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B2B or not 2B | Resumo semanal do mundo da tecnologia corporativa (28/9 a 02/10)

Por| 02 de Outubro de 2020 às 19h10

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Rafael Damini
Rafael Damini

Disse, mas depois "desdisse"

Em entrevista ao UOL na terça-feira (,29) o ministro das Comunicações, Fábio Faria, mudou o seu posicionamento em relação às empresas interessadas em comprar os Correios. Se no último dia 16 de setembro ele afirmou que Magazine Luiza, Amazon, FedEx e DHL eram as principais candidatas a adquirir a estatal em um eventual processo de privatização, dessa vez ele recuou e declarou que não nenhuma dessas companhias procurou o governo.

Ainda de acordo com Faria, a declaração dada no dia 16 de setembro reflete uma avaliação sua de quais empresas seriam atraídas pela privatização dos Correios. Segundo o ministro: "Isso é um processo de privatização que ainda vai começar. Nenhuma empresa estabeleceu formalmente o interesse em participar, comprar os Correios".

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Outro ponto contraditório na entrevista de Faria é que ele afirmou que os resultados financeiros mais recentes dos Correios pode ser um atrativo aos interessados. Segundo Faria, "a estatal teve resultado positivo no ano passado, de R$ 671 milhões após o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). E para o ano vem, tal receita poderia atingir até R$ 1 bilhão".

No entanto, os números aventados pelo ministro batem de frente com o que foi relatado pelos diretores dos Correios que já afirmaram que a empresa já registrou um prejuízo acumulado de R$ 2,4 bilhões. No entanto, a partir de cortes em diversos benefícios, vistos como excessivos pelos executivos da companhia, era esperada uma economia de cerca de R$ 800 milhões anuais. Segundo a estatal, esse valor, em três anos, seria suficiente para cobrir o déficit financeiro atual.

Unicórnio brasileiro novo na área

A VTEX, a plataforma de e-commerce-marketplace, beaseado em SaaS (Software as a Service) anunciou na última segunda-feira (28) que arrecadou R$1,250 bilhão (US$ 225 milhões) em uma rodada de financiamento da Série D. Com isso, a empresa passa a ter uma avaliação de US$ 1,7 bilhão, conquistando o status de unicórnio (quando uma empresa de Tecnologia passa a valer mais de US$ 1 bilhão).

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O financiamento foi recebido a partir dos principais investidores de tecnologia do mercado público. O fundo Tiger Global foi quem fez o maior aporte, seguindo do Lone Pine Capital. Além disso, Constellatio, SoftBank e Endeavor Catalyst também participaram. Nos últimos 10 meses, essas empresas fizeram um financiamento total na VTEX no valor de R$ 2,025 bilhões (de US$ 365 milhões).


A VTEX anunciou ainda usará fundos da última rodada para fazer aquisições, contratar talentos adicionais, inovar sua plataforma e acelerar o crescimento nos mercados dos EUA, Europa e Ásia-Pacífico. Nos últimos 12 meses, a VTEX afirmou que foram adicionados mais de mil novos clientes à sua plataforma. Além disso, foram contratados mais de cem desenvolvedores para manter o crescimento da divisão de Pesquisa&Desenvolvimento (P&D) e recursos de produtos

Em comunicado, a VTEX afirmou que a sua plataforma de comércio colaborativo, que integra exclusivamente comércio digital, marketplace nativo e recursos de gerenciamento de pedidos, teve um crescimento de 98% na adoção da solução durante a pandemia. A companhia declarou que agora abastece mais de três mil lojas online para marcas globais como AB InBev, Motorola, Stanley Black & Decker, Sony, Walmart, Whirlpool, Coca-Cola e Nestlé.

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Sobe a trilha de Exterminador do Futuro!

Uma matéria feita pelo Reveal, site especializado em reportagens investigativas, sobre as condições de trabalho nos armazéns da Amazon, traz um dado interessante: as unidades que contam com a participação de robôs na coleta de produtos podem apresentar taxas de lesões maiores entre os funcionários do que aquelas que contam com as coletas majoritariamente manuais.

Um dos focos da matéria do Reveal é um armazém localizado na cidade de DuPont, no estado de Washigton, e que fica a pouco mais de 80km da sede da gigante do e-commerce, localizada em Seattle. Desde a inauguração da unidade em 2014, os funcionários do local viram cotas de produção ficarem cada vez mais altas.

Essas metas mudaram drasticamente quando os robôs chegaram à Amazon. Os supervisores prometeram que poupariam trabalhadores do cansaço de caminhar quilômetros por dia para encontrar os pedidos dos clientes. Tudo o que eles teriam que fazer seria se posicionar e pegar as coisas. No entanto, com o passar do tempo, muitos deles preferiam voltar a antiga função. Isso porque eles ficavam isolados em uma estação de trabalho e, 10 horas por dia, ficam realizando movimentos repetitivos que se provaram ser muito mais difíceis para seu corpo, aumentando os riscos de lesões.

