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Vale a pena importar um Google Pixel ao Brasil? Veja relato de um usuário

Por| Editado por Léo Müller | 11 de Fevereiro de 2022 às 11h39

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Divulgação/Google
Divulgação/Google
Google Pixel 5a

Vale a pena importar um Google Pixel para o Brasil? A linha de celulares da empresa ainda não chegou oficialmente ao nosso país, o que leva muitas pessoas a importarem seus aparelhos por preços geralmente muito altos e sem garantia oficial da empresa.

Pensando em responder a essa pergunta, conversei com meu amigo Matheus Bigogno, usuário de um Google Pixel aqui no Brasil e redator do Canaltech, para entender suas motivações.

Achei superinteressante trazer um relato mais pessoal e menos técnico a nossos leitores porque muitas análises na internet classificam os smartphones do Google como “a melhor experiência Android” — o que pode não ser muito verdade.

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Por que importar um Google Pixel para o Brasil?

Quem acompanha o mercado de celulares sabe que os Pixel chamam atenção por dois pilares: o principal, claro, é o Android sempre atualizado e idealizado como o Google imagina, sem modificações feitas por outras empresas. Esse, inclusive, foi um fator crucial para Matheus ter optado pelo Google Pixel 5a.

“Eu comprei o Pixel 5a em dezembro do ano passado visando principalmente as atualizações do Android, já que, além de serem disponibilizadas no dia do lançamento, há pelo menos quatro anos de suporte a sistema e aplicativos do próprio Google. Como eu trabalho com tecnologias e atualizações, ter isso na palma da mão e rapidamente faz toda diferença no trabalho."

Outro ponto em que os aparelhos do Google se destacam é na câmera. Embora o 5a possua apenas dois sensores — principal de 12 MP e um com lente ultra-wide de 16 MP —, o pós-processamento do Google deixa as imagens espetaculares.

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No tradicional teste cego de câmera do youtuber Marques Brownlee, por exemplo, o intermediário foi eleito pelos usuários como o melhor smartphone para fotos de 2021, ultrapassando modelos bem mais caros como iPhone 13 Pro, Galaxy S21 Ultra, Pixel 6 Pro e OnePlus 9 Pro.

"As fotografias dos Pixel sempre me chamaram atenção por conta do excelente pós-processamento e inteligência artificial — inclusive, estou para usar o modo astrofotografia para fotografar as estrelas assim que as chuvas diminuírem lá na minha região."
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Vale mencionar, também, o fato dele já ter 5G, mesmo que ele ainda não esteja implementado por aqui. "Sei que há muitos modelos vendidos no Brasil com a nova tecnologia, mas acabei unindo o útil ao agradável ao optar pelo Pixel 5a.”

O valor pago para ter esses diferenciais não foi pouco: R$ 4.200, com garantia não oficial de seis meses. Por esse preço, já é possível adquirir modelos como Galaxy S21+ e iPhone 12 mini, e ainda comprar o carregador que lhes falta na caixa.

Além disso, em ambos os casos também haveria muitos anos de suporte. A Samsung, por exemplo, anunciou recentemente que dará inéditos quatro anos de Android a alguns dos seus dispositivos, além de cinco anos de updates de segurança.

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É o maior suporte de uma empresa de celular Android até o momento, maior, inclusive, que os três anos prometidos pelo Google para os aparelhos da linha Pixel.

Matheus disse que considerou esses detalhes, porém seguiu com uma decisão mais estratégica, já que o smartphone do Google seria mais útil na criação de conteúdos.

Custo x benefício

Apesar de o preço ter sido alto para um intermediário, Matheus afirmou que recebeu o que esperava — e até um pouco mais.

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“Uso o Pixel 5a há dois meses e, para o meu perfil de usuário, não sinto que ele tenha faltado nada, ainda mais por ser intermediário. Na verdade, devo dizer que ele entrega até mais do que eu esperava.”

