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Review Google Pixel 6 Pro | Ainda um dos melhores celulares da atualidade

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Review Google Pixel 6 Pro | Ainda um dos melhores celulares da atualidade
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Pixel 6 Pro

Quando eu recebi o Google Pixel 6 Pro para testes, fiquei muito animado para produzir sua análise. Primeiro porque o celular do Google não é vendido no Brasil, logo é um produto pouco acessível, mas também para conferir se ele poderia ser uma alternativa aos tops da Samsung e da Apple.

Após uma semana de muitos testes, trago todas as minhas impressões sobre o Google Pixel 6 Pro. Vale a pena importá-lo para fugir das marcas aqui do Brasil?

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Construção e design

O Pixel 6 Pro é o smartphone mais premium do Google, portanto eu já esperava uma construção digna de sua categoria. Ele é uma peça robusta de vidro Gorilla Glass Victus com as laterais em alumínio e certificação IP68, o que garante resistência a água e poeira.

Na parte da frente, o smartphone também não se destaca e até lembra um pouco o Galaxy S21 Ultra em um primeiro momento: a tela é gigante e apresenta cantos ligeiramente curvados, além da moldura com extremidades arredondadas e a câmera frontal num furo no display.

As coisas ficam um pouco mais interessantes quando olhamos a tampa traseira. As câmeras evoluíram consideravelmente, então o módulo precisou crescer — e muito — em relação aos Google Pixel antecessores. Com isso, a empresa decidiu agrupar os sensores horizontalmente numa grande faixa preta.

O design não é dos mais bonitos que já vi em um smartphone — na minha opinião, o Galaxy S22 Ultra e o iPhone 13 Pro são mais bonitos —, mas não posso deixar de elogiar o Google pela coragem em fugir do óbvio. É certamente uma aparência original e ousada.

Eu questionei alguns colegas de trabalho e seguidores no Twitter em relação ao visual do Pixel 6 Pro. As respostas foram bem mistas, mas muitos elogiaram o Google pela ousadia, mesmo não gostando da escolha. O que você achou dele? Conte-nos nas nossas redes sociais.

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O modelo que o Canaltech recebeu para testes veio na cor Cloudy White, com a traseira branca. Ele também pode ser encontrado nas opções Stormy Black (preto) e Sorta Sunny (laranja).

Os botões de volume e energia do Pixel 6 Pro encontram-se na lateral direita e achei curioso que o celular inverteu a posição das peças — os controladores de volume ficam mais abaixo, enquanto o de Liga/Desliga, mais acima. Nos primeiros dias me confundi bastante com isso, mas depois me acostumei.

A gaveta para chips fica na lateral esquerda e, como já era de se esperar, não há suporte para cartão microSD. Como o Pixel 6 Pro não é vendido no Brasil, ele também não tem suporte a dois chips de operadora, porém suporta eSIM.

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Tela

A tela do Pixel 6 Pro é outro destaque positivo. Estamos falando de um painel AMOLED de 6,7 polegadas com tecnologia LTPO, ou seja, que consegue reduzir a taxa de quadros dependendo do conteúdo para economizar bateria. É uma solução semelhante a do Galaxy S22 Ultra.

O display consegue atualizar até 120 vezes por segundo (120 Hz) ao navegar pelo sistema ou jogar algum título compatível, podendo cair para 10 Hz ao ler algum conteúdo estático na internet.

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A resolução da tela do Pixel 6 Pro é Quad HD+, 3.120 por 1.440 pixels, a mesma do seu rival S22 Ultra e superior a do iPhone 13 Pro. Ela também suporta o padrão HDR10+. Ou seja, quando o assunto é display, o aparelho do Google não perde em quase nada para os concorrentes.

Acredito que um ponto no qual o Pixel 6 Pro se diferencia em relação ao topo de linha da Samsung é o pico de brilho, que não é tão alto. Devo mencionar que ele apresenta, sim, uma luminosidade intensa para o dia a dia, mas não o suficiente para superar o rival.

