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Febraban acusa Nubank de sobretaxar tarifas bancárias; fintech responde

Por| Editado por Claudio Yuge | 22 de Setembro de 2021 às 19h40

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(Imagem: Divulgação/Nubank)
(Imagem: Divulgação/Nubank)
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Uma publicação no perfil do LinkedIn da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acusou o Nubank de cobrar juros mais altos do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. O que chama a atenção é a linguagem informal usada no post, que parece satirizar o modo de comunicação das fintechs.

O post veio depois que a Zetta, fundada por Nubank, Mercado Pago e Google no início do ano (o Google já deixou a entidade), divulgou uma reportagem do Valor Investe sobre tarifas cobradas por grandes bancos. O conteúdo cita um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) que mostra que os serviços subiram entre 9% e 25% nessas instituições, enquanto a inflação acumulada no período foi de 8,35%.

O levantamento inclui Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander e Safra, bem como as fintechs Nubank, Agibank, Neon, Original, Superdigital, Inter e Next. Entre os bancos, o único que não elevou tarifas acima da inflação foi o Safra. Já as fintechs teriam mantido os preços de seus serviços.

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Em sua publicação, a Febraban aponta que, na página do Banco Central do Brasil (Bacen), a taxa média de juros rotativos do Nubank era de 291,67% ao ano na última semana de agosto. Segundo o órgão, isso é mais que a média dos cinco grandes bancos, de 271,68%.

Além disso, a entidade destaca que, no crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo Nubank foi de 62,86% ao ano no fim de agosto. Já a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% e a dos cinco grandes era de 60,65%.

Segundo a Febraban, os bancos pagam 45% de imposto sobre lucro — 25% de imposto de renda e 20% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) — e as fintechs pagam apenas 9% ou, quando muito, 15% de CSLL. A instituição questiona, ainda, com quanto as fintechs contribuíram para tirar o Brasil da crise. E ressalta que os bancos deram R$ 5,7 trilhões em crédito e doaram R$ 2 bilhões em recursos para a saúde.

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Executivos das grandes instituições financeiras do país reagiram bem à publicação da entidade no LinkedIn. O post tem 517 reações, entre elas curtidas de economistas do Itaú, do Santander, do Bradesco e da XP.

O que diz a Zetta

No LinkedIn, a Zetta (ou o Nubank, nas entrelinhas) diz que é uma pena que "a Febraban evite a discussão sobre a elevação das tarifas bancárias acima da inflação e tente confundir a opinião pública". Segundo a associação, a média das taxas de juro do rotativo dos integrantes da entidade é de 10,66% ao mês, enquanto a média dos cinco maiores bancos é de 12,86% mensais.

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A Zetta destaca que a maioria dos produtos das fintechs é isenta de cobrança e que essas empresas pagam mais tributos que os bancos tradicionais. Além disso, diz que não elas podem usar os valores depositados em suas contas para empréstimos, mas os bancos podem, já que só os bancos podem receber depósitos à vista.

Ou seja, além de não remunerarem os clientes, ainda podem usar o dinheiro deles para conceder empréstimos. “As fintechs não têm essa permissão. Nos depósitos em instituições de pagamento, 100% dos recursos ficam travados em títulos públicos. Mesmo assim, muitas não cobram tarifas", diz o comunicado.

De acordo com a Zetta, as exigências de capital do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) são maiores para fintechs e que as exigências de capital são até 40% maiores que para os bancos tradicionais. Além disso, essas instituições financeiras concentram 68,5% do mercado de crédito, o que prejudica a competição.

Dinossauros na porta de agências bancárias

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Igor Puga, diretor de marketing e marca no Santander, criticou, em post no LinkedIn, a iniciativa da fintech Mercado Pago. A empresa colocou dinossauros na porta de agências bancárias nas avenidas Paulista e Faria Lima, em São Paulo. A publicação tem tido boa repercussão entre executivos do segmento.

Puga pede que a empresa esclareça o custo de suas tarifas. “Em vez de construir esse tipo de abordagem pueril, por que não faz um esclarecimento público que justifique o fato de que a tarifa de sua máquina é maior no débito, no crédito e no parcelado que a oferecida pelo banco onde trabalho — esse mesmo que vocês insinuam ser da idade da pedra?”, escreve ele.

A publicação diz, ainda, que a micareta da startup foi cruel. “Fazer micareta na porta de agência bancária que paga tributos e impostos, como 20% de CSLL, enquanto sua corporação paga 9%, uma indisfarçável diferença de 122,2%, soa mais cruel ainda nas suas tarifas superiores às nossas."

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Fonte: IstoÉ Dinheiro, MetropolesFolha