EUA e Intel anunciam US$ 8,5 bi em investimentos em semicondutores
Por Daniel Trefilio • Editado por Jones Oliveira |
O Departamento de Comércio dos EUA aprovou investimentos de até US$ 8,5 bilhões para avançar os projetos de semicondutores da Intel. Os financiamentos serão voltados, principalmente, para as fundições do Arizona, Novo México, Ohio e Oregon, e o governo estadunidense ainda conferiu elegibilidade à Intel para empréstimos de até US$ 11 bilhões para expandir suas operações de fabricação de chips.
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Os valores são parte do pacote de investimentos da Lei dos Chips, criado para garantir ao país autonomia na fabricação de semicondutores, reduzindo a dependência de fundições asiáticas. Além disso, a estratégia visa possibilitar no médio prazo estabelecer empresas estadunidenses como fornecedoras globais de chips, movimentando economia interna e aumentando a receita de exportações.
"Hoje é um momento decisivo para os EUA e a Intel, enquanto trabalhamos para impulsionar o próximo grande capítulo da inovação americana de semicondutores", disse o CEO da Intel, Pat Gelsinger,
Investimento para se blindar de crises futuras
A parceria entre a Intel e o Governo Biden constitui um dos maiores investimentos público-privados da indústria de semicondutores nos EUA. Com projeção de injetar US$ 100 bilhões no setor em 5 anos, o projeto irá criar milhares de empregos em diversas áreas econômicas, da construção civil, com o projeto das plantas e infraestrutura locais, a vagas técnicas altamente especializadas.
Naturalmente, a área de Pesquisa & Desenvolvimento também irá se fortalecer muito, principalmente na área de redução de microlitografias e avanços para aumentar índices de rendimento dos wafers de silício. Segundo o próprio Pat Gelsinger, já estamos vivendo a Siliconomia, cenário no qual grande parte do PIB global está diretamente ligada a produtos com chips.
"A IA está turbinando a revolução digital e tudo o que é digital precisa de semicondutores. Esse suporte ajudará a garantir que a Intel e os EUA permaneçam na vanguarda da era da IA à medida que construímos uma cadeia de suprimentos de semicondutores resiliente e sustentável para alimentar o futuro de nossa nação."
Com a projeção da chegada de cada vez mais tecnologias e ferramentas com IA, a tendência é que a dependência dos semicondutores se intensifique ainda mais nos próximos anos. Dessa forma, é de extrema urgência que a economia estadunidense esteja posicionada majoritariamente como fornecedora, e não consumidora desses produtos.
Com isso, o país fica menos suscetível a embargos e especulações como sempre ocorreu no campo de energias fósseis, com os países da OPEP gerindo o preço do petróleo e eventualmente desencadeando crises globais.