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Review Infinix Hot 11S | Intermediário ‘barato’ com boas câmeras

Por| Editado por Léo Müller | 09 de Junho de 2022 às 10h54

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Review Infinix Hot 11S | Intermediário ‘barato’ com boas câmeras
Review Infinix Hot 11S | Intermediário ‘barato’ com boas câmeras

O Infinix Hot 11S “chegou para incomodar a galáxia”, segundo a página da própria fabricante. De origem chinesa, a marca desembarcou no Brasil em 2021 em uma parceria com a Positivo, que ficou responsável pela montagem dos produtos por aqui.

A companhia enviou o celular para o Canaltech, e eu o testei com bastante cuidado para fazer uma análise bem minuciosa do aparelho. Afinal, temos aqui uma marca ainda pouco conhecida, que merece uma atenção especial neste primeiro momento.

Nos próximos parágrafos, você vai descobrir qual é a real proposta do Infinix Hot 11s. Será que vale a pena investir em uma marca pouco conhecida no Brasil para fugir das mesmas de sempre? Veja o que eu achei do aparelho e tire a sua própria conclusão.

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Compre o Infinix Hot 11S

Design e Construção

  • Dimensões: 168,9 x 77 x 8,8 mm;
  • Peso: 205 gramas.
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O celular Infinix Hot 11S tem acabamento todo em plástico, exceto pela parte frontal, que tem proteção em vidro. Os lados de cima e de baixo são retos, enquanto as laterais são arredondadas, em uma curvatura que se acentua na traseira.

Talvez a parte mais interessante seja o efeito na pintura, com faixas verticais em um tom mais escuro na tampa traseira. Isso dá uma impressão de material diferente no plástico para quem olha rápido, podendo ser percebido até como um tecido. Mas é policarbonato mesmo.

Analisando um pouco mais de perto, o aparelho não tem nada demais em design. Ele se parece bastante com um Redmi Note mais recente, inclusive o módulo de câmera com seu espaço gigante para o sensor principal.

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Não que isso seja um problema, mas a câmera é pequena, E aí ficou um grande círculo preto com uma lente no centro que não ocupa nem metade do diâmetro total.

O lado bom é que o aparelho não escorrega das mãos. O Infinix Hot 11S tem uma boa pegada, é confortável de usar e traz uma proporção de tela que o torna relativamente estreito, apesar da tela de quase 6,8 polegadas.

Os botões de volume e energia ficam na lateral direita, mas achei que poderiam ficar um pouco mais para cima. O liga/desliga ainda tem o leitor de impressão digital integrado, e achei que a posição ficou um pouco desconfortável para isso. Nada que algumas semanas de uso não acostumem o usuário.

No geral, achei o celular pensado para quem tem mãos pequenas e quer um aparelho com tela grande. Digo isso com base em seu formato e na posição dos botões, mesmo. Acredito que este público deve se adaptar ao Hot 11S com mais facilidade.

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Tela

  • Tamanho: 6,78 polegadas, 108,6 cm² de área, ~83,5% de ocupação;
  • Tecnologia do painel: IPS LCD;
  • Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2480 pixels), 21:9;
  • Densidade aproximada: 399 pixels por polegada;
  • Extras: 90 Hz.

A ideia do Infinix Hot 11S é oferecer boa experiência a preço acessível. Ou seja, é um celular intermediário, quase de entrada. E não dá para cobrar demais da tela, que tem painel IPS LCD, cujo custo é mais baixo que um OLED. Ao menos a resolução é Full HD.

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Em resumo, é um display razoável, com boa taxa de atualização para oferecer fluidez acima da média — apesar de os 90 Hz já serem, de certa forma, a média dos celulares em 2022. A visualização é boa, com nitidez bacana.

O maior problema é o nível de brilho, que me pareceu baixo até mesmo para os padrões de painéis LCD. Em 50%, que eu precisei usar para fazer alguns dos testes, a tela fica quase escura mesmo para uso em ambientes internos.

