelho vinha com duas marcas registradas no seu corpo.

Entretanto, talvez o que de fato limite essa definição seja a proposta que a Google tenta implementar desde sempre nos seus aparelhos. Que é a de ser um celular muito “inteligente”.

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Ou seja, ele possui funcionalidades que o tornam único, e vou mostrar para você essa diferenciação de forma mais clara.

Começando pelo Nexus?

Isso mesmo, os primeiros aparelhos com o software com “cara de Google” chamavam-se Nexus. Essa história é bastante extensa com inúmeros aparelhos lançados.

Assim sendo, para não ficar muito confuso, e esta lista não ficar extensa demais, vamos apenas citar os principais modelos Nexus até o Pixel de fato em 2016.

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Começando pelo G1, lançado em 2008 e fabricado pela HTC. Em suma, ele trazia um design bastante único, com uma trackball (semelhante à que existia nos Magic mouse da Apple). Também vinha com um teclado físico que deslizava sob a tela. Esse foi essencialmente o primeiro celular Android a chegar ao mercado.

Depois, em 2009, surgiu o Nexus One, que teve uma pequena evolução de design, trazia tela multitouch e Android Market — precursor da Google Play Store — e ainda era manufaturado pela HTC.

No ano seguinte, tivemos o Nexus S. Mais uma vez, apenas algumas melhorias e novidades, mas agora já com a proposta de ser um flagship de fato. A gigante da tecnologia fechou contrato com a Samsung para a fabricação deste modelo. Ele foi o primeiro a ter tecnologia NFC.

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Ainda sob fabricação da Samsung em 2011, foi lançado o Galaxy Nexus (praticamente um primo distante da linha Galaxy da sul-coreana). Trazia a primeira tela OLED e o fim dos botões físicos. Em termos de comparação, a Apple só abandonou o botão home em 2017 com o iPhone X.

Agora em 2012, foi a vez da LG assumir a fabricação do “celular Google”. O Nexus 4 chegou com configurações muito simples, perdendo o posto de flagship. Apesar disso, já trazia suporte a carregamento sem fio. Isso mostra a busca da empresa em sempre elevar o patamar da tecnologia.

No ano subsequente, as configurações melhoraram, e o Nexus 5 voltou com bastante força. Foi nesta versão que a Google começou a mexer no Android “puro”, começando a dar uma pequena customizada.

Mais uma vez, a fabricação mudou de mãos. Agora ficou sob responsabilidade da Motorola, e o Nexus 6 saiu em 2014. Ele trouxe uma tela bastante generosa, com 6 polegadas, e definiu a função primordial que todo smartphone bom de fotografia tem hoje em dia, estreando o suporte a HDR+.

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Em 2015, tivemos a primeira separação entre uma opção premium e uma mais acessível. Dessa forma, tivemos o Nexus 5X e o Nexus 6P. Ambos traziam propostas distintas, tanto em acabamento como também nas configurações. E, de novo, mudança de fabricante.

O Nexus 5X se manteve com a LG, mas o Nexus 6P foi fabricado pela Huawei. Contudo, essas alterações de fabricantes se encerram nesses modelos. Já que, no ano seguinte, a Google resolveu assumir esse papel e trouxe algo jamais visto antes na indústria de celulares.

Enfim o Pixel

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O modelo chamado Pixel chegou em 2016, agora sim com a cara de um “celular da Google”. Ele tinha design bastante simples em dois tons de cores. Além disso, tinha praticamente todo hardware desenvolvido pela empresa.

Isso possibilitou a ela oferecer funções únicas e diferentes, já que tinha controle dos diferentes componentes que integravam o celular. Começando pelo Google Assistente otimizado e melhorado, com respostas rápidas e intuitivas.

Dessa vez, a marca resolveu incrementar ainda mais coisas no sistema operacional, dando ainda mais a cara dela sobre o Android. Com recursos diferenciados.

Um ponto importante a partir desse modelo é o preço. Isso porque os celulares anteriores eram tidos como flagships, mas o preço era bastante competitivo. Porém, com a chegada do Pixel, tivemos um aumento considerável no valor.

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Pixel 2

No ano seguinte, claramente tivemos a segunda geração do Pixel. Agora com um design em duas cores e sem entrada P2.

Com certeza, o maior destaque deste modelo foi a sua câmera. Ela despontou como a melhor do ano. Tudo isso graças ao incrível pós-processamento que a Google implementou.

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O celular conseguia bater de frente e inclusive superar concorrentes de peso como o iPhone 7 e o Galaxy S8. Mesmo tendo apenas uma câmera traseira e uma de selfie.

Contudo, uma coisa não ia muito bem para essa linha, as vendas. O Pixel 2 conseguiu vender em torno de 3 milhões de unidades, um bom número com certeza. Entretanto, quando comparado às outras fabricantes, vemos a Apple conseguindo atingir por volta 200 milhões de iPhones vendidos, e a Samsung ia além, com praticamente 300 milhões de unidades.

Pixel 3

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Assim, a marca continuou com a terceira geração em 2018. O Pixel 3 continuava com a mesma câmera principal, que recebeu tantos elogios, e adicionou a lente ultrawide no conjunto de selfies. Além disso, melhorou seu modo noturno, surpreendendo mais uma vez tanto os consumidores quanto os entusiastas.

