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Cerca de 14% dos corais do mundo foram perdidos na última década, diz relatório

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Outubro de 2021 às 13h30

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Pixabay/Gaby Stein
Pixabay/Gaby Stein

Segundo o novo relatório climático da Rede Global de Monitoramento de Recifes de Corais (GCRMN, na sigla em inglês), publicado nesta terça (5), cerca de 14% dos recifes de corais de todo o mundo foram perdidos desde 2009. O documento, que aponta as mudanças climáticas como a principal causa deste problema, revela o cenário global dramático que estes importantes biossistemas atravessam.

Os corais são organismos sensíveis às elevações da temperatura e acidez do mar. Esta mudança negativa é acompanhada da morte massiva destes seres. O sexto relatório global sobre os recifes de corais da GCRMN chama a atenção para as graves consequências do aquecimento global nestes sistemas, que são a base da cadeia alimentar de muitas espécies marinhas importantes.

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Os pesquisadores envolvidos no relatório apontam que, desde que o primeiro branqueamento global de corais foi registrado em 1998, parte dos recifes se recuperou, mas este cenário mudou a partir de 2009. Segundo Serge Planes, pesquisador do Centro de Pesquisa da Ilha e Observatório do Meio Ambiente, deste então há um declínio constante nos corais de todo o mundo.

Apesar de ocuparem uma pequena porção dos oceanos, os corais desempenham um papel fundamental para os ecossistemas marinhos. Para as comunidades próximas, são a principal fonte de renda através da pesca. Além disso, as formações de calcário dos recifes funcionam como uma proteção natural para a costa. De acordo com dados da International Coral Reef Initiative, os recifes correspondem a cerca de US $2,7 trilhões por ano em bens e serviços.

Estima-se que existam 900 espécies de corais no mundo. Algumas, conforme ressaltam os pesquisadores, tornaram-se resistentes ao calor e à acidificação que caminham ao lado das mudanças climáticas. No entanto, a adaptação destes animais ao seu meio não acompanha o ritmo acelerado destas mudanças, comprometendo o desenvolvimento dos recifes e a biodiversidade baseada neles.

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O diretor do centro de estudos de recifes de corais da James Cook University, Terry Hughes, ressalta que os dados coletados por mais de 300 cientistas de 73 países podem estar se concentrando apenas nos recifes saudáveis. Segundo ele, muitos programas de monitoramento frequentemente deixam de acompanhar corais degradados. “Muitos dos recifes de coral do mundo permanecem resistentes e podem se recuperar se as condições permitirem”, aponta relatório.

O relatório também ressalta a necessidade de combater a poluição das águas gerada por esgoto humano e escoamento agrícola, que podem provocar o surgimento de algas — que sufocam os corais —, além de metais pesados e uma série de produtos químicos nocivos, além da pesca ilegal, que desequilibra o ecossistema. “Precisamos mantê-lo funcionando para que o sustento das pessoas possa continuar”, acrescenta Obura.

Este é mais um relatório científico que fornece uma análise abrangente sobre a real situação dos corais do mundo e da crise climática para os líderes globais que se reunirão no fim deste mês na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26). A comunidade científica global cobra por medidas urgentes e eficazes no combate às mudanças climáticas.

O relatório pode ser acessado na íntegra a partir do portal da GCRMN.

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Fonte: New York Times, GCRMN