Review Moto G82 5G | Um bom intermediário com 5G
Por Felipe Junqueira • Editado por Léo Müller |
O Moto G82 5G é o celular intermediário mais potente da Motorola, se excluirmos os Moto G100 e Moto G200que já são intermediários premium. Sem grandes novidades, o dispositivo traz um pouco mais de memória RAM que outros modelos da linha, além de estabilização óptica na câmera principal.
Em resumo, o novo modelo é uma pequena atualização do Moto G71. O mesmo chip, tela OLED com maior taxa de atualização e praticamente as mesmas câmeras. E Android atualizado, na versão 12 com ao menos uma atualização garantida.
Será que vale a pena trocar ou optar pelo modelo mais novo? Descubra as principais vantagens e desvantagens do Moto G82 a seguir.
Melhor preço para o Moto G82
Design e Construção
O Moto G82 5G é um smartphone tradicional em formato barra. O aparelho tem acabamento em plástico nas laterais e traseira, e vidro em toda a parte frontal, protegendo a tela. O display possui poucas bordas e um pequeno furo no topo, centralizado, para a câmera frontal.
- Dimensões: 160,9 x 74,5 x 8 mm;
- Peso: 173 gramas.
Assim como outros Moto G da geração 2022, este modelo possui botões de volume e energia no lado direito. Neste último, também está integrado o leitor de impressão digital. Na parte inferior, você encontra conectores P2 e USB-C, além de uma das saídas de som.
E aí entra uma curiosidade. O Moto G82 5G segue o Moto G52 e o Moto G62 5G e possui um segundo alto-falante no topo. Ou seja, o celular traz sistema de áudio estéreo.
Uma mudança significativa em design é a espessura. O Moto G82 5G tem 8 mm, e é mais fino que outros modelos da geração atual da linha mais popular da Motorola. Isso faz uma diferença perceptível na pegada: ele é mais confortável de segurar que o Moto G62 5G, por exemplo.
Tela
- Tamanho: 6,6 polegadas, 103,6 cm² de área, ~86,4% de ocupação;
- Tecnologia do painel: pOLED;
- Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
- Densidade aproximada: 402 pixels por polegada;
- Extras: 120 Hz.
O Moto G82 5G é o segundo modelo mais avançado da linha atualmente, atrás apenas do Moto G200 (considerando, claro que o Moto G100 foi substituído por este). E não faz feio em matéria de tela, com um painel OLED que oferece bom nível de brilho e contraste acentuado.
Porém, já aviso que este modelo não alcança intensidade do brilho tão alta quanto outros intermediários com painel OLED. Ainda assim, o conteúdo fica mais fácil de enxergar na rua, mesmo em dias ensolarados, do que a maior parte dos celulares com visor LCD.
Depois de fazer o teste de reprodução de vídeo com o brilho fixado em 50%, reativei o brilho automático do aparelho. Isso tudo no mesmo ambiente em que sempre trabalho com os celulares, que é um quarto bem iluminado, mas não tanto quanto a rua, claro.
Aparelhos intermediários de Samsung e Realme que testei recentemente baixaram o brilho assim que ativei o automático. Ou seja, ficaram em menos de 50%. O Moto G82 5G fez o inverso, e ainda por cima aumentou para 75%. Em um ambiente interno. E ficou confortável de enxergar a tela.
Além disso, o dispositivo traz resolução Full HD+ e taxa de atualização aumentada em 120 Hz. Ou seja, a tela exibe imagens nítidas, com uma boa fluidez de movimentos — neste segundo caso, depende da compatibilidade de cada app para fazer diferença.
Configuração e Desempenho
- Sistema operacional: Android 12;
- Plataforma: Qualcomm Snapdragon 695 5G (8 nm);
- Processador: Octa-core (2x 2,2 GHz Kryo 660 Gold + 6x 1,7 GHz Kryo 660 Silver);
- GPU: Adreno 619;
- RAM e armazenamento: 6/128 GB.
Com um pouco mais de memória RAM do que outros Moto G, o G82 5G entrega desempenho mais fluido. Além disso, a plataforma Snapdragon 695, da Qualcomm, tem potência que rivaliza com chips mais antigos da série 700.
Em resumo, o Moto G82 5G é um celular intermediário com bom desempenho para tarefas comuns, e consegue lidar bem com processos mais exigentes. Não senti nenhum engasgo mesmo na troca entre apps mais pesados, incluindo jogos.
