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Microplásticos podem aumentar risco para doença de Parkinson

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Novembro de 2023 às 14h02

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Microgen/Envato Elements
Microgen/Envato Elements

Após identificar os microplásticos no sangue e até no cérebro, diferentes grupos de pesquisa no mundo buscam entender como este material poluente pode impactar o organismo. Dados preliminares indicam que estas partículas plásticas podem provocar alterações ligadas à doença de Parkinson e a alguns tipos de demência em humanos.

O estudo que investiga os possíveis efeitos dos microplásticos no organismo foi publicado na revista Science Advances. Embora a exposição a esse material tenha sido induzida dentro do laboratório, as pessoas já “consomem” acidentalmente as partículas de plásticos através da água e de alimento — oportunamente, podem chegar ao cérebro.

Fatores ambientais e Parkinson

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“Numerosos dados sugerem que fatores ambientais podem desempenhar um papel importante na doença de Parkinson, mas tais fatores, em sua maioria, não foram identificados”, afirma Andrew West, professor da Universidade Duke e o principal autor do estudo, em comunicado. A partir dos experimentos, a ideia é de que os microplásticos possam ser um desses fatores ambientais.

Em paralelo, o pesquisador West destaca que os casos de Parkinson estão aumentando em todo o mundo. A maior disseminação dos microplásticos pode ser um dos fatores por trás do fenômeno. Só que, hoje, mais estudos ainda são necessários para confirmar a hipótese.

Impacto dos microplásticos

De forma simples, as nanopartículas de poliestireno (PS), um tipo de plástico usado em materiais descartáveis, como pratos, talheres e copos, foram relacionados com o acúmulo de uma proteína conhecida como alfa-sinucleína. Este acúmulo indevido ocorre dentro dos neurônios, onde parece ser prejudicial, segundo os testes — em quantidades normais, ela é benéfica.

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Na imagem acima, é possível ver o que acontece nos neurônios afetados pelos microplásticos (pontos verdes). Dentro dessas células, há acúmulos incomuns da proteína (pontos vermelhos) próximos de um tipo de organelas chamadas de lisossomos (azul). Normalmente, as concentrações de agregados proteicos não seriam visíveis neste cenário.

Acúmulo nocivo no cérebro

Esse problema foi identificado em experimentos feitos com neurônios cultivados em laboratório e também em camundongos que tinham uma doença semelhante ao Parkinson. Testes em humanos ainda não foram realizados.

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Os cientistas explicam que o acúmulos dos microplásticos com a proteína dificultam a limpeza interna dos neurônios, o que é apontado como uma das causas do Parkinson. No entanto, ainda não sabem exatamente quais mecanismos levam ao quadro de demência e de declínio cognitivo, justificando a necessidade de mais estudos.

Fonte: Science Advances e Universidade Duke