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Review Galaxy A23 | Celular básico com o pé no intermediário

Por| Editado por Léo Müller | 19 de Maio de 2022 às 10h31

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Review Galaxy A23 | Celular básico com o pé no intermediário
Review Galaxy A23 | Celular básico com o pé no intermediário

A Samsung já atualizou toda a sua linha Galaxy A para 2022, e o Galaxy A23 está no meio entre as categorias básica e intermediária. Ele tem algumas características mais robustas, como a câmera de 50 MP, o desempenho relativamente alto e a tela Full HD de 90 Hz, mas economiza em outros pontos para manter o preço na faixa dos R$ 1.500.

Será que vale a pena apostar no Galaxy A23? Eu testei o novo smartphone da Samsung por alguns dias e conto todas as minhas impressões nos próximos parágrafos. Lembrando que, caso você se interesse por ele, deixarei links confiáveis para você aproveitar!

Veja o preço atual do Galaxy A23

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Construção e design

A Samsung vem unificando o design da sua família Galaxy A e agora temos celulares mais baratos inspirados nos mais caros. Assim como os a13, A32, A52 e A72, o Galaxy A23 possui câmeras e flash de LED integrados à tampa traseira, sem qualquer módulo, dando um ar de sofisticação muito bem-vindo.

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Como estamos falando de um dispositivo simples, a tampa traseira é de plástico e não tem o polimento fosco presente nos Galaxy A mais premium. O acabamento é liso como no A13, e dá para perceber que é um material menos cuidadoso em relação ao presente no A33 em diante. Além disso, ele é escorregadio, então eu tomaria cuidado para não derrubá-lo.

Eu já comentei na minha análise do Galaxy A13, mas vou reforçar aqui: é muito legal ver que a Samsung está criando um padrão de design para seus smartphones porque ajuda a diferenciá-los em relação aos concorrentes.

Na geração passada, o A12 e o A22 traziam um módulo de câmeras feio, na minha opinião, muito diferente do que encontrávamos nos A32, A52 e A72. Em 2022, todos estão praticamente iguais, com diferenças pontuais apenas para justificar preço e categoria de cada um.

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Com relação à pegada, o Galaxy A23 me agradou porque curto celulares grandes, mas eu não o indico para todas as pessoas. Ele é relativamente leve, pensando cerca de 195 gramas, mas é alto e largo, então é quase impossível mexer nele com apenas uma mão.

O modelo que recebemos para testes veio na cor branca, que é bastante sóbria e bonita. O Galaxy A23 também pode ser encontrado nas cores azul e preto.

Botões e slots

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Ao todo, o Galaxy A23 possui três botões, todos localizados na lateral direita. São eles: aumentar e diminuir volume, e o de energia, que também funciona como leitor de digitais.

Assim como no A13, percebi que o sensor do A23 demorou para acender a tela após o reconhecimento. Entretanto, também o achei bastante preciso durante os meus testes. Foi uma evolução pouco sentido em relação ao A22.

Na lateral direita, fica a gaveta dupla para dois chips de operadora ou um chip e um cartão de memória. Na lateral inferior, há uma porta de 3,5 milímetros (mm) para fones de ouvido, um conector USB-C 2.0 e o único alto-falante, já que ele tem som mono.

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Tela

O Galaxy A23 tem uma tela Full HD de 6,6 polegadas. Finalmente, a Samsung trouxe essa resolução aos modelos abaixo do A33, considerado o limite entre o intermediário e o básico da linha Galaxy A. Ou seja, considerando o tamanho grande do painel, a definição é muito agradável ao assistir a filmes, séries e vídeos no YouTube.

Entretanto, nem tudo são flores. Para incluir a resolução mais alta e manter o custo do aparelho baixo, a Samsung “precisou” trocar a tecnologia Super AMOLED, presente no A22 do ano passado, pelo PLS TFT, o mesmo do A13 deste ano.

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E o resultado você já deve esperar: ele perde os bons níveis de contraste e cores vívidas em relação ao celular da geração passada, assim como o brilho intenso. Por falar em luminosidade, o celular parece ter um grande problema em se adaptar às condições do ambiente, geralmente deixando a tela muito apagada mesmo em áreas abertas.

O único detalhe interessante do Galaxy A23 é a taxa de atualização de 90 Hz, dando uma maior fluidez em jogos (desde que eles sejam compatíveis com a velocidade), aplicativos e nas animações da interface One UI. Vale mencionar que a solução é adaptável, ou seja, dependendo do conteúdo a tela fica mais ou menos veloz.

Configurações e desempenho

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Assim como o Galaxy A13, o A23 está mais para um celular básico do que intermediário. Ou seja, não dá para esperar muita performance em jogos ou uso intenso, com muitos aplicativos abertos, por exemplo.

