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Solo do Mediterrâneo tem sido o mais degradado de toda a Europa, aponta estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Fevereiro de 2022 às 14h08

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NASA
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O solo do Mediterrâneo está passando por um processo de degradação mais rápido do que qualquer outra parte da Europa. Segundo estudo liderado pela Stockholm University, as práticas humanas insustentáveis, somadas à mudanças climáticas, levam a região a um ponto crítico.

Como parte dos esforços da Comissão Europeia em avaliar a saúde do solo, o estudo descobriu que até 70% dos solos da União Europeia (UE) estavam perdendo a capacidade de cumprir as funções que mantêm um ecossistema em equilíbrio.

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Em especial, os solos rasos do Mediterrâneo são os mais suscetíveis aos processos de invasão do mar, erosão, seca e incêndios florestas. É a região com as taxas mais altas de erosão e com os níveis mais baixo de matéria orgânica retida no solo.

As densas populações na região asfaltaram inúmeras ruas e contaminaram o solo com metais pesados e agrotóxicos. Quando saudável, o solo armazena e drena a água, mas essa capacidade do solo do Mediterrâneo está ameaçada.

Solo do Mediterrâneo à beira do colapso

Há muito tempo, o Mediterrâneo é conhecido pela produção de alimentos como tomates, uvas e azeitonas, mas, com a degradação do solo, essa importante fonte de economia da UE se mostra cada vez mais difícil de ser mantida.

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O estudo ressaltou que poucas pesquisas têm sido feitas para avaliar os potenciais fatores que contribuem para o declínio no solo da região — a maioria só focou na degradação do solo e apenas alguns consideraram a degradação biológica.

As formigas e minhocas são responsáveis por regular os nutrientes abaixo do solo, contribuindo par ao equilíbrio do ecossistema. Mas até que ponto as atividades humanas afetaram esses organismos e, consequentemente, o meio no qual estão inseridos? São essas respostas que a equipe ainda busca.

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Desde a década de 1950, as secas vêm aumentando no Mediterrâneo, levando agricultores a abandonarem suas terras — as quais podem ser tornar regiões desérticas ou ainda mais suscetíveis a incêndios florestais.

Este é o primeiro estudo a resumir a situação do solo no Mediterrâneo e a apontar a inexistência de uma legislação da UE que proteja os solos rurais da urbanização. Os autores ressaltaram que as autoridades precisam considerar tais ameaças ao solo da região se quiserem mantê-lo minimamente saudável.

O estudo foi apresentado na revista Science of the Total Environment.

Fonte: Science of the Total Environment, Via ScienceAlert