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Vida no planeta está ameaçada, segundo novo reporte climático de cientistas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Outubro de 2023 às 21h20

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Pete Linforth/Pixabay
Pete Linforth/Pixabay

O reporte do Estado do Clima 2023 já foi publicado e não traz notícias muito animadoras à natureza e aos seres humanos. Segundo os achados científicos apresentados, 20 os 35 sinais planetários vitais usados para acompanhar as mudanças climáticas estão atingindo recordes extremos.

Eles incluem aspectos como a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, perda de árvores para incêndios florestais, mudanças no nível dos mares, massa de gelo antártico, número de dias muito quentes e acidez do oceano, por exemplo. Segundo conta William Ripple, cientista que comanda o estudo, em um comunicado à imprensa, a vida na terra está “claramente sob cerco”.

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O cientista afirma que “as tendências estatísticas mostram padrões profundamente alarmantes de variáveis e desastres relacionados ao clima”. Em 2023, já foram vistos 38 dias com média global de temperatura em mais de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, um marco importante para o planeta. Até este ano, dias assim eram bastante raros. Em julho de 2023, foi registrada a maior temperatura média da Terra desde que registramos esse dado.

Quem está causando a catástrofe climática?

O último reporte desse tipo, chamado Aviso dos Cientistas Mundiais sobre a Emergência Climática, foi publicado em 2019, com os sinais piorando muito desde então. Segundo Ripple, é evidente que o chamado Sul Global, caracterizado pelos países em desenvolvimento, e as comunidades desprivilegiadas serão os mais atingidos pelas mudanças climáticas, mas, ironicamente, são os que menos contribuem para a criação do problema.

No Canadá, incêndios florestais jogaram mais de 1 gigaton de dióxido de carbono na atmosfera, muito mais do que as emissões de gases do efeito estufa produzidas pelo país durante todo o ano de 2021.

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Segundo cientistas, a frequência e severidade de desastres relacionados ao clima pode ficar mais preocupante do que o “mero” aumento de temperatura — no final do século XXI, estima-se que de 3 a 6 bilhões de pessoas poderão estar fora da zona habitável da Terra, onde o calor será severo, a disponibilidade de comida será baixa e a taxa de mortalidade alta.

A análise ainda mostra que pouco tem sido feito para resolver o problema: pelo contrário. Subsídios para o uso de combustíveis fósseis, ou seja, incentivos governamentais para reduzir o custo de produção ou consumo de petróleo, praticamente duplicaram entre 2021 e 2022, indo de R$ 2,68 trilhões para mais de R$ 5 trilhões.

Entre as soluções apontadas, está a aposentadoria de subsídios para combustíveis fósseis, a transição para dietas baseadas em plantas, aumento da proteção às florestas e a adoção de tratados de não-proliferação de combustíveis fósseis. De modo geral, os cientistas apontam que a única maneira de evitar consequências mais graves do aquecimento global é mudar as prioridades mundiais para as necessidades básicas da população ao invés de apoiar o consumo extremo dos ultrarricos.

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Fonte: EurekAlert!, BioScience