Nessa parte, devo concordar com ele. Tive a oportunidade de usar o Pixel 5a por algumas horas e tudo nele é redondinho. Confira algumas dos destaques do aparelho:

  • Tela OLED de ótima qualidade;
  • Chipset Snapdragon 765G com 6 GB de RAM e 128 GB de memória roda basicamente tudo sem problemas;
  • Corpo resistente a água e poeira (certificação IP67);
  • Longa bateria de 4.680 mAh;
  • Duas câmeras traseiras melhores que muitos topos de linha em várias situações.
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Histórico de problemas de produtos Google

Chegamos no ponto em que precisamos falar do “elefante na sala”. Quem acompanha o mercado sabe que nenhum produto eletrônico está safo de problemas, e isso vale mesmo para smartphones e gadgets da dona do Android.

Então, eu fui atrás de usuários que passaram por algum perrengue envolvendo produtos do Google. Curiosamente, não precisei procurar muito longe porque meu próprio editor, Léo Müller, teve problemas não uma, mas duas vezes.

A primeira vez foi com um Nexus 6P, em 2015, que sofreu o chamado “bootloop da morte” — quando o aparelho fica reiniciando eternamente até a bateria acabar — após um ano de uso. Na época, foram identificadas muitas unidades do aparelho com uma falha de hardware, portanto nenhuma atualização de software conseguiria corrigi-la.

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Já a segunda foi com o primeiro Pixel, de 2016. Após alguns updates, o aparelho começou a apresentar lentidões e travamentos, até que parou de funcionar.

Agora, você deve estar pensando: “Ah, mas os problemas dele foram há mais de cinco anos”. Pois é, foram mesmo, mas uma pesquisa rápida no Reddit ou no próprio suporte do Google é suficiente para encontrar casos relativamente recentes.

Também há os inúmeros bugs que os recentes Pixel 6/6 Pro continuam enfrentando mesmo após updates. Marques Brownlee, inclusive, explicou em um de seus vídeos que tais problemas o fizeram largar o celular da empresa.

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Não só os smartphones da empresa têm histórico de apresentar problemas, como também outros gadgets. Meu colega Felipe Junqueira, analista de produtos do Canaltech, comprou um Google Smart Display de 1ª Geração que durou apenas dois meses e meio.

Matheus me disse que não sabia desses problemas e, de fato, achou preocupante, mas ainda não notou bug de sistema ou falha de hardware.

“É, realmente, estamos falando de celular de R$ 4.200 sem garantia oficial. Sinceramente, esse histórico do Google me preocupa, mas, até o momento, não notei nenhum problema com ele. Tenho usado ele mais como celular de trabalho e não como celular “principal”, o que parece ajudar a não sobrecarregar o dispositivo para tarefas tão intensas. Mas é aquilo, risco sempre tem.”

Valeu a pena importar o Google Pixel 5a?

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Importar smartphone é sempre uma incógnita porque nunca se sabe o que você vai receber. Pode ser que nada de ruim aconteça — o que todos nós esperamos —, mas também pode acontecer da sua unidade simplesmente parar de funcionar, como foi o caso do meu editor.

Para Matheus, caso o fator produtividade não fosse tão importante, certamente ele não teria comprado o Pixel 5a.

“Valeu a pena comprar o Pixel 5a porque eu tinha um propósito em mente. Entretanto, se eu fosse um usuário comum, talvez não o teria importado. Ele é um celular excelente, mas sejamos justos: se for para gastar R$ 4.200 em um smartphone, que seja num topo de linha de qualquer outra marca que tenha suporte no Brasil. O tiro que eu dei foi no escuro e espero não ter errado.”

E para você já pensou em importar um smartphone do Google ou de qualquer outra marca, fica a dica: pesquise e considere todos os pontos positivos e negativos antes de comprar.

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Infelizmente, o Google não tem uma atuação muito forte aqui no Brasil em termos de hardware e ainda não demonstrou interesse em trazer a linha Pixel para cá, o que é uma pena. Se seus produtos tivessem garantia oficial de 1 ano por aqui, essa história provavelmente seria outra.