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Por que temperaturas acima de 40 ºC são "ok" no deserto e letais nos trópicos?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Maio de 2023 às 19h32

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twenty20photos/Envato
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Com o aquecimento global a todo vapor, recordes de temperatura vêm constantemente sendo quebrados ao redor do mundo. Estes picos de aquecimento e a ocorrência de ondas de calor — quando a temperatura alta se mantém por vários dias — podem ter sérias implicações para a saúde humana. O número marcado no termômetro, porém, é só um dos fatores a ser considerado.

Durante este mês de maio, a Espanha registrou a maior temperatura já vista na Europa nesta época do ano: 38,8 ºC. O mesmo aconteceu em Xangai, na China, com 36,7 ºC e em Singapura, com 37 ºC. Enquanto isso, Tailândia e Vietnã ultrapassaram a casa dos 40 ºC — chegando a 45 ºC e 44 ºC, respectivamente. Apesar de todos os valores serem altos, o calor no Vietnã tem implicações diferentes do recorde mais modesto de Singapura, que é um país mais úmido.

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Fatores climáticos e fisiológicos

Temperaturas elevadas são perigosas para a saúde, pois oferecem às pessoas o risco de passarem por estresse por calor, ou estresse térmico. Nestas condições, é comum a ocorrência de sintomas como desidratação, desmaios, coceira e, em casos mais graves, a falência de órgãos. Além disso, pode-se observar o agravamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes.

O corpo humano recebe calor do ambiente — pela radiação solar ou através do contato com o ar — e também produz o seu próprio, através de processos internos. Para liberá-lo, o organismo possui o mecanismo do suor, que dissipa a energia térmica na forma de calor latente — isto é, evaporando. Quando a umidade do ar é elevada, a taxa de evaporação do suor diminui, o que deixa o corpo mais vulnerável ao estresse por calor.

O limite do calor

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Além da temperatura e da umidade, a disponibilidade de sombra e a velocidade do vento também influenciam na quantidade de calor que uma pessoa pode suportar. Condições pessoais — como aptidão física e aclimatação — também interferem nisso, mas mesmo regiões já acostumadas com altas temperaturas estão passando por condições atípicas graças às mudanças climáticas.

Para calcular o limite de calor suportável, cientistas usam um índice chamado Temperatura de Bulbo Úmido (WetBulb Globe Temperature – WGBT), que utiliza os fatores ambientais para calcular a temperatura mais baixa que uma superfície — nossa pele, no caso — pode chegar se resfriando sozinha. Em baixas umidades, como as presentes no dia da temperatura recorde na Espanha, é possível ter uma WGBT de 30 ºC — ainda alta, mas mais tolerável que as observadas nos países do sudeste asiático.

Pesquisas recentes mostram que regiões como esta, além da Austrália e das porções equatoriais da América do Sul e da Ásia são as que mais devem ultrapassar os limites toleráveis de calor em um futuro próximo.

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Fonte: The Conversation