Quase 500 empresas saíram do mercado de celulares desde 2017, aponta relatório
Por Vinícius Moschen • Editado por Wallace Moté |
Mesmo que o mercado de celulares movimente uma quantidade abundante de dinheiro, não são todas as marcas que se dão bem nele. De acordo com um novo relatório da Counterpoint Research, mais de 500 empresas já deixaram de produzir aparelhos desde o ano de 2017, e a tendência ainda é de mais marcas abandonem a disputa.
- iPhone 14 estaria dificultando consertos com restrições exageradas
- Intel Innovation 2023 mostra que IA é muito mais que ChatGPT
Em geral, essa estatística é puxada principalmente pelas marcas menores, de relevância local nos países em que atuam. É o caso de nomes como a Micromax, Intex e Karboon (Índia), Meizu, Meitu, Gionee (China) e mais.
Contudo, algumas companhias mais conhecidas globalmente também saíram da disputa, como a LG, a Blackberry e a Kyocera. Em geral, estas empresas voltaram suas atividades para outros ramos, como os eletrodomésticos, cibersegurança e produtos corporativos, respectivamente.
Pandemia causou saída de diversas empresas
Dentro do período analisado pela Counterpoint Research, o ano de maior saída de empresas foi 2020. Afinal, neste período as marcas locais foram as mais atingidas pelas instabilidades causadas pela pandemia de COVID-19, e pela chamada crise dos chips.
Por isso, apenas entre os anos de 2019 e 2020, quase metade do mercado se esvaiu, com uma queda de 610 empresas ativas para 420. Essa queda continuou ao longo dos anos seguintes por conta de questões macroeconômicas como a inflação, que tirou uma parcela dos consumidores dessas companhias.
Outros fatores complicadores citados pela agência ainda incluem a transição tecnológica do 4G para o 5G, que se mostrou mais desafiadora para as empresas locais. A grande escala de produção e a base de usuários mais amadurecida das gigantes também apareceram como elementos que dificultam a operação das menores, além do aumento no tempo do ciclo de troca de smartphones.
Segundo os dados mais recentes, cerca de 250 marcas de smartphones ainda estão em operação pelo planeta, divididas em 70 países distintos. Contudo, há uma grande concentração na quantidade de unidades vendidas, em que aproximadamente 67% da fatia de mercado está em posse das cinco empresas mais populares — incluindo 37% apenas com Apple e Samsung.
Para o futuro, é esperado que o número de marcas pequenas decaia cada vez mais. Contudo, a Counterpoint indica que um caminho para elas seja apostar em nichos específicos, como é o caso da Fairphone que vende aparelhos sustentáveis por meio de reparos simplificados.