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Últimos sete anos devem ser os mais quentes já registrados, alerta ONU

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Novembro de 2021 às 13h52

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Gerd Altmann/Pixabay
Gerd Altmann/Pixabay

O relatório preliminar sobre o clima, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, aponta os últimos setes anos como os mais quentes já registrados. Segundo especialistas, as concentrações atmosféricas de gases de efeitos estufa e o calor acumulado levaram o planeta a um território desconhecido, com repercussões para as atuais gerações e futuras. A informação foi divulgada na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) neste domingo (31).

Com base nos dados dos primeiros nove meses de 2021, a OMM observou que, provavelmente, este será entre o quinto e o sétimo ano mais quente já registrado. “Das profundezas do oceano ao topo das montanhas, do derretimento de geleiras a eventos climáticos extremos implacáveis, ecossistemas e comunidades em todo o mundo são devastados", disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Ele também ressaltou que a COP26 deve ser o ponto de virada para a população mundial e para o planeta.

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Só neste ano, segundo a OMM, a temperatura média global subiu 1,09 °C em relação aos níveis pré-industriais. Nas últimas duas décadas, esta foi a primeira vez que a temperatura média excedeu o limite de 1 °C em relação a tal período. Stephen Belcher, cientista-chefe do Met Office, disse que isso vai "focar as mentes dos delegados na COP26 que desejam manter o aumento da temperatura global nos limites acordados em Paris há seis anos".

A partir do Acordo de Paris, firmado em 2015, os países participantes da ONU se comprometeram em limitar o aquecimento global abaixo dos 2 °C — de preferência, até 1,5 °C. De lá para cá, o mundo viu mais desastres climáticos do que medidas eficazes ao enfrentamento das mudanças climáticas, como recordes de incêndios florestais, ondas de calor e chuvas extremas. "Há cada vez mais evidências científicas de que alguns deles carregam a pegada da mudança climática induzida pelo homem”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Principais consequências

Os resultados do relatório preliminar são como uma espécie de análise instantânea da saúde planetária, que inclui dados como temperaturas, condições meteorológicas extremas, recuo de geleiras e derretimento do gelo. Os oceanos, responsáveis por absorver 23% das emissões anuais de CO2, estão se tornando mais ácidos como nunca foram nos últimos 26 mil anos. Conforme se torna mais ácido, o oceano vai perdendo sua capacidade de absorver o CO2 atmosférico.

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Além disso, o relatório aponta para a elevação dos níveis do mar, em sua maioria provocada pela expansão da água aquecida, mas também pelo derretimento das calotas polares. Aproximadamente 90% do calor acumulado na Terra é retido pelos oceanos. Os principais conjuntos de dados concordam que as taxas de aquecimento dos oceanos se intensificaram nos últimos 20 anos — e tende a continuar assim.

O diretor do Bristol Glaciology Center, Jonathan Bamber, disse que o relatório é chocante e profundamente perturbador, além de ser mais um alerta para as lideranças mundiais de que não há mais tempo para apenas falar sobre, sendo necessário agir de uma vez por todas. No atual ritmo, os mares podem subir dois metros até o ano de 2100, deslocando 630 milhões de pessoas no mundo. “O que é necessário agora é uma ação profunda e abrangente de cada nação para limitar um colapso climático cada vez mais profundo”, ressaltou Bamber.

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A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), sediada neste ano em Glasgow, na Escócia, começou no dia 31 de outubro e segue até o dia 12 de novembro. Durante estas duas semanas, as lideranças mundiais debaterão sobre os principais desafios globais e renovarão seus compromissos com o enfrentamento às mudanças climáticas.

Fonte: Phys.org, UNFCCC