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Erupção de vulcão de Tonga destruiu parte da camada de ozônio

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Gary Saldana/Unsplash
Gary Saldana/Unsplash

No dia 15 de janeiro do ano passado, o vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, localizado no Oceano Pacífico Sul, entrou em erupção. O fenômeno da natureza liberou um volume de vapor d’água recorde na atmosfera e, por causa de reações químicas que ainda são investigadas, foi destruída parte da camada de ozônio.

A destruição de parte da camada de ozônio por causa da erupção vulcânica de Tonga já era sugerida por alguns pesquisadores. No entanto, a confirmação oficial chega com um estudo internacional recém-publicado na revista Science, após cruzar medições feitas por satélite e balões.

Erupção do vulcão Hunga Tonga

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A erupção do vulcão foi atípica por diferentes fatores. Por exemplo, lançou uma quantidade sem precedentes de vapor d'água na estratosfera, estimada em 150 megatoneladas. Somado ao material vulcânico e rochas, isso contribuiu com a destruição extremamente rápida e de uma redução de 5% da camada de ozônio referente à região do Pacíifico em que está situado.

Além disso, o fenômeno desencadeou ondas de 90 metros de altura — o que é nove vezes maior que o tsunami que devastou o Japão em 2011 — e criou uma longa tempestade com 2,6 mil raios por minuto — que foi possível observar do espaço. Também afetou o funcionamento de vários satélites.

Impacto na camada de ozônio

Para entender como uma erupção vulcânica pode impactar a camada de ozônio, os cientistas explicam que os aerossóis vulcânicos, incluindo o vapor d’água salgado e outros compostos (dióxido de enxofre e cinzas), reagem quimicamente e formam compostos de cloro, que são capazes de romper essa proteção do planeta. É o caso do monóxido de cloro (ClO).

De forma geral, “grandes erupções vulcânicas podem injetar gases e partículas na estratosfera, onde reside a camada de ozônio”, afirma Laura Revell, professora associada da University of Canterbury, na Nova Zelândia, para a plataforma Science Media Center (SMC).

“Por isso, é bastante comum observar perdas a curto prazo após uma grande erupção, como resultado de reações envolvendo aerossol vulcânico e cloro”, acrescenta Revell.

A questão, que ainda precisa ser melhor investigada, é o porquê dessa destruição ocorrer em tão pouco tempo. "Em particular, a velocidade da destruição da camada de ozônio observada desafia a nossa compreensão da química que ocorre nas superfícies destas partículas e gotículas”, explica Olaf Morgenstern, cientista do National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA).

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Efeitos duradouros

Apesar do alto impacto inicial da destruição causada pela erupção, o poder destrutivo perdeu força antes do final de janeiro daquele ano. No entanto, os efeitos da enorme liberação de vapor de água na estratosfera ainda devem ser sentidos por mais tempo.

“O aumento do vapor d’água pode persistir por vários anos ainda”, comenta Revell. Entender o impacto desse desdobramento — que deve se assemelhar ao de outros casos de erupções no futuro — demandará atividades contínuas de monitoramento atmosférico. Entre as possíveis complicações, está o aumento da temperatura até a dissipação total do gás.

Fonte: Science e SMC