Mas, no geral, o A23 me surpreendeu com seu Snapdragon 680 4G, aliado a 4 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento interno. Os aplicativos mais populares da Play Store, tais como Facebook, Instagram, Twitter, Tik Tok, YouTube e WhastApp, tiveram desempenho e fluidez agradáveis na maioria das vezes.

Houve, claro, uma certa lentidão na abertura desses aplicativos, além de pequenos engasgos na navegação, principalmente enquanto os conteúdos estavam sendo recarregados. Mas nada tão grave.

O que aconteceu com frequência, e que me incomodou um pouco, foram algumas reinicializações, provavelmente devido à limitação dos 4 GB de RAM.

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Para a categoria do Galaxy A23, 4 GB de RAM já é o limite do aceitável, e eu gostaria que, ao menos, ele tivesse 6 GB de RAM. Com apenas 4 GB, não há nenhum destaque frente aos concorrentes da Motorola, Xiaomi e Realme. Se a variante com 6 GB ou 8 GB fosse vendida no Brasil, ele poderia ter um grande diferencial em relação a outros baratinhos.

Um dos recursos que a Samsung trouxe para "tapar o buraco" dos 4 GB de RAM foi o RAM Plus, que se tornou queridinho dos smartphones intermediários e premium ultimamente. Basicamente, ele transforma parte do armazenamento interno do celular em memória RAM. O máximo permitido por aqui é 4 GB.

Se você curte jogar no celular, saiba que o Galaxy A23 consegue dar conta do recado de muitos títulos menos exigentes, como Subway Surfers, mas não espere um desempenho impressionante nos mais pesados. Ele sofreu para rodar Asphalt 9, embora tenha conseguido executá-lo bem nas configurações baixas.

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Sistema e interface

O Galaxy A23 já vem equipado com a One UI 4.1 baseada no Android 12. Para mim, ela continua sendo a melhor modificação do Android disponível atualmente, trazendo recursos geralmente úteis e uma ótima fluidez mesmo nos celulares mais simples.

Mas eu achei que a interface padrão acabou ficando um pouco pesada no A23. Foram muitas as vezes em que notei engasgos em diversas ocasiões, como ao abrir o app de câmeras, fotografar ou gravar com todas as lentes e visualizar imagens na galeria. O ideal, aqui, seria a adição da One UI Core, versão mais simplificada da One UI.

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O celular possui algumas funções conhecidas dos smartphones mais premium da Samsung, como os painéis Edge, que exibe uma sequência de apps ou tarefas do aparelho apenas deslizando uma alça na borda da tela. Também há todos os movimentos e gestos para ativar e desativar a tela.

Todas as opções de personalização que chegaram com a nova versão do Android, como a paleta de cores predominante da interface conforme o wallpaper, também estão presentes, portanto você pode deixar o celular com o seu estilo.

Câmeras

O Galaxy A23 tem quatro câmeras na traseira, sendo uma principal de 50 MP (f/1.8), uma ultrawide de 5 MP (f/2.2), uma macro de 2 MP (f/2.4) e outra de 2 MP, com foco em profundidade. É praticamente o mesmo conjunto presente no A13 4G, o qual já analisei para o Canaltech e achei mediano.

No geral, as fotos com a câmera principal são boas, resultados bem próximos do A13, o que pode ser bom ou ruim. Bom porque as imagens apresentam boa definição e cores mais naturais, mas notei que o alcance dinâmico é tão limitado quanto o do irmão mais básico, o que resultou céus extremamente estourados.

O modo retrato do Galaxy A23 é agradável na maioria dos cenários, mas ele tende a escurecer um pouco o objeto para destacar o fundo. A demora para o celular identificar o sujeito é longa, e mesmo clicando em cima dele há uma certa dificuldade para fazer a foto.

Em ambientes desafiadores, o modo noturno faz um bom trabalho destacando mantendo o sujeito bem iluminado e o ruído relativamente controlado. Nesse modo, o smartphone também sofre com a demora para fotografar, cerca de uns cinco segundos dependendo do ambiente.

Nos vídeos, o Galaxy A23 grava em Full HD a 30 quadros por segundo (fps) ou HD, também a 30 fps. O interessante, aqui, é a presença da estabilização óptica de imagem (OIS), característica geralmente presente apenas em flagships. Ou seja, ele oferece gravações bem mais estáveis que muitos concorrentes.

As lentes ultrawide e macro são bem mais simples que a principal, mas também repetem a qualidade do A13 4G. Não deve haver problemas em fotografar ao ar livre com a de ângulo mais aberto, mas em ambientes menores ou com muitas informações, fica nítida a falta de definição e a distorção nos cantos.

Já a macro é aquilo: se você ignorar bem esses defeitos, é possível tirar fotos “aceitáveis” de flores e plantas porque a iluminação do ambiente ajuda um pouco.

A sensação que fica é que a Samsung não quis diferenciar o A13 do A23 no quesito câmera. Mas, então, qual é o sentido de optar pelo modelo mais potente se as câmeras são as mesmas?