Eu ativei o brilho automático para usar no dia a dia, e onde eu costumo usar em 50% na maioria dos aparelhos, o Infinix Hot 11S aumentou sua taxa para perto de 70%. Ao menos ele oferece conforto aos olhos para usar em ambientes com pouca luz, e nem precisa baixar tanto a luminosidade.

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Configuração e Desempenho

  • Sistema operacional: Android 11 sob XOS 7.6;
  • Plataforma:MediaTek Helio G88 (12 nm);
  • Processador: Octa-core (2x 2,0 GHz Cortex-A75 + 6x 1,8 GHz Cortex-A55);
  • GPU: Mali-G52 MC2;
  • RAM e armazenamento: 4/64 GB, 4/128 GB, 6/128 GB.

O Helio G88, da MediaTek, foi lançado em 2021 para entregar desempenho intermediário e suporte a até 120 Hz de taxa de atualização da tela. Não é um processador com especificações poderosas, e usa um processo de fabricação já considerado defasado, de 12 nanômetros.

O que eu quero dizer é que, se você não esperar muito do Infinix Hot 11S, vai ficar satisfeito com seu desempenho. Não é um celular para rodar os jogos de última geração, e talvez nem aguente muito bem títulos pesados mais antigos que o próprio chip. Mas ele dá conta do recado.

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Para o uso do dia a dia, ele vai muito bem. Eu senti um pouco mais de lentidão para carregar jogos, especialmente o Asphalt 9, que é um pouco mais pesado. Mas, depois de passar da tela de carregamento, o game rodou sem grandes problemas.

Os resultados de benchmark o colocam em pé de igualdade com modelos como Redmi 10Redmi Note 8 (2021), Galaxy M22 e Galaxy A22. A pontuação de 719 pontos no Wild Life Unlimited foi semelhante à dos dois primeiros, e um pouco acima dos outros dois.

Em resumo, um celular intermediário que, apesar de não ter desempenho impressionante, também não lhe deixa na mão. Se você quer um smartphone acessível que não fica travando muito, o Infinix Hot 11S pode ser uma opção. Mas se quiser algo mais potente, recomendo procurar outro modelo.

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Tive um problema com o Wi-Fi durante os testes. A conexão caiu bastante depois que eu fiz uma atualização no software, que incluía um pacote de segurança. Não tive inconsistência com a rede de casa em nenhum outro dispositivo no mesmo dia, apenas com o Infinix Hot 11S.

É algo para os desenvolvedores ficarem de olho. Mas vamos falar de interface no próximo tópico, e tem bastante coisa para melhorar neste aspecto.

Usabilidade

A Infinix batizou sua interface própria de XOS, que está na versão 7.6 e roda em cima do Android 11 no Hot 11S. Não há muita divulgação sobre atualizações dos dispositivos da marca, que ainda é pouco conhecida no Brasil.

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Não gostei muito da quantidade de aplicativos pré-instalados no dispositivo, que inclui InstagramFacebook e Messenger, utilizados por muitos brasileiros. Mas também tem alguns bem menos conhecidos, como o Beez, Bloco de Notas, We Zone e WPS Office, além de alguns nativos da interface.

O menu de configurações é um pouco confuso de início, mas você se habitua e compreende a lógica com alguns dias de uso. Há alguns problemas de tradução ainda, como chamar de tempo a opção ‘data e hora’ em um resumo. Coisas pequenas, nada grave.

Achei confuso o caminho para encontrar informações do uso da bateria. Tem que ir em ‘Maratona de energia’, depois ‘Configurações avançadas’ e só então tem a opção ‘Uso de bateria’. Acho que a Infinix podia colocar este item logo na primeira tela.

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Durante os testes, eu tive um problema recorrente com o Instagram fechando após alguns minutos de uso. Não sei se foi algum problema de versão ou do momento, mas não acho que tenha sido problema do dispositivo, especificamente.

O leitor de impressão digital, que fica na lateral integrado ao botão de energia, tem leitura bem rápida e precisa. Como eu já mencionei, a posição não é das melhores, mas pode ser um ponto positivo para quem tem mãos pequenas.

