Esses países correm mais risco de sofrer com ondas globais de calor
Por Rodilei Morais • Editado por Patricia Gnipper |
Com temperaturas subindo ao redor de todo o globo, fenômenos como as ondas de calor — quando os máximos de temperatura duram vários dias seguidos — tendem a se tornar cada vez mais frequentes. Para que a humanidade se prepare para esse cenário, uma equipe de cientistas britânicos identificou quais países devem ser mais afetados, colocando nações da América Central no topo da lista.
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Afeganistão, Papua Nova Guiné e a área que engloba Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá, na América Central, são as regiões do mundo em que as ondas de calor devem se tornar mais fortes ou frequentes. O estudo também aponta a capital chinesa de Pequim e os países europeus Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda como especialmente vulneráveis pelo contingente populacional que estaria submetido a tais eventos.
Para chegar a estes resultados, os cientistas realizaram simulações com os modelos climáticos mais atuais, projetaram o crescimento da população no intervalo do estudo e ainda inseriram dados socioeconômicos para complementar a análise. Eles descrevem que “frequentemente, as regiões só estão preparadas para eventos tão extremos quanto os que eles já passaram, com seu planejamento motivado por estes desastres anteriores.”
A equipe aponta que, no cenário atual, isso não é suficiente. “Governos e autoridades devem se preparar para eventos além dos recordes atuais — particularmente com as tendências causadas pelas mudanças climáticas, aumentando a probabilidade de eventos extremos,” alertam os cientistas em artigo publicado na revista Nature Communications.
As ondas de calor podem elevar as taxas de mortalidade nos países mais afetados e também impactar suas produções agrícolas, além de aumentar o risco de incêndios florestais.
Por outro lado, os pesquisadores dizem que existem saídas para diminuir o número de mortes que estes extremos climáticos podem causar. Entre as preparações que os países podem adotar está, principalmente, a adaptação de espaços urbanos para torná-los mais frescos. “Estar preparado salva vidas,” conclui Dann Mitchell, cientista atmosférico da Universidade de Bristol e um dos responsáveis pela pesquisa.
Fonte: Nature Communications Via: Science Alert