Esse modelo finalmente trouxe certificação IP68 (aparelhos anteriores se mantinham em IP67), protegendo completamente o celular contra água e poeira. E, para surpresa de muitos, o Pixel 3 tinha um notch gigante na tela (semelhante ao que vemos nos iPhones hoje em dia), o que gerou bastante polêmica.

Mas, foi em 2019 que as coisas mudaram para a Google em termos de venda. Foi nesse ano que ela lançou o Pixel 3a, uma versão acessível do flagship. Assim como vemos a Samsung com a linha Galaxy FE.

Esse modelo, foi um sucesso estrondoso de vendas, porque conseguiu trazer diversas funcionalidades presentes nos modelos principais, mas por um preço muito mais atraente.

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Isso definiu a estratégia para os anos seguintes, que vem sendo implementada ano após ano na linha Pixel.

Pixel 4

Chegamos em 2019 em que, além do Pixel 3a, tivemos o Pixel 4, um deslize da linha e que não marcou muita presença. Ele foi um dos modelos mais fracos lançados até então.

Por ter uma bateria pequena e uma lente traseira telefoto, ao invés da popular ultrawide, ele vendeu muito pouco. Não conseguiu angariar o sucesso que estava acumulando.

E, cada vez mais, parecia que o celular Google estava mais para um intermediário acessível do que um flagship, visto o sucesso do Pixel 3a, que se repetiu com o Pixel 4a.

A quarta geração do intermediário premium conseguiu alavancar boas vendas, tal qual seu irmão mais velho. Além disso, trazia o mesmo conjunto óptico que ganhou fãs vistos no Pixel 3a, uma ótima tela e um valor bastante competitivo.

Pixel 5/5a

No ano de 2020, saiu o Pixel 5, porém houve controvérsias. Por exemplo, eles integraram o celular com um chipset intermediário, ao contrário dos anos anteriores em que a proposta era ser um topo de linha.

Por isso, muitos críticos e consumidores ficaram confusos com a quinta geração do Pixel. Pareceu mais um celular provisório para o que estava por vir. Ainda assim, trouxe grandes inovações.

Começando pelo modo astrofotografia, em que se apontava o celular para o céu noturno e capturava uma foto de longa exposição das estrelas. Ele também teve melhorias na otimização de software e sistema operacional, além de trazer novamente a mesma câmera de sucesso vista no Pixel 2.

Porém, o conjunto óptico começava a se mostrar defasado e com os concorrentes se aproximando bastante da qualidade, que antes era praticamente exclusiva do Pixel.

Com isso, pareceu um lançamento sonso, sem muito alarde por parte da fabricante. Talvez porque estivessem trabalhando em algo mais importante para o ano seguinte.

Pixel 6, o celular mais Google possível

Enfim, chegamos em 2021, ano que a Google de fato lançou um flagship com processador proprietário, o Tensor. Agora, a empresa comandava tudo, desde o sistema operacional, o hardware e, principalmente, o SoC embutido.

Isso permitiu lançar recursos únicos e bem otimizados para o processador novo. Com um pós-processamento ainda melhor do que antes, inteligência artificial melhorada e comandos bastante únicos. Foi nesse modelo que tivemos a divisão entre a versão base, o Pixel 6 e uma versão mais completa, o Pixel 6 Pro.

Entre eles, temos o ditado em texto, ou seja, é possível ir falando o texto ou mensagem que deseja escrever no celular, de modo que ele transcreve tudo em tempo real, não importando a velocidade da fala.

Este recurso ainda é inteligente o suficiente para entender comandos no meio da transcrição, por exemplo, ao falar “deletar” o celular entende que é para apagar o texto e não transcrever a palavra. Também é possível acionar o comando “enviar” para mensagens.

O modo de edição de fotos recebeu diversas novidades, como: o recurso de excluir objetos ou pessoas de imagens com apenas um clique. Ao abrir essa ferramenta, ela já faz uma leitura da foto e destaca os elementos que possivelmente você gostaria de remover. Ainda assim, pode-se selecionar outros também, e com um clique estão removidos da imagem.

Outro recurso é o Now Playing, que consegue detectar músicas de fundo, onde quer que o usuário esteja, seja uma loja, restaurante, barzinho ou balada. Assim, ele armazena essa informação, e você pode consultar depois quais músicas estavam tocando, com nome e autor.

Todavia, nem tudo são flores. Sua bateria foi bastante criticada. Ela tem pouca duração, principalmente quando consideramos que o celular vem com um chipset próprio — tal qual vemos nos iPhones da Apple, que conseguiu melhorar muito a eficiência energética de seus processadores.

Até então, o Pixel 6 é a melhor definição de um celular da Google, porque, como vimos, ele traz funcionalidades diferenciadas. De modo a tornar o smartphone ainda mais inteligente, com ditados, pós-processamento, edição de imagens de forma prática e várias outras ferramentas muito interessantes que não vemos com frequência em outros modelos.

Essa foi a história de toda a linha Pixel. Quais serão os próximos passos da gigante? Será que veremos cada vez mais o Pixel bater de frente com as marcas dominantes do mercado ou será que ele vai manter seu espaço apenas entre os entusiastas de tecnologia?