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Cloudflare não ofereceu apoio para manter bloqueio do X no Brasil, diz CEO

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Marten Bjork/Unsplash
Marten Bjork/Unsplash

O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, disse que desconhece ações da empresa de apoio às autoridades para manter o bloqueio do X no Brasil. A fala aconteceu dias após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informar que restabeleceu a suspensão com “apoio ativo” das operadoras e da companhia devido ao “drible” que trouxe o ex-Twitter de volta.

Durante uma conversa com o portal Bloomberg Technology nesta terça-feira (24), o entrevistador comentou que as autoridades brasileiras informaram que a Cloudflare trabalhou com o governo na semana passada, quando a rede social de Elon Musk voltou a funcionar no Brasil mesmo durante o veto por ordem judicial.

Na ocasião, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT) informou que a empresa de Musk alterou o seu endereço IP e começou a usar soluções da Cloudflare, o que teria dificultado o monitoramento. 

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Depois, a Anatel disse que teve apoio da companhia para “identificar mecanismo que, espera-se, assegure o cumprimento da determinação, com o restabelecimento do bloqueio”.

No entanto, o executivo informou que desconhece a aproximação. “Para ser honesto, eu não sei o que as autoridades brasileiras estão falando, porque nós não trabalhamos especificamente com eles para bloquear o X ou para manter o X disponível no Brasil”, diz.

Mudança de IP

Prince destaca que as operadoras brasileiras anteriormente bloquearam um endereço IP do ex-Twitter, que foi alterado posteriormente, e fez a analogia de quando uma pessoa muda de uma operadora de telefonia e o número de telefone é alterado quando não há portabilidade.

“A mesma coisa aconteceu com o X”, explica. “Eles começaram a usar o nosso serviço e pararam de usar um competidor nosso e, no processo, o endereço de IP mudou. O Brasil estava simplesmente bloqueando o IP antigo, o que fez a plataforma ficar disponível temporariamente.”

Ainda segundo o executivo, a Cloudflare não fez nada para facilitar esse processo, assim como a plataforma não registrou nenhum pedido à empresa para burlar a restrição. “Não teve nada que o X fez para dificultar [a restrição] para o Brasil. Foi simplesmente uma coincidência de termos conquistado um cliente empresarial”, conclui.

Procurada pelo Canaltech, a Anatel não retornou até o momento da publicação. A matéria será atualizada caso a agência se posicione sobre o caso.

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X pode ser liberado no Brasil

Após cerca de um mês de suspensão, o X pode voltar a funcionar em breve no Brasil. A estimativa ocorre depois que a companhia de Elon Musk passou a obedecer às ordens judiciais estabelecidas durante o bloqueio determinado no fim de agosto, como a indicação de um representante legal no país.

As multas do ex-Twitter e da Starlink de aproximadamente R$ 18 milhões também foram pagas após o bloqueio de contas bancárias. 

No entanto, além de atender às exigências da Justiça, é preciso uma nova decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para dar sequência à liberação do serviço no país. Contudo, ainda não há previsão para que a corte reavalie o processo.

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