Enfim, acho que nem preciso dizer que a tela do Pixel 6 Pro é excelente para qualquer tarefa. As 6,7 polegadas são ótimas para consumir vídeos no YouTube, ler notícias ou jogar. Mas é claro que, se você não curte celulares grandalhões, ele não deve ser a melhor opção.

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Configurações e desempenho

O Google causou muito alarde quando anunciou a linha Google Pixel 6 com o Tensor, chipset customizado da gigante feito em parceria com a Samsung no processo de 5 nanômetros.

Como estamos falando da primeira geração de uma plataforma ainda pouco conhecida, vale destacar algumas de suas características. A começar pelos oito núcleos de processamento liderados pelo poderoso Cortex-X1, o mesmo presente no rival Snapdragon 888.

Ele ainda conta com dois Cortex-A76, para tarefas de alto desempenho, e quatro Cortex-A55, estes voltados para eficiência energética. A GPU, por sua vez, tem 20 núcleos de processamento.

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Eu fiquei bastante curioso com o desempenho do Google Tensor e, no geral, minhas expectativas foram alcançadas. Mesmo que, nos testes de benchmark, o celular não tenha superado o rival Snapdragon 888, na prática, não dá para perceber essa inferioridade em praticamente nenhuma tarefa.

O Pixel 6 Pro rodou basicamente todas as tarefas que testei com uma fluidez surpreendente. Asphalt 9, com todos os gráficos no máximo, funcionou perfeitamente e não ameaçou engasgar mesmo nos cenários mais intensos. Com Sonic Forces não foi diferente.

Genshim Impact não é um parâmetro muito justo por ser um jogo mal otimizado geralmente, mas o Pixel 6 Pro não fez feio e também o executou com competência mesmo com todas as configurações no alto, caindo para cerca de 25 fps apenas em ambientes com muitos elementos.

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Em tarefas do dia a dia, o smartphone do Google também não abre espaço para reclamações. Redes sociais, mensageiros, editores de fotos (incluindo o próprio Fotos) rodaram perfeitamente bem. O modelo que testei veio com 128 GB de memória interna e 12 GB de RAM, o que certamente ajudou a dar um fôlego extra.

O único defeito do Pixel 6 Pro que presenciei durante o período em que o testei foi o aquecimento acima da média. Foi normal vê-lo aquecendo mesmo com atividades básicas, como 10 minutos no Instagram ou 5 minutos com o app de câmeras aberto sem fazer nada.

Durante a jogatina, o smartphone também esquentou bastante e com uma rapidez que me chamou atenção. Logo no carregamento de Genshim Impact, por exemplo, já era possível notá-lo um pouco morno. Pelo menos, o smartphone não deixou a peteca cair e manteve o desempenho relativamente alto.

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Sistema e interface

Acho que, se você estiver pensando em comprar o Pixel 6 Pro, provavelmente um dos principais motivos é o Android. Ele já vem com a versão mais recente do sistema, no caso a décima segunda, com a interface mais pura entre as disponíveis no mercado, do jeito que o Google idealizou.

Nós já publicamos uma análise completa sobre o Android 12 disponível na linha Google Pixel, então vou deixar o link abaixo se você quiser ler. Mas, resumindo, você tem um sistema extremamente elegante, agradável ao olhar, com transições fluídas, aplicativos adaptados.

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Utilizando o launcher do Google por alguns dias ficou perceptível que a empresa quis dar um controle maior ao usuário sobre a aparência do sistema, e que fica bem mais visível do que em outras interfaces. O esquema de alterar a paleta de cores conforme o wallpaper parece muito mais natural por aqui.

Além disso, vale mencionar que a linha Pixel sempre recebe as atualizações do Android primeiro que outros smartphones. Isso significa que você poderá testar o inédito Android 13 quando estiver disponível.