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Os robôs implantados eram muito eficientes. Eles podiam trazer itens tão rapidamente que as expectativas de produtividade dos trabalhadores mais do que dobraram, de acordo com um ex-gerente de operações sênior ouvido pelo site e que viu a transformação. E a exigência continuou subindo. No tipo mais comum de armazém da Amazon, os trabalhadores (chamados de selecionadores) - que antes tinham que pegar e escanear cerca de 100 itens por hora - deveriam atingir taxas de até 400 por hora em centros de distribuição que contam com robôs.

Os gerentes monitorariam as atividades de perto, a partir de um sistema de computador que rastreia quantos itens um funcionário verifica a cada hora e registra aqueles que não atingiram as metas. Os trabalhadores que ficaram para trás podem ser demitidos.

O resultado disso? Segundo dados internos da empresa, as taxas de lesões em armazéns da Amazon têm aumentado constantemente desde 2016. Os documentos obtidos pelo site indicam que o departamento que cuida da proteção dos funcionários da Amazon analisou de perto as taxas de acidentes no depósito da DuPont e que os trabalhadores disseram à gerência que sentiam que a segurança era um problema, porque estavam sendo obrigados a trabalhar rápido demais.

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De acordo com os dados obtidos pelo Reveal, a unidade de DuPont teve a pior taxa de acidentes entre todos os 150 armazéns da Amazon nos EUA em 2019. Por lá, teriam sido registrados 22 acidentes graves para cada 100 trabalhadores. Esse índice é cinco vezes maior do que a média do setor.

Crescendo, crescendo, crescendo

O Magazine Luiza anunciou nesta sexta-feira (02), a compra da GFL Logística, uma das principais plataformas de logística para o e-commerce e que atua, majoritariamente, no interior de São Paulo e sul de Minas Gerais.

Em comunicado, o Magalu informou que a aquisição reforça sua estratégia de entregas cada vez mais ágeis, expandindo serviços como a coleta e last mile para os vendedores e reduzindo drasticamente os custos e prazos de entrega no marketplace.

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A GFL foi fundada há cinco anos e sempre teve seu foco na entrega de produtos adquiridos a partir do e-commerce. Seu rápido crescimento permitiu que ela atenda, hoje, mais de 600 municípios, contando com 13 áreas de cross docking - método de distribuição onde a mercadoria recebida num armazém ou centro de distribuição não é estocada, mas preparada para o carregamento, distribuição ou expedição para ser entregue ao cliente ou consumidor com mais rapidez. Além disso, a companhia conta com cerca de 850 motoristas independentes, que realizam todos os dias as coletas e entregas de produtos leves do e-commerce, com seus próprios veículos.

O Magalu também adquiriu a plataforma de tecnologia SincLog, utilizada pela GFL e mais de 30 transportadoras. A SincLog é uma solução para empresas de logística, que possibilita gestão de cargas, emissão de documentos fiscais e averbações, controle das tabelas de frete e da remuneração dos motoristas. Ela também fornece informações de qualidade e em tempo real, que possibilitarão à rede varejista gerenciar de forma mais eficiente as entregas de last mile da sua plataforma.

Crescendo, ainda que timidamente

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O Brasil avançou seis posições no ranking global de competitividade digital (em comparação ao ano passado), a partir de um estudo feito pelo Núcleo de Competitividade Global da IMD, escola de negócios suíça. Agora, o país ocupa a 51º na relação, que considera 63 países e analisa como as economias dessas nações utilizaram novas tecnologias para promover a transformação digital.

O estudo do IMD foi desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Cabral e contou com o apoio do Movimento Brasil Digital. A 51º posição é a melhor colocação do Brasil desde a criação do documento, em 2017.

Para definir o ranking, a pesquisa analisa três pilares: Conhecimento (expertise para descobrir, compreender e construir novas tecnologias); Tecnologia (condições gerais que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias digitais) e Prontidão para o futuro ( nível de preparo para explorar as transformações digitais).

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A pesquisa afirma que, em diferentes graus, o desempenho do Brasil em concentração científica, regulatório, estrutura, capital e agilidade de negócios melhorou. Especificamente, a agilidade dos negócios mostrou o avanço na maioria de seus componentes, incluindo a transferência de conhecimento entre setor privado e universidades (59º a 54º) e na agilidade das empresas (57º a 39º).

No entanto, as dificuldades do Brasil começam a aparecer quando a aplicação desse conhecimento entra em pauta, ou seja, transformá-lo em Tecnologia e Inovação. O estudo aponta que, segundo a opinião dos empresários consultados, nosso país sofre com a ausência de mão de obra qualificada para fazer com que novas tecnologias sejam aplicadas nas corporações.

Parte disso é explicado pelas deficiências brasileiras quanto a falta de mão de obra está nas universidades. O país possui apenas duas instituições de ensino - USP e Unicamp - entre as 200 melhores do mundo. Além disso, o número de alunos focados em áreas de Exatas como Matémática, Tecnologia, Ciências e Engenharia é muito baixo: apenas 17% deles estudam nesses campos.