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Profundidade rasa dos tremores é causa da letalidade em terremoto na Turquia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Fevereiro de 2023 às 16h49

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Imagem:  União Europeia/CC BY-SA 2.0
Imagem: União Europeia/CC BY-SA 2.0

O terremoto que atingiu Turquia e Síria na noite da última segunda-feira (6) teve vários motivos para ter causado mais de 11.000 mortes confirmadas até o momento, além de centenas de milhares de desabrigados. A primeira foi sua magnitude — 7,8 graus — mas, segundo geólogos, o principal agravante foi sua baixa profundidade.

O Canaltech já relatou como a profundidade ampliou os danos de outro terremoto, destruindo milhares de lares na Indonésia em dezembro do ano passado. Mais uma vez, um terremoto raso influenciou a intensidade do desastre. O hipocentro do primeiro sismo foi a 18 quilômetros de profundidade e sua réplica — nome dado aos abalos que seguem o tremor principal — a apenas 10 quilômetros da superfície.

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Estimativas apontam que a energia liberada pelos tremores foi equivalente a da maior bomba atômica testada durante a Guerra Fria. Pela baixa profundidade, a pequena distância que essa energia percorre através da crosta terrestre deixa pouco espaço para que ela se dissipe e o terremoto seja atenuado.

Terremotos na zona de 10 a 20 km de profundidade ainda geram a possibilidade de falhas geológicas aparecerem muito próximas à superfície. Essas falhas afetam, portanto, infraestrutura subterrânea como cabos de energia, canos e túneis.

Outros agravantes

Além da profundidade, mais dois fatores tornaram a destruição e o número de vítimas na região ainda maior. O primeiro foi o horário em que os abalos aconteceram: 4:17 da manhã. Em um terremoto, a maioria das mortes é ocasionada pelo colapso dos prédios. Como a maioria da população estava dormindo no momento dos tremores, houve pouco tempo para que as pessoas pudessem deixar suas casas.

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Na Síria, um fator social também foi determinante para agravar o desastre. Os vários anos de guerra civil no país deixaram inúmeras estruturas fragilizadas, diminuindo sua resistência aos tremores.

Por que tão raso?

A profundidade dos abalos sísmicos da região não é por acaso. Enquanto terremotos frequentes na área conhecida como Anel de Fogo do Pacífico podem ser gerados a até 700 km abaixo da superfície, a crosta terrestre na Turquia é muito mais estreita.

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Na região da Turquia — onde as placas tectônicas da Arábia, da África e da Eurásia se encontram — a espessura da litosfera é de apenas 30 km.

Fonte: The Conversation