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Sul do Brasil enfrenta microexplosão atmosférica e fortes chuvas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Clay LeConey/Unsplash
Clay LeConey/Unsplash

Nos últimos dias, a região Sul do Brasil tem enfrentado um volume impressionante de chuvas, com alagamentos e registros de microexplosão atmosférica, além da probabilidade de colapso da barragem do Blang. No momento, as autoridades já confirmaram 32 mortes no Rio Grande do Sul, além de 60 pessoas desaparecidas. A previsão é que estes números subam nos próximos dias. 

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as fortes chuvas continuam nesta sexta-feira (3). Inclusive, o alerta vermelho de "grande perigo" persiste por causa do acumulado de chuvas, que atinge parte significativa do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná.

"Até o dia 5 de maio [domingo], são previstos ventos fortes com rajadas acima dos 60 km/h, ocorrência de descargas elétricas, possível queda de granizo e chuvas ainda volumosas podendo superar os 100 milímetros (mm) entre o norte do estado gaúcho e o sul de Santa Catarina”, informa o alerta do Inmet.

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Por que chove tanto no Rio Grande do Sul?

Para entender o porquê de tanta chuva no Rio Grande do Sul, Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explica que precisam ser analisados diferentes fatores. 

Entre os fatores, estão: a onda de calor na região central do Brasil, as frentes frias que chegam da Argentina, a etapa final do El Niño e os efeitos indiretos das mudanças climáticas.

Com a onda de calor no centro do país, a formação de ar seco e quente bloqueia a passagem das frentes frias para o norte. Em paralelo, "frentes frias vêm da Argentina, chegam rapidamente na Região Sul e não conseguem avançar. Temos uma sucessão de frentes [frias] que se tornaram estacionárias e estão mantendo as chuvas durante vários dias", detalha Seluchi para a Agência Brasil.

Além disso, as fortes chuvas são impactadas pelo El Niño e, de forma indireta, pelas mudanças climáticas, que tornam os fenômenos climáticos extremos mais comuns

Barragem do Blang em risco de colapso?

Com o excesso de chuvas, outros problemas ainda podem ser enfrentados no estado, como o colapso da barragem do Blang, no Rio Caí. Para frear a situação, um plano de ação de emergência é implementado. Entretanto, se a estratégia for ineficaz, pelo menos seis municípios devem ser diretamente atingidos.

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Microexplosão atmosférica no Sul do Brasil

No último sábado (27), também impressionou o registro de uma microexplosão atmosférica na cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Outros episódios do tipo ainda não foram descartados, durante as tempestades, o que pode afetar até outros estados, como Santa Catarina.

Nesses casos, uma corrente de vento descendente se separa de uma nuvem, durante a tempestade, e se desloca em direção ao solo, com bastante força. Quando este vento colide com o solo, ventos frios e extremamente fortes são gerados — segundo a MetSul, as rajadas podem ter excedido os 120 km/h em Santa Cruz do Sul. 

Vale observar que tanto o tornado quanto a microexplosão envolvem correntes de ar fortes, que vão em direção ao solo. No entanto, nos casos dos tornados, a corrente desce da nuvem em forma de espiral. Agora, na microexplosão, ela despenca, como um corredor "reto" de vento.

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A seguir, veja o registro da microexplosão atmosférica:

Fonte: MetSul, Inmet e Agência Brasil (1) e (2)