Falando nisso, também consegui rodar tranquilamente games como Asphalt 9, COD Mobile e afins. Não mexi nas configurações gráficas, mas é possível que o Moto G82 5G dê conta de um aumento em títulos bem otimizados. E pode precisar de uma redução em outros muito exigentes.
A pontuação do aparelho em testes de benchmark mostra que ele não fica tão perto assim de modelos topo de linha. O celular da Motorola somou 1.205 pontos com 7,2 fps no Wild Life Unlimited, do 3D Mark, que é metade do que o Galaxy A73 conseguiu.
Ou seja, este modelo fica consideravelmente acima do Moto G62 em performance, mas ainda não rivaliza com intermediários premium de outras marcas. É um bom intermediário, e ao menos em processamento consegue igualar os rivais da Samsung na mesma categoria.
Usabilidade
Já com o Android 12 instalado de fábrica, o Moto G82 5G será atualizado, ao menos, para o Android 13. Além disso, receberá updates de segurança por até um ano depois de receber a última versão do sistema operacional.
Assim como outros Moto G, este modelo traz a interface My UX, com algumas pequenas modificações da Motorola. A empresa adiciona recursos de gestos e personalização, além do Gametime, com ajustes especiais para foco nos jogos.
Câmeras
- Principal: 50 MP, abertura f/1.8, auto foco;
- Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2, 118˚;
- Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 16 MP, abertura f/2.2;
- Vídeos: 1080p a 60 fps (máx., principal); 1080p a 30 fps (máx., frontal).
As câmeras do Moto G82 5G não rivalizam de perto com modelos de outras marcas com a mesma faixa de preço, mas não quer dizer que sejam ruins. Texturas, faixa dinâmica e até mesmo as cores têm bons níveis. Mas as imagens podiam ter um pouco mais de vivacidade.
No geral, quem não é muito exigente com fotografia deve ficar satisfeito com o Moto G82. A ultrawide é mais escura que a principal e tem faixa dinâmica um pouco inferior, mas dá conta do recado em ambientes bem iluminados. E consegue fazer bons registros até no contra-luz.
A estabilização óptica faz uma boa diferença, com fotos mais nítidas mesmo em condições mais adversas. E isso não inclui apenas pouca luz, mas também ocasiões em que o vento atrapalha, por exemplo.
A macro, no entanto, é bem ruim. Apesar de tentar diversas fotos, não consegui encontrar a distância focal ideal, e fiquei com apenas uma imagem decente para mostrar na galeria (abaixo). Todas as outras ficaram completamente sem foco, mesmo com tentativas em diferentes distâncias.
A boa notícia é que a Motorola conseguiu reduzir um pouco a distância em qualidade fotográfica para as suas concorrentes. Eu ainda prefiro recomendar aparelhos de outras marcas para quem busca intermediário com boa câmera, mas achei bom o trabalho feito no Moto G82 5G.
Selfies e gravação de vídeo
A câmera frontal fica devendo um pouco nas texturas, mas não deixa de ser boa. Seu rosto fica nítido, e a faixa dinâmica é melhor que a de alguns concorrentes chineses. O Moto G82 é, possivelmente, o melhor Moto G em selfies atualmente.
A gravação de vídeo fica limitada ao Full HD, mas ao menos oferece 60 fps na câmera traseira. A estabilização é muito boa, e a captação de áudio é bem limpa. A qualidade da imagem fica parecida com a das fotos, com cores não muito vivas, mas boas texturas e faixa dinâmica.
Veja uma gravação em Full HD a 60 fps
Sistema de Som
Assim como os Moto G52 e Moto G62, o G82 5G conta com som estéreo. O áudio é limpo e tem boa potência, mas apresenta um pouco de distorção em volumes muito altos. Soa um pouco abafado.
Mas é um bom sistema de alto-falantes para escutar sons de WhatsApp, assistir a vídeos ocasionais em redes sociais e até um pouco de música. Claro que, se você for mais exigente, pode preferir conectar um dispositivo de áudio externo.
E aí tem duas opções: pode aproveitar o conector P2 na parte inferior do celular, ou usar uma caixinha ou fone de ouvido sem fio. Neste segundo caso, pode aproveitar o Bluetooth para ter uma conexão sem fios.
Bateria e Carregamento
- Capacidade de carga: 5.000 mAh;
- Recarga: até 30 W com fio.
A duração de bateria me decepcionou um pouco. Apesar dos 5.000 mAh e uma plataforma teoricamente mais eficiente, o Moto G82 5G apresentou consumo maior que o Moto G62 5G, e pode ser um pouco mais difícil de levar um dia inteiro longe da tomada.
