Vulcão na Islândia pode entrar em erupção a qualquer momento e causar estragos
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Para proteger a população diante da quase certa erupção vulcânica do Fagradalsfjall, a Islândia está adotando medidas de evacuação de áreas de risco desde a última sexta-feira (10), quando os indícios do fenômeno começaram a se tornar mais consistentes. Nesse dia, uma série de intensos terremotos chacoalharam a porção sudoeste do país, em especial a cidade de Grindavik, com 4 mil habitantes. Também foram identificadas evidências do magma se espalhando no subsolo.
- Erupção de vulcão de Tonga destruiu parte da camada de ozônio
- Vulcão submarino forma ilha no Japão após erupção
É difícil dimensionar os reais impactos e estragos provocados pela erupção do vulcão na Islândia, mas é certo que o fenômeno causará danos à infraestrutura local, afetará a aviação na Europa e poderá liberar gases que intensificam o efeito estufa.
Aqui, cabe destacar que a Islândia está em uma região localizada entre as placas tectônicas Norte-Americana e Eurasiana. Como estas placas se movem em direções opostas, o registro de terremotos e atividade vulcânica tendem a ser mais frequentes que em outras regiões do globo. Inclusive, erupções foram registradas no ano passado.
Probabilidade de Erupção na Islândia
Nesta segunda-feira (13), o Gabinete de Meteorologia da Islândia (IMO) afirma que há "probabilidade significativa de uma erupção vulcânica nos próximos dias”. Em outras palavras, o risco é alto em relação ao vulcão Fagradalsfjall.
“Desde a meia-noite [até às 10 horas da manhã], foram detectados cerca de 900 sismos [tremores de terra, com diferentes níveis de intensidade]”, pontua o gabinete. Em média, a atividade sísmica está concentrada em uma profundidade de cerca de 2 km a 5 km.
Na noite de domingo (13), foi possível observar que o movimento de deformação do solo continua, marcado pela formação de fissuras e rachaduras, mesmo com a ocorrência de terremotos mais fracos. Isso é um possível indicador de que o magma está mais próximo da superfície e de que o risco de erupção aumenta.
Vale apontar que, toda essa preocupação em relação à erupção começou no dia 25 de outubro. Esta é a data dos primeiros tremores de terras, sendo que, até o momento, o mais forte atingiu uma magnitude de 4,8 na escala Richter.
Destruição causados pelo vulcão?
Na Islândia, a cidade Grindavik, já evacuada, “está muito perto da posição da nova fratura, e sua ‘sobrevivência’ está longe de ser garantida” em caso de erupção, sugere Bill McGuire, professor emérito de Riscos Geofísicos e Climáticos da University College London (UCL) para a BBC. No entanto, a extensão do estrago “depende de onde o magma irá eventualmente atingir a superfície”, acrescenta.
Problemas para a aviação da Europa
"Se um vulcão entrar em erupção no mar ou em terra e depois fluir para o mar, existe o risco de formação de uma nuvem de cinzas explosivas, quando a rocha super quente entra em contato com a água”, explica o professor McGuire. Isso pode comprometer o espaço aéreo europeu, bloqueando temporariamente todos os voos por causa da baixa visibilidade.
Para justificar o risco, o especialista relembra o caso de abril de 2010, quando a erupção do vulcão Eyjafjallajokull causou a maior paralisação das atividades no espaço aéreo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. A extensa nuvem de cinzas causou prejuízos estimados em até 2,5 bilhões de euros (cerca de 13,1 bilhões de reais).
Liberação de gases tóxicos
Aparentemente, o vulcão Fagradalsfjall não está tão próximo de geleiras quanto o Eyjafjallajokull, o que não deve gerar uma nuvem de cinzas tão potente. No entanto, a liberação de gases tóxicos, gás carbônico, fuligem e cinzas para a atmosfera, incluindo a pluma vulcânica, não devem ser ignorados. Mesmo em menor escala, a erupção do vulcão na Islândia poderá aumentar o tamanho do buraco na camada de ozônio, como já ocorreu em consequência de outras erupções.