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Câmeras

O Pixel 6 Pro tem três câmeras traseiras: a principal tem 50 MP, abertura de f/1.9, Dual Pixel PDAF, autofoco a laser e estabilização óptica de imagem; a ultrawide possui 12 MP e abertura de f/2.2; e a telefoto traz 48 MP de resolução, zoom óptico de 4x, PDAF e OIS. Para selfies, há um sensor de 11,1 MP.

Câmera principal

O software de câmera do Google sempre chamou atenção positivamente pelo pós-processamento geralmente acertado. O Pixel 6 Pro é meu primeiro contato com a linha Pixel e posso confirmar que, realmente, é um dos melhores celulares que eu já testei nesse departamento, mas não é perfeito.

O modo noturno é, sem dúvidas, o melhor que já utilizei em um smartphone. O software preserva a pele original do sujeito, assim como as cores mais quentes, além de eliminar quase por completo os ruídos. Só aproximando um pouco é possível perceber um efeito como se fosse pintura a óleo — mas quem perde tempo fazendo isso, não é?

O modo retrato do Pixel 6 Pro é outro destaque positivo, mas com algumas ressalvas. O desfoque de fundo é simplesmente incrível e muito parecido com o de uma câmera mais avançada. Mas o Google modifica bastante a tonalidade da pele do sujeito, provavelmente para parecer mais original.

No entanto, ao fazer tentar fazer isso, o que consegui foi uma imagem com contraste e nitidez bastante exagerados para o meu gosto, algo que não aconteceu quando tirei a mesma foto no modo normal. E esse detalhe ficou ainda mais visível na minha pele que é mais escura.

É aquilo, não dá para dizer que é uma foto ruim, mas, para o meu gosto, fica um pouco abaixo do Galaxy S22 e do iPhone 13 Pro, estes que produzem resultados mais naturais nesse modo.

Câmera ultrawide

A câmera ultrawide perde em relação à principal quando o assunto é modo noturno, mas, em condições mais normais de iluminação, a qualidade é bastante próxima. Tem alcance dinâmico decente, definição agradável e cores vivas.

E eu também não percebi muita distorção nos cantos das imagens. Talvez essa pouca distorção seja por conta do ângulo de visão de 114 graus, menor que muitos concorrentes que possuem acima de 120 graus.

Câmera telefoto

A câmera telefoto de 48 MP também é excelente. O zoom de 4x é ótimo e maior que outros modelos premium, como o iPhone 13 Pro, e a qualidade é excelente mesmo em ambientes mais desafiadores.

Câmera frontal

Com relação à câmera frontal, nada do que reclamar nem elogiar. Ela não é tão diferente de outras presentes em celulares premium. A definição é agradável e o alcance dinâmico, decente. Eu só não gostei de utilizá-la no Instagram Stories porque dá um crop gigante no rosto. À noite, o sensor também não decepciona.

Bateria e carregamento

Eu já li em algumas análises gringas que o Pixel 6 Pro não era um campeão de autonomia de bateria mesmo com seu tanque de 5.000 mAh. De fato, não consegui uma boa média com o smartphone no uso do dia a dia, e provavelmente será necessário recarregá-lo mais de uma vez em menos de 24h se seu uso for bem pesado.

Em um dos dias de teste, tirei o Pixel 6 Pro da tomada pela manhã com 100% e utilizei 30 minutos de redes sociais (Instagram, TikTok, Twitter e Facebook), seguido de 20 minutos de Asphalt 9 com gráficos no alto e 15 minutos de gravação em 4K/60 fps.

Por fim, finalizei com 20 minutos de vídeos no YouTube. De 100%, o Pixel 6 Pro terminou os testes com 55%, uma autonomia bem abaixo de modelos como S22+, S22 Ultra e iPhone 13 Pro.

