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Microsoft, Google, Amazon… Veja as big tech que congelaram contratações

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O setor de tecnologia está oficialmente em “recesso” nos últimos meses — e o cenário deve permanecer assim nos próximos seis meses. Empresas de todo o mundo vêm sentindo o impacto de de uma crise econômica que afeta todo o planeta. Embora a demanda por profissionais continue em alta, todos os maiores players do segmento vêm demitindo em massa e congelando contratações, em uma tendência de escala global.

Pandemia persistente, com muitos setores ainda em recuperação. Inflação galopante e altas nas taxas de juros. Guerra entre Rússia e Ucrânia, que causa desabastecimento de grãos e gás natural, em um cenário que já vinha sofrendo com a baixa de chips e semicondutores. Alta volatilidade no mercado de ações e no de criptomoedas, que já é naturalmente instável. Isso tudo, combinado, ajuda a explicar as razões pelas quais os investimentos em anúncios caíram. E, no todo, a maioria das empresas registrou queda nas receitas.

A Microsoft e o Google foram as mais recentes “vítimas” dessa crise. Na última quarta (20), a Gigante de Redmond mencionou, segundo informações de bastidores, estar eliminando muitas de suas vagas de emprego projetadas no início do ano. Já o Gigante das Buscas deve pausar as contratações pelas próximas duas semanas.

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A Amazon já havia começado os cortes de gastos e pessoal em abril, principalmente nos setores que “incharam” durante a pandemia. A Meta, empresa-mãe do Facebook, reduziu os planos de admissão de engenheiros em 30% nos próximos meses, segundo o Bloomberg. A Apple, mesmo mantendo o planejamento agressivo de lançamentos, deve agir com cautela nos próximos meses — a ideia seria contratar e gastar gradualmente, de acordo com palpites mais certeiros, segundo fontes internas.

O Uber ainda diz “resistir às demissões”, mas concorrente Lyft também teve que demitir e fechou uma divisão na empresa. A Netflix, que viu quase 1 milhão de assinantes no último trimestre, demitiu pelo menos 150 trabalhadores e vem buscando outros modelos de negócios, inclusive em parceria com a Microsoft, para resistir à crise econômica mundial.

A Niantic, fabricante do jogo online Pokemon Go, demitiu 8% de sua força de trabalho em junho. A plataforma de computação em nuvem também vem desacelerando as contratações e reduzindo as contas com viagens. A plataforma de streaming musical Spotify anunciou aos funcionários em junho que pretende diminuir o desenvolvimento de projetos em 25%, para ajustar a companhia ao atual cenário.

Mais recentemente, a Tesla reduziu 200 funcionários do setor de desenvolvimento do piloto automático para seus veículos elétricos e fechou uma unidade em San Mateo, na Califórnia. O Twitter iniciou um congelamento de contratações e começou a rescindir as ofertas de emprego — além da recessão global, a companhia passa pela incerteza em torno da aquisição da empresa por Elon Musk.

No Brasil, já estamos vendo os efeitos dessa recessão em várias companhias e subsidiárias. Startups que vinham aumentando e escalando seus negócios também tiveram que pisar no freio, como Ebanx, Facily, QuintoAndar e multinacionais como a Shopee. E, embora as demissões tenham diminuído nas últimas semanas, as contratações devem permanecer congeladas, mesmo com a demanda de profissionais em alta.

A expectativa é de que, com a virada do ano, o cenário mude, já que projeção é de que muitos setores devem se recuperar melhor dos efeitos da pandemia de covid. Além disso, muitos esperam que a guerra entre Ucrânia e Rússia esfrie e os setores afetados pelo desabastecimento voltem a prosperar. E, claro, todo mundo torce para que a inflação e as taxas de juros caiam.

Fonte: Bloomberg