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Quais são os perigos dos microplásticos à saúde e ao meio ambiente?

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Stijn Dijkstra/Pexels
Stijn Dijkstra/Pexels

Cada vez mais, os estudos têm deixado em evidência os perigos dos microplásticos à saúde e ao meio ambiente. Embora muito pequenos, são considerados uma grande preocupação da ciência.

A Environmental Protection Agency define os microplásticos como "partículas de plástico que variam em tamanho de 5 milímetros (mm), que é aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis, a 1 nanômetro (nm)". Para comparação, um fio de cabelo humano tem cerca de 80 mil nanômetros de largura.

Os microplásticos primários são fabricados assim, justamente para serem usados em produtos de consumo, como cosméticos ou produtos biomédicos. Já os microplásticos secundários são partículas que se decompõem de materiais plásticos maiores, como embalagens de alimentos, pneus e tecidos sintéticos.

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Perigos dos microplásticos à saúde

O Ministério da Saúde estima que cada pessoa no planeta consuma mais de 50 mil partículas de plástico por ano – e muitas mais se a inalação for considerada. 

"O microplástico, quando presente no ambiente, atua como captador de Poluentes Orgânicos Persistentes (POP) altamente nocivos e tóxicos e estão ligados a disfunções hormonais, imunológicas e reprodutivas na fauna, flora, microbiota e na saúde humana", diz a Pasta.

Microplásticos encontrados no organismo

Em relação aos impactos à saúde, os microplásticos já foram encontrados em diversas partes do organismo humano, como:

Microplásticos ligados a doenças

Além da presença em várias partes do corpo, os microplásticos podem aumentar risco para doenças como o Parkinson.  A ingestão pode inflamar o trato digestivo e causar dano nos tecidos.

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Por enquanto, os especialistas dizem que pouco se sabe e se entende sobre o impacto de microplásticos na saúde humana. Alguns estudos estabeleceram associações com  doenças cardiovasculares e baixa fertilidade masculina.

Vale observar que produtos químicos frequentemente encontrados em plásticos são conhecidos por causar uma variedade de problemas de saúde, incluindo câncer, distúrbios metabólicos, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.

Perigos dos microplásticos ao meio ambiente

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Em entrevista ao Canaltech, Camilo de Souza — doutor em meio ambiente e presidente do Instituto Manguezais — afirma que os microplásticos são motivo de preocupação porque se degradam muito lentamente, acumulando-se em ecossistemas ao longo do tempo, e porque muitos animais, especialmente marinhos, confundem microplásticos com alimento, o que pode levar à desnutrição e morte.

De acordo com o especialista, essas partículas são quase impossíveis de serem completamente retiradas do ambiente, agravando os impactos cumulativos.

"Os microplásticos causam diversos impactos ambientais, incluindo a contaminação de ecossistemas, poluindo solos, corpos d’água e o ar, comprometendo a qualidade ambiental", afirma Camilo.

Também representam uma ameaça à vida aquática. "Afetam peixes, aves marinhas e outros organismos, podendo causar bloqueios digestivos, redução na taxa de reprodução e morte", complementa. Alteração nos ciclos ecológicos: Interferem nos ciclos biogeoquímicos e podem transportar contaminantes químicos. Para se ter uma noção, o acúmulo de microplásticos no fundo do oceano triplicou em duas décadas.

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Outro aspecto a se levar em conta é o impacto na biodiversidade. Um dos perigos dos microplásticos é "afetar diretamente a sobrevivência de espécies e a funcionalidade dos ecossistemas".

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Fonte: Environmental Protection Agency, Ministério da Saúde, AAMC