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Tecnologia NFT pode ser o novo vilão do aquecimento global; entenda

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Reprodução: Pete Linforth/Pixabay
Reprodução: Pete Linforth/Pixabay

Recentemente, o Canaltech explicou como funciona a tecnologia NFT e no que ela é aplicada. Resumindo, o termo NFT, que é uma abreviação para token não fungível, é uma forma de adquirir certificados de propriedade intelectual, que podem ser desde publicações no Twitter quanto GIFs famosos na internet.

A tecnologia, no entanto, começou a preocupar Chris Precht, artista, arquiteto e ambientalista austríaco, que passou a questionar se essas transações poderiam trazer consequências para o meio ambiente. A resposta a essa questão fez ele cancelar os planos de vender 300 peças de arte digital que haviam sido exclusivamente criadas para serem vendidas via NFT.

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Em publicação no seu Instagram, Precht revelou que a venda dessas 300 peças gastaria a mesma quantidade de energia elétrica que uma pessoa que vive na Europa usaria em surpreendentes duas décadas. "Depois de um pouco de pesquisa, a minha animação azedou, e neste vídeo eu tento falar honestamente sobre as preocupações e problemas que eu tenho com o NFT", disse o artista na rede social.

Então, o NFT não é sustentável?

O NFT é armazenado em uma tecnologia chamada Blockchain, que, por sua vez, necessita de uma grande quantidade de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera por gastar bastante energia por um longo período. Basicamente, quando um artista faz o upload de uma peça de arte e clica em um botão que dá início à mineração, o computador começa a gastar muita energia para dar conta da plataforma Ethereum, responsável por executar os contratos.

De acordo com estudos feitos com pesquisadores independentes, uma peça criada em NFT pode colaborar com a emissão de mais de 200 quilos de substâncias que aquecem o planeta, o equivalente a dirigir por mais de 800 quilômetros em um veículo que roda com gasolina. Na Universidade de Cambridge, cientistas estimaram que a mineração de Bitcoins usa mais eletricidade do que países inteiros como a Argentina, Suécia e o Paquistão.

Ao contrário de outras tecnologias que vão se aperfeiçoando com o tempo e sendo menos nocivas ao meio ambiente, o Blockchain apenas gera mais emissões, ao menos que funcione com energias livres de carbono.

O assunto ainda é controverso e será preciso que novas pesquisas se aprofundem mais a respeito para chegar a uma conclusão definitiva. Os criadores do Ethereum, por exemplo, já afirmaram ter uma solução para reduzir os impactos, mas a ideia de um novo modelo foi anunciada há alguns anos e ainda não foi colocada em prática.

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Fonte: The New York Times