Câmeras

  • Principal: 50 MP, abertura f/1.6, auto foco;
  • Profundidade: 2 MP;
  • Selfies: 8 MP, abertura f/2.0;
  • Vídeos: 1440p a 30 fps (máx., principal e frontal).

O Infinix Hot 11S tem um conjunto fotográfico bastante curioso. Apesar das três câmeras na parte traseira, você não consegue alterar o quadro. É que apenas a principal realmente tira fotografias, enquanto as outras duas são, de fato, auxiliares. Uma ajuda no desfoque do modo retrato, e a outra é somente para inteligência artificial.

Ou seja, ele tem, no fim das contas, uma câmera única. E que faz um trabalho bem decente, com cores quase precisas, um bom alcance dinâmico e boa retenção de texturas. Isso, claro, pensando em outros modelos da mesma faixa de preço.

Porém, ao contrário da maioria de seus concorrentes, o Infinix Hot 11S consegue ir um pouco além de fotos documentais. Ele faz bons registros e dá para tirar um bom proveito. Eu sempre digo que é melhor ter apenas uma boa câmera do que três ruins, e este aqui é um bom exemplo desta afirmação.

O problema está nas fotos à noite. A empresa promete uma ‘ultra night camera’, mas achei os resultados bem normais. Ainda ficam um pouco melhores do que modelos da mesma faixa de preço, mas precisaria um pouco mais para sustentar uma afirmação de “ultra câmera noturna”.

Selfies e gravação de vídeo

A câmera frontal segue mais ou menos o que eu falei da principal. Fica acima da média para a categoria, mas não chega a competir com celulares mais avançados, mesmo os intermediários mais completos.

Um dos maiores problemas nas selfies é a faixa dinâmica, ou seja, não há tantos detalhes. Áreas mais claras do seu rosto ou mesmo suas mãos e tronco podem ficar estourados. Não tem opção de foto noturna com a câmera frontal.

A gravação de vídeos poderia ser outro ponto de vantagem sobre os concorrentes. O Inifnix Hot 11S capta imagens em movimento na resolução 2K, apesar de usar o Full HD como padrão. A qualidade é boa, apesar de precisar de iluminação equilibrada para isso.

Mas, além de o contraluz poder deixar o vídeo bem ruim, há outro problema: a captação de som. O microfone deixa sua voz semelhante à de webcams de baixa qualidade. É pior do que só um áudio abafado, parece que você está dentro de uma caixa com eco.

Sistema de Som

Como você já deve esperar, o sistema de som do Hot 11S é mono, com uma única saída na parte inferior. Claro que tem o alto-falante de chamada, também, mas este só funciona quando você coloca o ouvido perto do telefone.

O som é mais um aspecto em que não há muito o que falar. Dá para o gasto, com um som abafado e foco nos médios. O melhor a fazer é arrumar um bom par de fone de ouvido e aproveitar o conector P2 presente no aparelho para curtir música com boa qualidade.

Bateria e Carregamento

  • Capacidade de carga: 5.000 mAh;
  • Recarga: até 18 W com fio.

Quase todos os celulares intermediários atuais têm capacidade de bateria de 5.000 mAh, e o Infinix Hot 11S não foge à regra. Além disso, o aparelho já traz na caixa um adaptador de parede com potência de 18 Watts. Tempo de uso e recarga não são ruins, portanto, certo?

Bom, não é bem assim. O teste de reprodução de vídeo até me deixou um pouco animado que este poderia ser um bom ponto positivo deste celular, mas o de uso real não ficou dentro da expectativa.

Foram 15% consumidos em 3 horas de reprodução na Netflix, com brilho da tela em 50%. Isso dá uma estimativa de 20 horas de uso, marca dentro da média de modelos intermediários atuais. Mas o fato de usar a tela em metade do nível de brilho fez diferença aqui.

No teste de uso real, eu ativei o brilho automático, até para conseguir ver bem o conteúdo. E o aparelho fechou 8 horas com 67% da carga restante. O celular passou pouco mais da metade do tempo com a tela ativa, além de alguns minutos de reprodução de música com o display apagado.