Com relação ao carregamento, o Pixel 6 Pro oferece uma potência de 30 W, prometendo encher 50% de carga em apenas 30 minutos. Infelizmente, não pude testar isso apropriadamente porque o Google não enviou carregador na caixa e eu não tinha um acessório com essa velocidade em casa.

Som

O Google fez um excelente trabalho no driver de som do Pixel 6 Pro porque ele possui o que muitos celulares não oferecem, que são graves presentes. Os dois alto-falantes do smartphone produzem batidas intensas, que devem agradar os fãs de Billie Eilish.

Mas, para quem gosta de pop ou rock, pode ser que o Pixel 6 Pro decepcione por focar bastante nas frequências mais baixas em detrimento das mais altas. Por exemplo, você deve ouvir mais os bumbos da bateria ou o baixo em vez da guitarra e dos vocais, principalmente se forem femininos.

Particularmente, gostei da atuação dos alto-falantes porque em filmes, séries e vídeos no YouTube, o celular entrega vozes bem definidas e o efeito estéreo que todos gostamos. O volume máximo também é muito agradável, embora possa estourar em alguns conteúdos.

Concorrentes diretos

Infelizmente o Pixel 6 Pro não é vendido no Brasil. Portanto, não dá para compará-lo com outros smartphones premium de igual para igual porque é necessário considerar o preço do dólar para conversão, assim como a possível taxa de importação que todo produto está passível de receber.

Na gringa, o Pixel 6 Pro desbloqueado pode ser encontrado por até US$ 869, na versão de 256 GB de armazenamento interno. Isso daria, em conversão direta para a nossa moeda, cerca de R$ 4.500. Por esse preço aqui no Brasil, é possível comprar o Galaxy S22, o Edge 30 Pro e o iPhone 12.

Todos esses modelos citados são topos de linha e extremamente competentes. O Edge 30 Pro e o Galaxy S22 são mais potentes que o Pixel 6 Pro porque já vêm com o novo Snapdragon 8 Gen 1, mas a experiência de uso não muda tanto.

Já o iPhone 12, mesmo não sendo o mais novo lançado pela Apple, ainda tem o A14 Bionic como plataforma, que é uma das mais velozes da atualidade. O principal argumento a favor para escolher o Pixel 6 Pro seria o Android puro com atualizações rápidas.

Vale a pena importar o Google Pixel 6 Pro?

Eu poderia escrever uns mil motivos para você sair desta análise e importar o Pixel 6 Pro, mas a verdade é que muitos deles você já encontraria em alguns modelos vendidos aqui no Brasil.

A construção é muito robusta com o alumínio e o vidro Gorilla Glass Victus; o visual, mesmo que não tão bonito na minha opinião, é ousado e merece destaque; a tela AMOLED gigante é espetacular; o desempenho com o chipset Tensor é digno de topo de linha.

Eu achei que as câmeras poderiam ser um fator decisivo para comprar o Pixel 6 Pro, mas, embora eu tenha gostado muito dos resultados, não acho que bata os celulares premium de Samsung e Apple. Além disso, a bateria deixou muito a desejar no meu uso, e olha que nem fui tão exigente.

O fato é que todos esses atributos já podem ser encontrados em outros modelos já vendidos aqui no Brasil. Eu poderia citar tanto o Galaxy S22+ (e sua versão S22 Ultra) como o iPhone 13 Pro, ou o Edge 30 Pro, caso você queira um topo de linha mais acessível.

Basicamente, eu só recomendo comprar o Pixel 6 Pro se você, primeiro, curte o Android puro, pois realmente tudo é fluido e muito bonito. Segundo, se você ama o sistema do Google a ponto de querer ter suas novidades em primeira mão.

E, por último, claro, ter coragem de importar um smartphone que custa mais de R$ 4.000, não possui garantia oficial no Brasil e cuja família já possui um histórico não tão legal de problemas. Se você se encaixa nesses três motivos, provavelmente não vai se arrepender.