ONU reforça a urgência da restauração dos ecossistemas da Terra em 10 anos
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |
Atualmente, cerca de 40% da população mundial já sofre com as consequências do desmatamento, pescas desenfreadas e do aquecimento global. É o que diz o novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que também pede aos países que se comprometeram com as causas ambientais que cumpram suas metas. No relatório, a ONU diz que o mundo deve reflorestar cerca de 1 bilhão de hectares de áreas devastadas em dez anos, se quisermos reverter ou adiar os efeitos das mudanças climáticas.
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Apesar de 196 países terem assinado o Acordo de Paris, o qual visa combater o aumento da temperatura terrestre provocada pelo aquecimento global, são poucos os que mantêm o compromisso. A ONU alerta não apenas sobre a necessidade do reflorestamento, como também a restauração de rios e dos oceanos. “A necessidade de restaurar ecossistemas danificados nunca foi tão grande”, diz o novo relatório. Toda a degradação está ruindo os ganhos e desenvolvimentos conquistados com muito sacrifício nos últimos anos.
Se, de um lado, ameaça o bem-estar da juventude de hoje e das gerações futuras, por outro, torna ainda mais caro e difícil para que as nações consigam alcançar suas metas. Segundo especialistas da ONU, se não acontecer um grande e poderoso esforço de restauração dos ecossistemas pelos próximos 10 anos, seremos incapazes de atingir qualquer objetivo de desenvolvimento sustentável. E, para isso, as ações devem ir muito além do que simplesmente plantar árvores. A restauração deve incluir mudanças que também restaurem a saúde do solo e da natureza em áreas urbanas, além, é claro, de proteger os ambientes marinhos.
A ONU afirma que, se conseguirmos restaurar apenas uma fração do que solicita, os benefícios serão muitos. O relatório prevê que o reflorestamento de 350 milhões de hectares (terrestres e aquáticos) poderia gerar até 9 trilhões de dólares em serviços relacionados ao ecossistema, e também removeria 26 gigatoneladas de gases de efeitos estufa da atmosfera. Para comparação, apenas em 2019, o mundo emitiu 33 gigatoneladas de CO2. "É fácil perder a esperança quando pensamos na magnitude dos desafios que enfrentamos e na avalanche de más notícias que acordamos todas as manhãs", disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, sigla em inglês).
Toda a destruição pode nos custar não apenas o meio ambiente e, é claro, a nossa saúde, bem como a economia mundial. Cerca de metade do PIB do mundo vem de recursos da natureza; no entanto, a cada ano perdemos mais desses recursos, que poderiam valer mais de 10% da economia mundial. "Se conseguirmos inverter esta tendência, os ganhos enormes nos esperam", aponta o relatório.
O relatório da ONU pode ser integralmente acessado aqui.
Fonte: ScienceAlert