Não é um resultado tão bom, já que a média de consumo por hora ficou em 4,125 pontos percentuais. A maioria dos intermediários fica perto de 3,5 p.p. de consumo médio por hora. E o uso foi semelhante ao que eu costumo fazer com todos os aparelhos que pego.

Isso inclui um bom tempo em jogos, além de redes sociais ativas, mensageiros instantâneos e navegação na internet. Também tem um bom tempo em reprodução de vídeo. Enfim, um uso normal de um usuário médio atualmente.

Você consegue extrair mais da bateria do Infinix Hot 11S, mas também pode ter uma duração menor.

A recarga, ao menos, não demora tanto — considerando que são 5.000 mAh. O celular vem com um adaptador de 18 W na caixa, que leva cerca de 1h50min para preencher toda a carga, de 0% até 100%. Ele chegou perto de 40% já na primeira meia hora, e depois começou a encher mais devagar.

Para deixar claro: isso não significa que na primeira meia hora de recarga você vai conseguir quase 40% de carga. Ele começa devagar até ter cerca de 50%, e na metade final, vai mais devagar. Se você colocar na tomada com, digamos, 60%, a recarga será menos rápida.

Concorrentes Diretos

Os concorrentes mais viáveis para o Infinix Hot 11S são celulares mais modestos como Redmi 10, Galaxy A23, Moto G22 e Realme C35. Cada um tem um processador diferente, mas com potência semelhante.

São todos aparelhos com proposta mais modesta, que entregam pouco mais do que modelos realmente de entrada vão oferecer. No quesito tela, há diferença em todos eles, sendo que os modelos da Infinix, da Xiaomi e o da Samsung são os únicos com tela Full HD e 90 Hz.

O Redmi 10 custa cerca de R$ 1.200 junto a importadores, já com estoque no Brasil. Como vantagem, ele tem um conjunto de câmeras mais completo que o Hot 11S. Mas para comprar com garantia, você tem que procurar bem e vai pagar mais caro.

Já no caso do Galaxy A23, o celular da Samsung pode ser encontrado na faixa de R$ 1.300 a R$ 1.400. Seu antecessor, o Galaxy A22, pode ser uma alternativa mais em conta, na casa dos R$ 1.000.

E aí sobram os outros dois modelos. O Moto G22 tem tela HD com 90 Hz, enquanto o Realme C35 tem resolução Full HD, mas roda com 60 Hz. Fica a seu critério se a fluidez é mesmo um diferencial. Os preços são de cerca de R$ 1.300 no caso do Motorola, e de R$ 1.900 no da Realme.

Infinix Hot 11S: vale a pena?

O Infinix Hot 11S se destaca pelas suas câmeras, ao apostar mais em um bom sensor com dois realmente auxiliares. O “ultra night camera” decepcionou, mas ainda assim o deixa um pouco acima da média em fotos com pouca luz, considerando que seus rivais são intermediários de baixo custo.

Apesar de tantos pontos negativos que apontei ao longo do texto, a avaliação geral é que ele é um celular bem razoável. A bateria decepcionou, mas é suficiente para um dia de uso. O desempenho está dentro do esperado. A tela tem brilho baixo, mas consegue entregar boa visualização.

O software é o ponto que mais precisa melhorar. A Infinix ainda é uma empresa relativamente nova no mercado, e ainda tem pouca penetração no ocidente. Com o tempo, acredito que ela se adapte melhor às particularidades do Brasil e da América em geral, e deve melhorar neste ponto.

Além disso, o Hot 11S pode se sobressair aos rivais chineses na questão da assistência técnica. A Positivo fabrica o dispositivo no Brasil e é responsável pela manutenção oficial do dispositivo. A empresa tem boa cobertura em todo o país, e dificilmente vai deixar o usuário na mão.

O problema é o preço. O Hot 11S fica um pouco acima da maioria de seus concorrentes no varejo nacional, onde é encontrado numa faixa de R$ 1.300 até R$ 1.500, dependendo da disponibilidade.