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Apple é um valentão implacável com seus competidores, diz executivo do Spotify

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 19 de Maio de 2021 às 09h47

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Imagem: Brett Jordan/Unsplash
Imagem: Brett Jordan/Unsplash

Para o público geral, a Apple pode representar o papel de uma empresa visionária, definidora de tendências e quase impecável em nível de qualidade e design. Porém, aos olhos do Chefe de Assuntos Internacionais e Diretor Jurídico do Spotify, Horácio Gutierrez, o que as pessoas não notam é como a fabricante seria um “valentão implacável” que usa sua dominância no mercado para puxar o tapete de concorrentes.

Gutierrez não poupou a Apple de críticas em artigo publicado no Wall Street Journal (WSJ) na última terça-feira (17). Para ele, a gigante pode até passar essa imagem brilhante de uma líder de indústria à frente do seu tempo, encabeçada pela figura de Steve Jobs, o antigo CEO e cofundador da companhia; contudo, o que esse véu esconde seria uma péssima competidora, um verdadeiro "valentão" e que "por anos vem sendo enquadrada por autoridades reguladoras".

“Há muito o que admirar sobre a Apple, mas minha empresa, Spotify, viu seu outro lado, o brutal. [...] Minha companhia é uma das poucas que insistem que debaixo desse belo exterior está um valentão implacável que aproveita sua dominância para sabotar competidores”, pontuou Gutierrez.

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Não é de hoje que o Spotify tem uma relação espinhosa com a Apple. Em outras ocasiões, como em 2019, a detentora da plataforma de streaming tentou jogar seu público contra a companhia com o vídeo “É hora de jogar limpo”. Na animação, a companhia sueca denunciava algumas das práticas da Maçã que considerava anticompetitivas. “Ela é o árbitro e o adversário simultaneamente”, disse o Spotify, em referência à App Store e ao Apple Music.

“A exorbitante taxa de 30% da Apple nos forçou a migrar para compras fora do aplicativo em 2016”, escreveu o diretor do Spotify. “Do ponto de vista corporativo, fez mais sentido restringir usuários de iPhone e iPad de um dos meios de assinatura do que absorver a comissão de 30% para novos assinantes”, completou o executivo.

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Segundo o executivo, “a boa notícia é que o Spotify não está mais sozinho” ao caracterizar a empresa de Cupertino como essa má competidora. Os processos internacionais representariam finalmente que “aqueles em posição de fazer algo viram algo além da fachada” da fabricante e se juntaram "aos interesses de inovadores e consumidores".

A Apple hoje enfrenta múltiplas acusações de atuar com práticas anticompetitivas, e o Spotify quer levantar um novo processo por monopólio contra a companhia. A decisão de não incluir carregadores em novos iPhones também não saiu barato em alguns locais do mundo, como no Brasil.

Devido a dimensão do problema, essas brigas podem gerar grandes mudanças no mercado, contudo, isso leva muito tempo. Processos judiciais por si só costumam demorar anos para chegarem a uma conclusão, portanto, agora resta observar como as companhias se digladiam nos tribunais.

Fonte: WSJ