Bateria e carregamento

O Galaxy A23 tem 5.000 mAh de bateria, mesma capacidade do A22 e do A13. Mesmo com o maior processamento e a tela com resolução Full HD, tive uma boa autonomia com ele, muito similar ao smartphone do ano passado, que já era ótimo nesse departamento.

No nosso teste padrão de Netflix, com três horas de reprodução, brilho e volume em 50%, e conectado ao Wi-Fi, o aparelho saiu de 100% para 81%, marca ótima e que mostra um bom gerenciamento de energia do chipset Snapdragon 680 em relação ao Exynos 850, pelo menos nesse aplicativo específico.

No dia a dia, o Galaxy A23 também se saiu muitíssimo bem, obrigado. Reproduzindo um dia normal de uso, com bastante rede social, vídeos no YouTube, streaming na Twitch, fotos e gravação de vídeos em Full HD, o aparelho saiu de 100% para cerca de 60%, quase a mesma média do seu irmão A22.

É sempre bom reforçar que testes de bateria indicam apenas uma estimativa, já que o uso varia demais não apenas de usuário para usuário, como entre um dia e outro. Fatores como força do sinal da rede e brilho da tela influenciam bastante o resultado, e mesmo testes em ambientes controlados podem ter resultados diferentes se realizados mais de uma vez.

No carregamento, pode ficar tranquilo que a Samsung ainda envia um carregador na embalagem. Mas o celular tem suporte ao fast charging de 25 W, mesma potência do S21.

Som

No som, não há muito o que falar. O Galaxy A23 tem apenas um alto-falante, provavelmente a mesma peça presente no A13. Digo isso porque a qualidade parece a mesma.

Há clareza e definição nos vocais, e felizmente os instrumentos não ficam embolados, apesar da limitação do hardware. No volume máximo, no entanto, os agudos podem ficar estridentes e se sobressaírem sobre os graves.

Não é o melhor alto-falante disponível no mercado, mas dá para assistir a vídeos no YouTube tranquilamente. Caso queira, é possível plugar um fone de ouvido com entrada de 3,5 mm, como também utilizar com Bluetooth.

Concorrentes diretos

O Galaxy A23 tem como grandes concorrentes o Moto G52 e o Redmi Note 11, ambos já à venda no Brasil.

Começando pelo celular intermediário da Motorola, há um corpo bastante bonito, lembrando inclusive os modelos da família Edge, e ainda traz resistência a respingos d'água. O departamento audiovisual também é outro destaque, já que oferece tela OLED Full HD, som estéreo e Dolby Atmos.

No processamento, o G52 possui o mesmo chipset do A23, o Snapdragon 680, além dos 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno. A bateria é de 5.000 mAh com suporte a carregamento rápido de 30 W.

Nas câmeras, há um sensor principal de 16 MP, macro de 2 MP, um sensor auxiliar de profundidade também de 2 MP, e um dedicado para selfies de 8 MP. Ele também grava apenas em Full HD a 30 fps, mas não possui estabilização óptica de imagem (OIS).

Seu preço gira em torno de R$ 1.500 e R$ 1.700, basicamente a faixa do Galaxy A23. O conjunto dele é melhor que o do A23, principalmente em relação à tela.

O Redmi Note 11 tradicional é outro concorrente. Ele tem uma tela ligeiramente menor, de 6,43 polegadas, com resolução Full HD e taxa de atualização de 90 Hz. O chipset é o mesmo do A23, mas as opções de memória RAM são mais amplas, com até 6 GB.

Na fotografia, são quatro câmeras: principal de 50 MP, ultrawide de 8 MP, macro de 2 MP e profundidade, também de 2 MP. A frontal, por sua vez, fica a cargo de um sensor de 13 MP.

O celular da Xiaomi pode ser encontrado em algumas ofertas por menos de R$ 1.500, o que, considerando as semelhanças e vantagens em relação ao A23, o coloca como um custo-benefício mais interessante.

Vale a pena comprar o Galaxy A23?

Eu costumo recomendar os smartphones da família Galaxy porque o custo-benefício geralmente é muito bom. O Galaxy A53 é um celular intermediário premium muito equilibrado, enquanto o A13 tem algumas características interessante pelo preço.

No entanto, não consegui sentir isso com o A23. Ele ficou meio perdido entre as categorias básica e intermediária, não sendo tão diferente do basicão A13, nem tão bom quanto o A33, modelo acima dele. E pagar em torno de R$ 1.600 acaba não compensando.

O design e o desempenho são agradáveis para a categoria, mas talvez sejam os únicos pontos realmente positivos do Galaxy A23. A tela é de pior qualidade, as câmeras são bem simples, e os 4 GB de RAM parecem não suportar a One UI 4.1 e todos os seus ótimos recursos, diga-se.

Por menos, você consegue comprar o Redmi Note 11, e pelo mesmo valor é possível adquirir o adorável e mais equilibrado Moto G52.