No teste de reprodução de vídeo na Netflix, o consumo foi de 14% em três horas. Uma estimativa de quase 21,5 horas de vídeos online com a tela em 50% do brilho. Não está ruim, mas aqui a gente tem o processador trabalhando quase no mínimo de sua capacidade.
O teste de uso real é melhor porque inclui navegação na internet e redes sociais, reprodução de vídeo e um pouco de jogos. Em 6 horas de teste, o aparelho teve um consumo de 29% de sua carga, uma média de 4,8 pontos percentuais a cada hora.
É verdade que eu exijo um pouco mais do que o comum, com cerca de 60% do tempo de tela ativa. E o nosso dia a dia não costuma ter tanto tempo assim de uso do celular. E, ainda assim, a duração ultrapassaria 20 horas neste ritmo.
Mas um celular de uso diário também inclui mais apps instalados e ativos em segundo plano. Eu até posso dizer que, para a maioria das pessoas, o Moto G82 5G vai aguentar um dia inteiro longe da tomada, mas já é uma afirmação um pouco ousada.
Seja como for, ele entrega mais tempo de uso do que um topo de linha moderno. E isso já basta para muita gente.
O tempo de recarga ao menos é muito bom com o carregador de 30 W. Você deve conseguir preencher toda a carga em pouco mais de 1 hora. Em meia hora, dá para carregar quase metade dos 5.000 mAh.
Concorrentes Diretos
O Moto G82 5G é um bom celular intermediário, e compete com aparelhos da faixa de preço de até R$ 2.000. Mesmo que seu preço de lançamento seja superior a isso, pois o importante é pensar no valor cobrado no varejo online.
Galaxy A53, Poco x4 pro e Redmi Note 11 Pro 5G são os modelos que chegam mais perto do Moto G82 em especificações. Todos eles conseguem entregar desempenho mais fluido, sendo que o modelo da Samsung é até um pouco mais potente para jogos.
Todos usam tela OLED de 120 Hz com resolução Full HD, e aí vai ter pequenas diferenças na intensidade do brilho e calibragem de cores. Quanto ao brilho, como mencionei, o Moto G82 fica devendo um pouco, enquanto seus concorrentes têm boa visibilidade na rua.
No quesito câmeras, o celular da Motorola novamente fica um pouco atrás dos outros modelos. O Galaxy A53 é o melhor neste sentido. E em bateria, novamente equilíbrio, e desta vez o modelo da Samsung fica atrás dos outros três.
Mas aí tem a questão do preço. O Moto G82 já está na casa dos R$ 2.000, enquanto o Galaxy A53 fica um pouco acima, em torno de R$ 2.300. O Poco X4 Pro importado já com estoque no Brasil pode ser encontrado a cerca de R$ 1.900, mesma faixa do Redmi Note 11 Pro 5G.
Mas lembre-se: os modelos da Xiaomi com garantia de 12 meses ficam mais caros. Os modelos mais baratos são importados da China e revendidos aqui, com garantia apenas do vendedor.
Moto G82 5G: vale a pena?
Um celular intermediário muito bom, mas que tem concorrentes melhores. Esta é a melhor definição que eu posso fazer do Moto G82. Para quem é fã da Motorola, não deixa de ser uma boa opção, desde que tenha em mente que não temos mais aqui o sistema tão fluido.
Sim, a interface ainda é a mais próxima do Google Pixel possível, mas algo na otimização do Android 12 da Motorola tirou um pouco da fluidez do sistema. Concorrentes conseguem fazer mais com as mesmas especificações, incluindo os 6 GB de memória RAM.
As câmeras melhoraram em relação a antecessores e mesmo comparado a outros Moto G mais atuais. Mas ainda faltam alguns degraus para competir em pé de igualdade com outras marcas.
E aí temos a bateria. O Moto G82 5G não consegue o mesmo bom tempo de uso de outros Moto G recentes, mas está dentro do que a Xiaomi oferece com o Snapdragon 695, por exemplo. No fim das contas, é o bastante para um dia inteiro longe da tomada, com alguma sobra.
Mas vou ser sincero: é difícil encontrar celular tão bom quanto o Moto G82 com suporte ao 5G na faixa dos R$ 2.000. Se você faz questão de um Motorola, vale a pena se manter fiel à marca. Principalmente se você encontrar em boa promoção, a preço melhor que o Moto G71.